POV – PAULO ANDRÉ
O próximo avião a embarcar para o Rio de Janeiro iria demorar muito, só sairia às cinco e trinta da manhã. Não havia nenhum outro devido ao mal tempo. Fortes chuvas durante toda a madrugada em Vila Velha o que atrasou todos os voos. Fiquei em uma área vip do aeroporto descansando em uma poltrona enquanto aguardava dar o horário do embarque.
Peguei o meu celular várias vezes pra ver se a Jade visualizou algumas das mensagens, mas nada. Provavelmente ela foi dormir e colocou o celular no modo avião, ela tem essa mania. Uma moça alta e fardada se aproximou de mim oferecendo uma coberta. Agradeci e peguei aquela manta macia pra cobrir minhas pernas. Sai de casa tão apressado que coloquei a primeira peça que vi. Uma bermuda preta e uma blusa de manga azul. Inclinei-me pra que pudesse ficar bem acomodado, o que me possibilitou passar toda madrugada descansado em uma posição confortável.
Os primeiros raios solares ainda nem haviam surgido quando iniciaram a chamada para o voo. Entrei no avião com o meu fone de ouvido escutando minha playlist do Filipe Ret.
Estava ansioso e nervoso pra conversar com a Deja. Ela é uma verdadeira caixinha de surpresas, nunca sei o que esperar dela, principalmente quando se trata de algo que eu ainda nem consegui falar pra ela e a mídia já reproduziu inúmeras especulações. De todas as mudanças na minha vida a única que ainda não consegui me adaptar é com o fato de ter tantas pessoas opinando sobre as nossas vidas. Essa sem dúvidas é a parte mais chata e difícil de lidar. Ainda não consegui me adaptar bem a isso e nem mesmo consigo me expressar pro público da maneira que gostaria, mas acho que mesmo que eu clamasse pra que sejam menos invasivos, de nada adiantaria, então vou ter que aprender a viver com isso com o tempo.
O clima no Rio de Janeiro também estava um pouco chuvoso, mas nem se compara da noite em Vila Velha. Parecia que o céu ia cair, provavelmente o Pazinho deve ter ficado assustado e acordado várias vezes durante a madrugada.
O trânsito no Rio é tão terrível quanto o de São Paulo. Demorei tanto pra chegar no prédio da Deja que estava até com medo dela nem estar mais no apartamento quando eu chegasse. Abri a porta com a chave que ela havia me entregado da última vez que estive aqui e vi que a bolsa dela ainda estava na mesinha de centro da sala.
Entrei em seu quarto e ela ainda dormia como um anjo perfeito em sua cama. Ela estava deitada de bruços pelada, que é como ela gosta de dormir na maioria das noites, na verdade é a forma que ela mais ama dormir, sempre diz o quanto é confortável. O fino lençol cobria apenas seu bumbum e parte de suas pernas. Sentei delicadamente para não assustá-la e acariciei seus cabelos com a minha mão enquanto aproximava meus lábios do seu ouvido para acordá-la.
PA: "Deja... Amor... Acorda marrentinha..." – Disse baixinho e ela soltou alguns resmungos. – Tu é muito preguiçosa, poh... Jade... Jade... – Insisti e finalmente ela abriu os olhos colocando imediatamente suas mãos no coração com o susto que levou.
J: "Caramba, PA." – Ela deu uma leve tapa em meu braço o que me fez soltar um riso discreto. – "Cê quer me matar de susto, é?! – Ela se virou sentando-se na cama e cobrindo seu corpo com o lençol.
PA: "Desculpa..." – Pedi colocando minha mão na sua perna.
J: "Pensei que ia ficar mais alguns dias em Vila Velha." – Disse ainda um pouco assustada.
Ela esticou o seu braço e pegou a garrafinha que fica ao lado da sua cama e tomou um pouco d'água.
PA: "Realmente era pra ficar por pelo menos mais uns dois dias, mas quis vir até aqui pra conversar com você." – Ela arqueou a sobrancelha.
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Predestinados (JADRÉ)
FanfictionApós o fim da experiência mais louca de suas vidas Jade e PA se reencontram em um pós turbulento, desafiador, intenso e repleto de desejos. A história que começou no lugar mais inesperado se tornaria a maior de suas vidas.