Mudanças

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[Duas semanas depois...]

Soltei um suspiro de alívio ao terminar de lacrar a última caixa. Sentei exausta no chão do meu apartamento em São Paulo após encaixotar todas as minhas coisas para a mudança. Os últimos meses foram desafiadores nessa ponte aérea de um estado para o outro praticamente toda semana. Com o sucesso da novela e o meu amor por essa nova profissão que esta crescendo cada vez mais, decidi me mudar definitivamente para o Rio. Lembro do medo que senti ao entender o tamanho da responsabilidade que tinha ao estrear como atriz em uma novela em horário nobre, mas ao mesmo tempo me agarrei a essa oportunidade e entreguei o meu melhor. Poder ver o reconhecimento da minha intensa dedicação me deu ainda mais força para continuar seguindo nesse meio artístico.

Nina também irá morar comigo. Ela concluiu o semestre e pediu transferência para a faculdade do Rio de Janeiro. Nina se empenhou bastante para deixar uma equipe competente para ficar responsável pela minha marca de roupas em SP, claro que vamos continuar vindo aqui quando necessário e vamos permanecer com as reuniões semanais por videoconferência. Além disso, também estamos estudando a possibilidade de abrir uma nova sede da marca no Rio. Comprei uma casa na Barra da Tijuca em um condomínio seguro. Optei por uma casa dessa vez por ter mais espaço e assim consigo fotografar para as campanhas da minha marca montando o meu próprio Studio.

Entrei com um processo contra o antigo prédio que eu morava devido ao ocorrido. Tudo que aconteceu me gerou grandes problemas. Além do trauma, que ainda estou superando, cerca de uma semana depois acabou sendo exposto na mídia parte do que aconteceu. Não conseguiram publicar tudo, mas as pessoas acabaram descobrindo que invadiram o meu apartamento e que a pessoa esta em julgamento. Também começaram a especular minha separação com o PA ao perceberem que estávamos em alguns momentos no mesmo lugar, porém separados. Com a pressão para respostas em cima de nós dois, acabei decidindo postar uma nota dizendo que estamos dando um tempo. O mais difícil para mim tem sido lidar com as lembranças e do sentimento que tive ao acordar. Toda vez que recordo, sinto um forte aperto no peito e uma terrível sensação de como se faltasse ar em meus pulmões. Minha família, Nina e a terapia tem me ajudado bastante a lidar com tudo isso.

N: "Jade, e essas coisas que você não irá levar?" – Nina questionou apontando para pilha de maquiagens, roupas e sapatos que separei em um cantinho do quarto.

J: "Vou doar para alguma instituição que precise."

Peguei o celular e gravei um story dizendo que estava separando algumas coisas e queria indicações de locais para doar o que não quero mais. Ainda não contei publicamente que estou me mudando apesar de já ter algumas especulações sobre.

J: "AAAIIIII... CARAMBA!" – Dei um salto ao ouvir o som da campainha ecoar pelo apartamento. Nina não se conteve e riu de mim. – "Paaaraaa, Nina... Você sabe que me assusto fácil."

N: "Não deixa de ser engraçado." – Continuou a rir enquanto caminhava até a porta.

Antes mesmo dela abrir eu já imaginava o que era.

J: "Mais flores?" – Ela assentiu. – "Dessa vez ele vai precisar fazer muito mais do que isso... Acho que nem mil rosas vermelhas e mil orquídeas seria o suficiente agora."

N: "Ele está tentando." – Nina defendeu e entregou o lindo buque.

" – Nina defendeu e entregou o lindo buque

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Predestinados (JADRÉ)Onde histórias criam vida. Descubra agora