[21:50 PM]
Cambaleando pelos corredores do apartamento, completamente encharcada pela chuva, eu me desfaço de meus calçados entrando em paços meticulosos, tomando cuidado para não deslizar.
Conseguindo adentrar em meu quarto, eu jogo alguns utensílios pelo chão e me direciono ao banheiro, tudo isso em estado de transe. Estava prestes a cair quando me sustento na pia abaixando a cabeça ao sentir tontura, é perigoso que eu continue a andar quando minhas pernas sequer tem mais forças, andar mais do que eu possa suportar foi uma escolha idiota e mal pensada, porém dirigir seria uma escolha pior.
O tempo parece congelar enquanto eu encaro meu lamentável reflexo no espelho.
Estou quebrando, desmoronando, caindo e realçando a escuridão aos poucos. As memórias de um dia em que estava tudo bem passam a vagar em loop na minha mente. No fim tudo fez sentido e todas as coisas que Minho e Jisung haviam feito foram entendidas, afinal se eles sabem o que acabei de saber é compreensível o que eles fizeram.
Olhar pra mim e lembrar da mulher que destruiu sua infância é de fato algo odioso, e é o nosso destino, como uma determinação que me esmaga friamente, viver distantes para nosso próprio bem, pois nem eu conseguirei encará-los sem me lembrar do que minha mãe fez.
— Desculpe Minho-ya.. Desculpe Jisung-ah... — Com uma voz chorosa eu lamentava.
Posso estar conseguindo conter as lágrimas por fora, mas eu estava chorando por dentro, e essas lágrimas internas trilhavam como ácido por minhas veias fazendo elas se contorcerem. Meu coração parecia se corroer e dar giros mortais dentro de meu peito, isso dói.
O balão de ar havia estourado, e como prenda por ter agarrado e reunido todos aqueles sentimentos dentro de mim, ele roubara todo o ar que havia em meus pulmões me fazendo asfixiar aos poucos.
Em um ato idiota, eu começo a bater o punho no espelho como se esperasse que aquela falta de ar angustiante parasse quando meu corpo direcionasse a atenção a outra dor, entretanto quando lembro que não sinto dor minha angústia se transforma em raiva, acho que é a primeira vez que desejo sentir dor.
— Merda. Merda. MERDA!! — Ao replicar cada palavra com fúria, meus punhos se chocam com mais força ao vidro que aos poucos rachava. — POR QUÊ? POR QUÊ?! POR QUÊ?!!— O estrondo ecoa pelo local quando o vidro se quebra.
— Noona? Noona! — Jeongin me chama do outro lado da porta. — Noona você tá bem? Noona responda! — Seu desespero era claro em suas palavras.
Apenas escutando o zumbido ecoar pelos meus ouvidos, eu direciono o olhar para meu punho e o via coberto de sangue, assim como os cacos no chão e na pia. Minha mão estava nitidamente trêmula, como se não suportasse aquela tortura.
— Yang Sien? — Ouço uma segunda voz ecoar, porém ignoro e ergo minha mão pra continuar esmurrando a vidraça, de repente, Yeonjun arromba a porta agarrando meu pulso. — Yang Sien! Para! O que tá fazendo!?
— Me solta.. — Me debato falhamente tentando me soltar de suas mãos.
— Sien, chega! — Com surtos mentais, Yeonjun confusamente tentava me parar.
— ME SOLTA!!! — Brutalmente eu empurro Yeonjun.
— NOONA!! — Sinto o impacto do corpo de Jeongin se chocar contra o meu em um abraço. — Pare, por favor.. — Ao escutar a voz chorosa de Jeongin, eu volto a mim em um suspiro trêmulo.
— Jeongin.. — Minha voz sai como um sussurro. Parando em silêncio por alguns instantes, eu escuto os soluços isolados de Jeongin que estava com a face atolada em meu ombro. — D-desculpe, desculpe.. — Levo minha mão para acariciar seus cabelos, tentando o acalmar. — Parei, ok? Parei... Desculpe.
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CRØSSFIRE:: MINSUNG + SN
Ficción GeneralEm um ano como todos os outros o internato Cross-country recebe novos alunos, entre eles; Lee Minho e Han Jisung, dois garotos que logo se esbarram na tão conhecida 'divindade' do internato, Yang Sien. As coisas nunca andaram tão fora do caminho qua...