Capítulo 14

234 20 11
                                    

Respirei fundo antes de entrar na sala de visitas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Respirei fundo antes de entrar na sala de visitas. Ela me encarou e abriu um sorriso convencido, porque eu disse que eu não voltaria e voltei.

Está bem, eu sei que eu não deveria ter vindo aqui para começo de conversa, nem uma vez sequer depois de tudo. Mas, apesar de tudo, ela ainda é a minha mãe e a pessoa que me criou. Joana não foi uma má mãe para mim, ao contrário, muitas das vezes ela foi boa comigo.

Sou burra de voltar? Sou burra de tentar entendê-la? Sim e sim. Mas ela é a minha mãe e a única que tem todas as respostas que eu infelizmente preciso.

- Oi, Joana - falei e sentei.

- Que bom que veio, princesa. Se tivesse avisado eu prepararia um chá - sorriu.

- Corta essa. Vim te fazer uma pergunta, então, por favor, responda sinceramente. Por favor, dessa vez, não comece com os seus rodeios.

- Você podia ter um pouco de compaixão comigo. Ah, Julieta, já irá fazer 2 anos, me dê o benefício da dúvida. Eu mudei agora, faço até crochê, sabia? - um tom de puro deboche.

- Compaixão? - soltei uma risada irônica - Depois de todos os anos que você me manipulou. Depois de eu realmente acreditar em você e na primeira oportunidade você mentir.

- Como as mães dizem: "Foi para o seu bem."

- Foi para o meu bem você falar que meu filho morreu? Foi para o meu bem você fazer eu tentar separar um casal? Foi para o meu bem quando você me manipulava e eu ingênua acreditava quando você vinha passando a mão em meu cabelo e dizendo com palavras doces que tudo era para me proteger?

- Não seja injusta. Eu só queria te ver bem sucedida.

- Não, você queria se ver bem sucedida.

- Se você tentasse entender.

- Joana, você tirou o Alec de mim, disse que ele morreu. Você me viu ficar deprimida naquela pensão em Londres por causa dele e... - respirei fundo - mesmo assim você não contou nada, apenas ficou me induzindo a procurar o Alfredo.

- Eu errei? - ergueu as sobrancelhas.

- Inacreditável - balancei a cabeça em negação - Você não muda. A porra de 2 anos e você continua narcisista. E eu continuo sendo idiota de vir aqui.

Segurei o ar e olhei para cima, evitando que meus olhos enchessem de lágrimas. Controlei a minha respiração e tirei as mãos da mesa, colocando-as no meu colo para deixá-las estáveis.

- Me dê pelo menos uma resposta - pedi em tom baixo, voltando a atenção a ela.

- Me pergunte o que quiser, princesa, sou um livro aberto.

- Vim aqui para te perguntar algo importante para mim, uma coisa que você sempre escondeu - ela cerrou os olhos azuis para mim - Quem é meu pai, Joana?

Minha Antiga Paixão - Minhas Paixões 03Onde histórias criam vida. Descubra agora