Capítulo 66

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Acordei com a garganta seca, uma louca vontade de beber água

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Acordei com a garganta seca, uma louca vontade de beber água. Estiquei meu braço para pegar a garrafinha que estava na mesinha e levei a garrafinha aos lábios. Bebi vários goles de água, coloquei a garrafinha no lugar e deitei, para tentar voltar a dormir.

Já é de madrugada, nunca reparei como o hospital é macabro de madrugada, na situação de paciente é diferente.

Escutei um barulho da porta sendo aberta e abri os olhos, vendo uma silhueta entrando. Está escuro, não dá para enxergar direito, mas é uma silhueta feminina.

- Anna? - chamei em sussurro - Você voltou, Anna?

Eu tomei remédios, então estou um pouco fora de mim, talvez eu esteja alucinando.

A luz foi acesa, e eu cerrei os olhos, tentando me acostumar com a claridade. A pessoa se aproximou do cateter intravenoso que está levando remédio para as minhas veias e tirou algo da bolsa.

- O que você está fazendo? Você é médica? - perguntei - Eu falei com você!

A pessoa continuou mexendo na bolsa até que pegou uma seringa e levou até o tubo, começando a aplicar um líquido ali. Tirei rapidamente a agulha das minhas veias, causando uma dorzinha e fazendo eu reclamar.

- Merda! - soltei um gemido de dor.

- Você é difícil! - falou.

Essa voz, eu conheço essa voz.

- Vanessa é você? - questionei - O que você está fazendo aqui?

- Você está grogue de remédios.

- Me deixa em paz - falei - Eu quero dormir.

- Você vai - segurou meu braço e pegou o tubo.

Sinto suas unhas furando a minha pele, automaticamente lembro de alguns acontecimentos. Lembro da Vanessa me apertar...Lembro vagamente do Jonas me pedindo para contar para o Marcel.

- Por que sempre está apertando meu braço? - tentei puxar meu braço - Me solta!

Eu lembro! Eu lembro da Vanessa me apertando, da gente discutindo. Ela estava alterada, me apertando, louca por causa do pedido do divórcio.

Prendo o ar e olho para ela em choque.

- Você estava lá - murmurei, pensativa - Você me deixou cair, Vanessa!

- Eu sabia que uma hora você ia lembrar e seria péssimo para mim - se afastou de mim, foi andando até o sofá e pegou um travesseiro - Sinceramente, Julieta, eu não queria chegar a isso. Eu realmente torci muito para que você não lembrasse - disse, afofando o travesseiro.

Olhei para ela com os olhos arregalados, a respiração começou a ficar descompassada imaginando o que ela estava pensando em fazer.

- O que você vai fazer, Vanessa? - perguntei, esticando a mão.

Minha Antiga Paixão - Minhas Paixões 03Onde histórias criam vida. Descubra agora