Capítulo 23

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Passei as mãos no avental, limpando, e peguei o rolo para abrir a massa de Canelone

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Passei as mãos no avental, limpando, e peguei o rolo para abrir a massa de Canelone. Assim que ela atingiu a espessura que eu queria, peguei uma forminha para cortar em retângulos.

- Senhor? - levantei a cabeça e vi um dos garçons com o meu celular - Está tocando.

- Quem é? Se estiver escrito Cristen ou Maria deixe tocar - falei e voltei a prestar atenção na massa.

- Não sei o que está escrito, provavelmente está na sua língua materna.

Passei as mãos no avental novamente e estiquei a mão para pegar o celular.

- Obrigado - falei quando ele colocou o celular na minha mão. Dei um sorrisinho vendo "doida" na tela e levei o celular até a orelha - Julieta?

Me apoiei no balcão e abri um sorriso ao pronunciar o seu nome, como uma pessoa idiota que fala com a pessoa que gosta.

- Victor?

- Aconteceu algo? Sua voz parece fanha.

Ficou preocupado quando ouvi ela tossir do outro lado da ligação.

- Estou doente. Pode vir à minha casa, por favor?

- Sim, claro. Cadê o Alec? - pendurei o celular entre o ombro e a orelha para tirar o avental.

- Está aqui, dormindo. Deixarei a porta encostada.

- Fica deitada para ficar melhor logo. Já chego aí - peguei o celular e desliguei - Terminem o Canelone, vou ter que sair - falei, botando o avental na bancada e saí da cozinha.

Passei na minha sala apenas para pegar a chave do meu carro e saí do restaurante. Eu dirigi bem rápido para a casa dela, porque Julieta nunca fica doente, então deve ser uma coisa grave. Desliguei o carro, saí e corri para a casa da Julieta. Subi as escadas correndo e entrei no quarto dela.

- Julieta, o que você tem? O que está sentindo? Precisa de algo? - perguntei meio ofegante por ter corrido.

- Vontade de comer Strogonoff, mas eu não sei fazer - tossiu.

Passei a mão em meu cabelo e fechei os olhos enquanto evitava que a raiva me dominasse.

- Porra, Julieta! Você é louca? Eu fiquei morrendo de preocupação - sentei na cama e ela se aproximou - Eu passei o limite de velocidade da rua.

- Foi mal. Eu super achei que você não ia acreditar, nunca fico doente.

- Por isso mesmo, você nunca fica doente, então pensei que fosse algo sério.

- Desculpa mesmo. O que posso fazer por você? - ela parou atrás de mim e passou os braços pelo meu ombro, em seguida desferiu um beijo em meu pescoço.

- Parar de loucura seria bom - olhei ela por cima do meu ombro.

- Mas é um traço de personalidade, por exemplo: Pessoas disfarçam seus traumas atrás das loucuras e piadas. Tudo questão de se colocar no lugar dos outros.

Minha Antiga Paixão - Minhas Paixões 03Onde histórias criam vida. Descubra agora