Capítulo 67

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Eu brinquei várias vezes sobre carma, mas neste momento eu realmente estou acreditando que eu tenho um

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Eu brinquei várias vezes sobre carma, mas neste momento eu realmente estou acreditando que eu tenho um. Sinto que tudo que aconteceu no passado com a Kisa, voltou para acontecer comigo.

Tentei soltar minha mão, mas quanto mais eu tento, mais machuca. A corda aperta as minhas mãos, pressiona e prende o sangue por muitas vezes.
Quando puxei a agulha da minha pele, fez um machucado e está horrível, meu braço doi. Está infectando com a sujeira desse lugar. Não sei quanto tempo estou aqui, mas eu não dormi e esse lugar não tem uma janela. Vanessa não me deu quase nada de água, nem comida, me sinto fraca e minha cabeça dói. Sei da cirurgia que eu fiz, que eu tive uma leve hemorragia cerebral, por isso tenho consciência que talvez, mesmo que a Vanessa não faça nada comigo, eu não sobreviva nesse lugar.

Eu sinceramente achei que ela fosse me matar no hospital, mas é mais prazeiroso para ela me ver sofrer e implorar por um copo de agua, o que eu ainda não fiz e nem pretendo. Se for para eu morrer, eu vou morrer, mas não vou implorar nada para ela. O orgulho é a única coisa que eu tenho aqui.

Escutei o barulho do trinco da porta e logo a Vanessa apareceu. Ela está usando uma roupa de frio e balançava as chaves nos dedos.
Ela retira um espelho do bolso da calça jeans e vira em minha direção. Reparei em meu rosto pálido, as olheiras evidentes e estou mais magra que o de costume. Virei o rosto e prendi as lágrimas.

Eu não saio daqui viva.

- Sempre sonhei em ver sua mãe assim, mas me contento com você - disse Vanessa.

- Vou dizer a mesma coisa quando eu te visitar na cadeia. Não se preocupe, minha mãe vai te fazer companhia - debochei, a voz saindo fanha e baixa.

- Não sei se você vai estar viva até lá e não sei se eu vou estar no país. Me separei do seu pai e disse que eu ia fazer uma viagem, plano perfeito, certo?

- Não, perfeito seria se você não me contasse e fizesse surpresa, nunca viu filme? - encarei ela.

- Vamos dar um passeio - se abaixou ao meu lado e abriu as correntes.

Soltei um gemido de satisfação ao sentir meu sangue circular direito novamente, as correntes afrouxarem dos meus pulsos. Mexi minhas mãos, senti que elas estalaram, e estiquei o corpo e o pescoço.

- Vamos, bastardinha - me segura pelo o braço, novamente forçando as unhas em minha pele frágil.

- Onde vamos? - perguntei.

- Surpresa! - me puxou, e eu levantei.

Vanessa me arrastou para o lado de fora do quarto e saímos. Está de noite e frio, o que é bem ruim já que eu estou apenas usando o vestido do hospital.
Me encolhi um pouco, e ela riu.

- Uma noite fria, igual você em breve.

Tentei me concentrar na dor das suas unhas na minha pele, para não me concentrar no frio. Eu não quero me concentrar nos meus dentes rangendo e a respiração fria.

Minha Antiga Paixão - Minhas Paixões 03Onde histórias criam vida. Descubra agora