Capítulo 2

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Em algumas madrugadas, eu não conseguia dormir porque minha cabeça pensava muito na minha mãe e em tudo que ela fez, e, consequentemente, não posso deixar de pensar no que eu também fiz, na minha participação em tudo

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Em algumas madrugadas, eu não conseguia dormir porque minha cabeça pensava muito na minha mãe e em tudo que ela fez, e, consequentemente, não posso deixar de pensar no que eu também fiz, na minha participação em tudo.

Fito o teto do quarto e suspiro antes de levantar e caminhar para a saída do quarto. Entro na melhor parte do apartamento do Victor, sala de jogos, onde tem uma sinuca, e começo a arrumar as bolas para eu jogar.

— O que você está fazendo? — pergunta, ligando a luz mínima da parede.

Dou um pulo para trás com o susto que eu tomo.

— Me assustou. — Boto a mão no peito e solto o ar que eu tinha prendido. — Vou jogar, me acompanha?

— Whisky?

Assinto.

Assim que ele acaba de colocar as nossas bebidas, ele se aproxima e para ao meu lado. Pego meu copo da sua mão e tomo um generoso gole.

— Vai com calma.

— Não sou fraca para bebidas — digo, enquanto caminho para pegar meu taco. — Vamos começar?

— Vamos. — Victor pega seu taco.

Arrumo as bolas na mesa, enquanto ele passa giz no seu taco e no meu. Pego meu taco, já com giz, quando acabo e me posiciono. Inicio a tacada, estoura, e não consigo encaçapar nenhuma bola. Já o Victor consegue encaçapar uma bola lisa, o que me fará ficar com as bolas listradas.

— Bolas listradas — avisa e continua a sua tacada.

A mira do Victor é muito boa, o que fez ele acertar facilmente 3 das 6 bolas que faltavam, inclusive uma minha. Volto a me posicionar e miro na minha bola, número 15, perto da bola preta. Por pouco e sorte, a bola preta não é encaçapada, diferente da bola branca.

Bufo e fico reta, vendo o Victor rindo de mim.

— Pensa pelo lado positivo, a bola preta não caiu.

Mostro o dedo do meio para ele.

O jogo continua. Eu consegui encaçapar a maioria das minhas bolas, assim como o Victor. Tinha chegado um ponto que todas, menos a bola 8, tinham sido encaçapadas, deixando o jogo mais competitivo. Começo a tamborilar os dedos sobre a mesa, vendo ele se posicionar para acertar a última bola. Por sorte, ele não acerta e eu solto uma risada irônica.

— Que pena — sou irônica, andando até ele. Me posiciono e miro na bola preta.

— Julieta! Abaixe a blusa.

Fico reta e encaro ele, cruzando os braços.

— Você atrapalhou a minha tacada vencedora para falar da blusa levantada? — pergunto calmamente.

— Você tem uma péssima mania de dormir sem roupas íntimas.

— Já estou vestida, para que botar algo por baixo? Não sei se você sabe, mas é recomendado dormir sem nada que aperte. Eu sou médica, lembra?

Minha Antiga Paixão - Minhas Paixões 03Onde histórias criam vida. Descubra agora