01. bleeding sun

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CASA DOS GRITOS. Seis da manhã.

Eu definitivamente sou uma pessoa burra. Que pessoa sã entraria em uma casa abandonada — e dizem as más línguas que também assombrada — com o sol raiando depois de uma noite de muita chuva?

Odiava Madelyn. E odiava ainda mais perder para ela.

Aposta estúpida.

Tudo começou no maldito jantar, depois de uma péssima aula de poções com o professor Slughorn, minha bela amiga queria me animar e decidiu que seria ótimo ver qual de nós duas conseguiria pegar doces da cozinha da escola.

Os pobres elfos ficaram zonzos olhando para Madelyn entrando na maior cara de pau e roubando de sua comida. Eu travei na porta.

Resultado: estou caminhando para uma casa que pode me matar. E o pior: perdi uma aposta.

Sei que meus amigos estão me olhando da cerca como se eu fosse um programa de televisão, então ando mais rápido para entrar de uma vez na maldita casa. Se fosse para acontecer minha morte, que fosse rápida e indolor.

Respirei fundo quando parei em frente a porta e a abri. Não sabia de onde tinha tirado tanta coragem.

— James?

Travei quando ouvi a voz, era mais como um sussurro.

— Sirius? É você? — a voz parecia ainda mais fraca.

Dei um passo a frente, questionando se realmente valia a pena continuar adentrando a casa sendo que claramente não estou sozinha.

Eu podia assumir que era uma covarde e seguir a minha vida bem longe desse lugar.

— Por favor...

Me assustei com a voz. Parecia tão desesperado para ver alguém. Segurei minha varinha com força que cheguei a ficar com medo de quebrá-la. Fui acompanhando a voz e quando fui para onde eu achava que era a cozinha, encontrei uma imagem que me deixou tonta.

Um garoto jogado no chão, com uma ferida aberta do peito até o umbigo. Tinha sangue por todo o lado, as roupas dele estavam vermelhas e o rosto pálido.

Ah, meu deus.

— Ah, meu deus.

Quando ele levantou o olhar consegui ver eles arregalados. Ele não esperava que eu estivesse por lá.

— Caramba — sussurrei.

— Por favor...

Os olhos dele estavam fechando.

Ele estava morrendo.

Instintivamente me sentei perto dele e olhei para o corte, nunca tinha visto tanto sangue na minha vida.

— Tá, preciso que você respire — dei tapinhas no rosto dele para que ele não apagasse — E preciso que mantenha os olhos abertos.

Ele assentiu devagar e eu tirei o meu casaco e o meu suéter. Ia ter que adiantar.

Amarrei meu suéter em volta da cintura dele com um pouco de dificuldade, ele estava tão fraco que não conseguia se mexer sem quase gritar de dor. Pensei em chamar meus amigos para ajudar, mas não tinha tempo.

Tentei lembrar dos feitiços medicinais que eu havia lido há alguns meses.

Pensa, pensa, pensa!

— Ah! — quase gritei de felicidade — Stanque Sangria. — falei apontando para o ferimento.

Repeti mais duas vezes até o sangue diminuir, e senti um peso sendo tirado do meu peito quando vi o resultado do feitiço.

— Acho que agora consigo te levar até a enfermaria.

BLEEDING SUN | REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora