25. in love?

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QUANDO SAÍMOS DE PERTO das arquibancadas, Remus quebrou o silêncio:

— Eu não pensei que ele ia mesmo se tornar um comensal.

— Mas Sirius dizia que o irmão ia se tornar de um jeito ou de outro — O Black mais velho parecia ter desistido de tentar convencer o irmão a sair daquele rumo.

— Eu acho que Regulus é como Sirius. Mas ele se sente cinco vezes mais pressionado para lutar com Voldemort por que nunca teve o suporte que demos ao irmão dele — Remus soltava o ar — Devemos falar para Sirius?

— Sim. É melhor avisar o que ouvimos do que não falar nada.

Esperamos o treino de quadribol acabar para contarmos a Sirius o que tínhamos ouvido. Eu não sabia o que ele iria querer fazer, mas esperava que tentasse parar o irmão, o ajudasse a sair desse problemão que ele estava prestes a se meter.

— Pensei que fossem ver o nosso treino, nerds — Sirius disse jogando os cabelos para trás.

— Não queríamos perder a cabeça — Remus se levantou da grama e me ajudou a levantar também.

— Precisamos falar com você, Sirius.

— Se querem um trisal comigo eu nego, apesar de vocês serem bonitões... — tentei segurar a risada.

— Não é isso. — Remus conteve um sorriso — É sobre Regulus.

Sirius fez uma expressão confusa.

— O que tem ele?

Remus olhou para mim, e então eu falei:

— Estávamos saindo do campo quando ouvimos ele falar com outro colega debaixo das arquibancadas sobre uma tatuagem. Bem, não qualquer tatuagem. — tomei ar antes de falar — A marca negra.

— Pensei que eles não iriam fazer até o momento de lutar, para não serem pegos — James perguntou confuso.

— Não é como se fossem colocar pessoas ricas em Azkaban. — Lupin indagou — Basta uma doação para o ministério se vender e fingir que não há pessoas poderosas do mundo bruxo indo para o lado de Voldemort.

— Ele fez a marca? — a voz do Black estava baixa.

— Não, mas vai fazer. No ano que vem, talvez.

Ele olhou de um lado para o outro antes de dizer:

— Regulus é grandinho. Ele pode fazer o que bem entender.

E saiu andando para longe de nós, olhei para os outros dois que estavam congelados no mesmo lugar e respirei impaciente antes de correr atrás de Sirius.

— Sirius! Sirius! — ele parecia me ignorar, mas quando o chamei pelo nome completo ele parou de andar.

— Não quero falar sobre Regulus, Eveline.

— Olha, eu sei que é uma situação de merda, mas não pode virar as costas para ele.

— Não estou virando, eu já tentei convencê-lo do contrário, mas ele escolheu continuar do lado dos meus pais.

Sirius nunca tinha me falado muito sobre a situação com os pais, mas eu sabia que era extremamente complicada.

— Ele escolheu? Tem certeza que ele teve escolha? — perguntei, e antes que ele tentasse me responder eu continuei — Sirius, vocês são diferentes. Você tem um grupo de amigos que nunca te deixou sem uma rede de segurança. Regulus não tem isso.

Regulus Black passava a maior parte do tempo sozinho, ele tinha colegas, mas não amigos de verdade. Não como Sirius tinha á Remus, James e Pedro.

— Mas ele tinha a mim, o irmão dele.

— Sirius, não transforme isso em uma briga de orgulho — segurei-o pelos ombros — Seu irmão está prestes a ir por um caminho que não tem volta. Não desiste dele. Se você conseguiu sair de um destino traçado para você desde pequeno, ele também consegue.

Ele me olhou impaciente.

— Odeio pessoas sábias.

— Isso significa que você vai me ouvir?

— Vou. — sorri quando ele confirmou — Mas tira esse sorriso da cara. Vai lá beijar o remuzinho.

Dei um tapa nele, e só depois fui me perguntar como diabos ele sabia que eu e Remus estávamos... bem, fazendo alguma coisa além de estudar, estudar e estudar.

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Olhei curiosa quando Remus se jogou sobre a bendita pedra e parou de ler o livro.

— Não quero mais. — foi tudo o que ele disse.

— Não quer mais o que?

— Esse lance de estudar. Odeio estudar. Acho que podíamos estar fazendo coisas melhores.

Revirei os olhos rindo, e ele colocou a mão sobre o queixo me olhando.

— Vamos estudar.

— Eveline Collins, pare de me torturar.

— Isso não é tortura.

— Não estou falando disso.

— E do que está falando, então?

O sorriso malicioso entregou tudo.

— Essa história já está me deixando confusa demais, que tal passar mais de uma hora sem me beijar?

— Você deveria ir a Azkaban por essa tortura — ri escondendo o rosto nas mãos.

— Tá, agora chega. Está tirando meu foco.

— Não vai me dizer que está apaixonada por mim, não é, Collins?

O olhei com toda a ironia nos olhos.

— Quem parece apaixonado aqui é você. Não consegue manter distância de mim nem por quinze minutos.

— Te garanto que não estou apaixonado — ele falou sério, e eu o respondi.

— Também te garanto que não estou apaixonada por você.

Cinco minutos depois, desistimos de estudar e voltamos ás atividades que agora, eram normais.

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BLEEDING SUN | REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora