BLEEDING SUN | REMUS LUPIN

42. kids

AS AULAS DO ÚLTIMO ANO eram especialmente difíceis. Eu estava gastando todos os neurônios que me restavam para conseguir fazer uma maldita poção. A poção Audiens faz com que quem beba fique com a audição aguçada por 24 horas. Sirius estava se esforçando só para conseguir ouvir as fofocas dos professores quando houvesse uma reunião.

Madelyn pulou do meu lado no instante em que o caldeirão do namorado dela explodiu. James começou a rir e Remus tentou segurar, vendo que Sirius estava com a cara toda suja e melequenta.

— Quero ver como você vai beijar aquela boca hoje — comecei a rir tirando uma com a cara de Madelyn.

— Depois de uns cinco banhos... — a loira riu e observamos enquanto o professor Slughorn tentava dar um jeito na bagunça.

Caminhamos para fora da sala no final e Remus segurou minha mão me levando para o gramado perto da cabana de Hagrid. Ele se deitou colocando a cabeça no meu colo enquanto eu folheava um livro.

— O que faremos depois da escola?

— Hum? — perguntei, um tanto desatenta.

— O que vamos fazer depois da escola? — abaixei o livro com a feição confusa — Vamos morar em um povoado bruxo? No que vamos trabalhar?

Aquilo tomou minha atenção. Por incrível que pareça, minha cabeça esteve tão cheia nos últimos tempos que eu nem pensei direito no que queria para depois de Hogwarts.

— Não tenho ideia. Você tem planos?

— Tenho pensado... — ele se sentou do meu lado, virando o rosto para mim — Acho que eu gostaria de ensinar alguma coisa.

— Mesmo? — sorri.

— Sim. Não sei... eu vejo os nossos professores e gosto do que eles fazem.

— Pensava que você se interessava em ser auror.

— Esse é o lance de Sirius e James, acho que não levo jeito.

— Você seria ótimo em qualquer coisa.

— Sua puxa-saco — soltei uma risada e ele segurou as minhas mãos — E você?

— Bem... não sei. Não pensei nisso ainda.

— Você seria uma professora muito gata. Os alunos iam dar em cima de você o tempo todo. Eu ia ficar louco.

— Então é melhor eu não ser professora — sorri, já que aquela ideia nunca nem passou pela minha cabeça. Era uma das profissões que eu não me interessava nem um pouco — Gosto de escrever.

— Livros?

— Não sei se livros, exatamente... escrevo qualquer coisa. Gosto de ler. Acho que me daria bem trabalhando em algo assim.

— Talvez em um jornal.

— É uma boa.

— E onde vamos morar? — ele perguntou.

— Ah, eu não tenho ideia. Não quero ficar tão longe da minha família, mas também quero um lugar só nosso.

— Povoados bruxos são interessantes.

— Pode ser. E os nossos filhos?

— É complicado. — ele murmurou.

— Sua condição não vai nos interferir nisso, Remo.

— Eve, não é tão simples.

— Na verdade é sim. Se tivermos uma criança que tenha essa condição, vamos cuidar dela do mesmo jeito que cuidamos de você. Não é como estar criando um monstro.