34. couple things

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ACORDEI NO DIA SEGUINTE parecendo um zombie. Não tinha lembrado de como havia chegado na minha cama, mas encontrei duas cabeças curiosas me encarando assim que acordei.

— O que foi? — coloquei a mão sobre os olhos, tentando enxergar através a luz do sol que vinha da janela.

— O que você fez ontem á noite? — consegui enxergar Jade e Beth.

— Porque acham que eu fiz alguma coisa?

— Para começar, você saiu de mãos dadas com Madelyn Jones. Depois, apareceu e saiu correndo com Remus e ai você só voltou duas horas depois e dançou agarradinha com ele. — Beth disse com uma cara de choque.

— O que você acha que eu fiz? — eu sabia que ela sabia o que eu tinha feito.

— Fala logo! — Jade estava tão ansiosa que eu me assustei.

Só levantei as sobrancelhas e elas ofegaram, deram voltas pelo quarto com a mão na boca.

— Não acredito que você deu! — Beth quase gritou.

— Cala a boca! — me levantei e tampei a boca dela.

— Desculpa, desculpa! — ela disse ainda em choque.

— Não acredito que isso aconteceu, eu achava que você era uma freira.

— Estou me sentindo uma vadia agora.

— Bem, você é um pouquinho — Jade brincou — Como foi?

Fiz uma careta.

— Não vou contar nada á vocês. Que estranho.

— Eve, só fala como foi, define em uma palavrinha. — Beth pediu.

— Somos virgens e curiosas — Jade acrescentou.

Respirei fundo.

— Foi natural. Não sei como explicar, só parecia certo e fizemos.

Elas pareciam confusas.

— Vocês estão juntos agora, né? — Beth arqueou uma sobrancelha.

— Bem, acho que sim.

Elas sorriram, e quando me virei para arrumar minha cama senti ambas me abraçarem por trás.

— Estamos orgulhosas de você, putinha — dei uma cotovelada em Jade.

Beth me deu um jeito na bochecha e elas saíram do quarto, rindo.

Me sentei na janela depois de arrumar minha cama e coloquei as mãos no rosto, não sabia bem o que fazer agora. No mesmo instante senti vontade de escrever para minha mãe.

Eu queria contar para ela o que tinha acontecido. Tudo.

Peguei um pergaminho e comecei a escrever.

"Querida mamãe,

Bem, não sei nem por onde começar. Muita coisa aconteceu na última semana, e sinto que deveria te contar. Sabe aquela parte importante da vida das pessoas quando elas tem um contato MUITO íntimo com alguém? Eu tive isso. Ontem. No baile. Não exatamente no baile, mas foi na hora em que estava acontecendo. Sei que parece confuso, mas é que não sei como você vai reagir á notícia. No entanto, sei as perguntas que vai fazer, então irei poupá-la e respondê-la: Foi com Remus (o garoto que você viu na estação), tivemos cuidado e também não fui machucada em nenhum momento. Não tenho muita certeza se enviarei isso, mas caso eu tenha enviado e você esteja lendo, não precisa sair pulando pela sala ou chorar porque sua filha está crescidinha, pois sempre serei sua princesinha. (que clichê, ew!)

Te amo,
Eveline"

Fechei a carta e sem pensar muito fui até onde minha coruja estava — junto com todas as outras corujas dos outros alunos — e enviei a carta para minha mãe. Esperava acordar amanhã sem ser chamada até a sala do diretor porque de repente, mamãe decidiu me visitar.

Quando estava quase voltando para o quarto, vi Remus caminhando até aqui.

— O que faz acordada tão cedo? — ele colocou sua mão em meu ante-braço.

— Fui enviar uma carta para minha mãe. O que você faz acordado tão cedo?

— Estava planejando ir acordar você, mas você estragou tudo — ri e demos as mãos — Está com fome?

— Morrendo. Não acredito que não belisquei nada daquela comida inteira que tinha no baile.

— Então você realmente precisa comer, vamos nessa.

Algum tempo depois, estávamos comendo no salão principal que estava quase inteiramente vazio, exceto por umas três pessoas. Remus ficou me vendo comer que nem um psicopata.

— Se continuar observando cada respiro que eu der...

— Vai me bater, eu sei — ele me poupou do trabalho de terminar a frase — Não estou certo de que isso é um relacionamento saudável.

— Eu nunca disse que seria — ri, tirando sarro — Então, estamos em um relacionamento?

— Ah, você não sabia? — acenei a cabeça negativamente — Nós estamos. Sinto muito por isso.

— Eu vou superar — coloquei a mão no coração, fingindo estar profundamente magoada.

Terminamos de comer e fomos até a pedra no lago para estudar, na verdade, só ele estudou, pois eu estava quase dormindo.

— Acho melhor voltar para o quarto — ele disse baixo.

— Estou morta de preguiça. Não consigo dar nem dois passos.

— Terei que te carregar?

— Seria oportuno. — fechei os olhos com a cabeça apoiada nas mãos, ele tirou o cabelo que estava caindo no meu olho.

Ele se levantou deixando os livros sobre as pedras, depois, segurou a minha cintura me fazendo ficar em pé e subir nas suas costas.

— Agora é cavalinho? — perguntei rindo.

— Pelo visto, não só agora — dei um tapa na cabeça dele quando entendi o segundo sentido — Desculpa!

— Você é um pervertido, Remus Lupin.

— Eu peço perdão pelos meus atos.

Foi bom a escola estar quase inteiramente vazia, por que ninguém viu Remus me carregando até o meu dormitório.

Quando deitei na cama, dormi instantaneamente.

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BLEEDING SUN | REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora