24. lorde voldemort

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EU CONGELEI NO MESMO lugar assim que vi a forma do diretor diante dos meus olhos. Não era o momento perfeito para ver uma figura de poder.

— Ah, senhor Lupin, senhorita Collins — ele disse calmo — Receio que não deveriam estar aqui.

— Bem... não... nós... — falhei em todas as tentativas de formular uma frase perto do diretor.

— Fomos trancados aqui, diretor — Remus falou, ele parecia estar evitando olhar em minha direção.

— Bem, então estão livres agora, podem ir.

Caminhei para fora da sala mas o diretor segurou o ombro de Remus.

— Senhor Lupin, se importa de me ajudar?

— De forma alguma, senhor.

Antes que o diretor me visse de novo, saí correndo pelos corredores, mesmo com uma vontade incessante em meu peito de falar com Remus.

Só quando cheguei ao meu quarto foi que percebi.

Remus Lupin tinha sido o meu primeiro beijo.

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O que se deve fazer quando você beija o seu melhor amigo?

Bom, é simples.

Não beije o seu melhor amigo.

Eu pensava que meus pensamentos voltassem a funcionar quando eu saísse daquela sala, mas eles pareciam ainda mais bagunçados.

Isso significava que eu estava certa?

Era muitas dúvidas para uma cabeça só.

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Esperei que o dia passasse e voltei às minhas aulas. Não tinha visto Remus desde a tarde anterior, e não sabia se ele tinha me procurado também. Eu devia estar ficando boa nessa coisa de fingir que está bem, por que nenhuma das meninas tinha notado que algo importante tinha acontecido.

— É aula de voo agora? — Beth perguntou e nós três assentimos.

— Odeio praticar qualquer atividade física. — Lauren falou enquanto folheava um livro — Onde deixei o meu marcador?

— Está falando disso aqui? — Kyle surgiu na frente de Lauren e a entregou o tal marcador.

— Obrigada — ela sorriu.

— Olá meninas, Eveline, posso falar com você? — ele pediu apontando para um canto do corredor e eu o acompanhei.

— Está tudo ok?

— Sim, sim. — ele assentiu algumas vezes — Eu só queria... bem, considerando a última vez que nós saímos juntos...

Ele foi interrompido por uma sombra atrás de mim.

— Eve, preciso falar com você. — senti uma palpitação quando vi que era Remus.

— Ah, eu...

— Não dá pra esperar? — Kyle falou impaciente segurando o meu braço.

— Eveline, por favor — Remus parecia genuinamente preocupado.

— Me desculpe Kyle, eu falo com você depois, eu prometo — soltei meu braço do dele e segurei o de Remus quando ele estendeu o oferecendo para mim.

Caminhamos até uma sala pequena embaixo das escadas, assim que ele fechou a porta e olhou para mim, me beijou de novo.

— Você pareceu preocupado, pensei que algo tinha acontecido — eu disse enquanto ele passava suas mãos sobre o meu pescoço.

— Acho que estou ficando bom nesse lance de fingir — ele riu e me beijou de novo.

Dessa vez, era mais quente do que o outro.

Eu mal conseguia respirar, mas não ligava. Só queria beijá-lo de novo e de novo.

Ele passou suas mãos para os meus ombros, beijando meu pescoço. Um arrepio percorreu meu corpo inteiro e ele deu uma risada baixa, que me fez querer batê-lo.

Puxei ele de volta pela gola da camiseta e o beijei, ele ficou surpreso já que era a primeira vez que eu tomava a iniciativa. Suas mãos apertaram a minha cintura.

— O que estamos fazendo? — ele sussurrou entre um beijo e outro.

— Eu não sei, mas é melhor você não parar — ordenei e um sorriso curto – e malicioso – se abriu em seu rosto.

Acho que ficamos cerca de mais vinte minutos dentro daquela sala.

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— Onde ele está? — perguntei quando Remus me ajudou a subir em um dos bancos na arquibancada. Estávamos indo ver o treino de quadribol de Sirius e James.

— Vão começar em alguns minutos. Eles sempre se atrasam.

Nos sentamos e esperamos em silêncio. Eu não sei por que estava uma pilha de nervos ontem sendo que agora estou tão confortável quanto antes de tudo acontecer. Parecia que nada tinha mudado, e isso era bom.

Mesmo não fazendo ideia do que exatamente estava acontecendo entre nós, eu não me importava que colocássemos nome nisso agora.

— Lá vem eles — Remus apontou para a vassoura subindo, era Sirius. Ele fazia uns giros malucos em cima daquela coisa.

— Desde que ele não chegue perto da nossa cabeça, tudo certo — Remus riu relembrando o dia no lago em que Sirius quase matou um de nós.

— UOOOOOOOOOOOOOOU! — James passou perto de nós com a vassoura, perto o suficiente para quebrar um nariz se estivesse mais próximo.

— Acho melhor não ficarmos aqui.

— Eu concordo. — Remus segurou a minha mão e saiu me puxando, antes que um de nós acabasse morto por um dos dois delinquentes.

Quando estávamos descendo as escadas para voltar ao gramado, ouvimos uma conversa em baixo de uns degraus onde estávamos. Remus não prestou atenção, mas puxei a sua mão e levei o dedo a boca para que ele fizesse silêncio.

— ...Não dói muito, só o normal. É linda — pude ver por uma das brechas que um menino loiro levantava a manga e mostrava uma tatuagem que parecia uma espécie de caveira com cobra. Não precisava de muito esforço para saber o que aquilo significava.

Era a marca dos seguidores de Voldemort.

— Quando você vai fazer a sua? — o garoto loiro perguntou ao garoto de cabelos negros.

— No ano que vem. — ele tinha uma voz grossa.

— Não vai dizer que está com medo, não é, Regulus? — Lupin me olhou com puro choque no rosto.

— Nunca. Quando chegar a hora, lutarei do lado do lorde das trevas sem pestanejar.

Eu sabia quem Regulus era. Todo mundo sabia. Era o irmão mais novo de Sirius.

E aparentemente, um comensal da morte em potencial.

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BLEEDING SUN | REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora