03. food and friends

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EU NÃO CONSEGUIA ACREDITAR no que estava acontecendo. Só podia ser uma piada de muito mal gosto.

— Eu não vou fazer isso! — falei alto —Perderam a cabeça?

— Então você vai contar para alguém.

— Porque eu contaria? Eu nem sei o que aconteceu lá. Eu só vi ele todo machucado e quase morrendo!

— Pessoal... — todos se viraram para Lupin quando ele falou — Talvez haja outra maneira...

— Não há. Não tem garantia de que ela não conte.

— Porque estão fazendo disso algo tão grande? Por acaso tentaram matar ele ou o quê? — quando falei isso um silêncio mortal caiu sobre a sala.

— Se continuarem insistindo nisso, terei de contar a ela. — ele falou mais baixo, evitando me olhar.

Me senti culpada pelo tom de voz junto de suas palavras.

— Olha, desculpa. Eu não quero saber de nada, não tenho interesse em saber o porquê você estava lá.

Ele levantou o olhar, seus olhos castanhos pareciam tão escuros quanto o céu da noite agora.

Aquilo era tão importante para todos eles, e eu jamais contaria. Se eles precisavam de uma garantia, tudo bem. Não arrancaria pedaço, não é?

— Tudo bem, eu faço. — Eles me olharam agora.

— Não! Não precisa! — Lupin disse alto — Isso é besteira, estupidez. Não faça isso.

— Está tudo bem. Eu não vou contar, não vai ter problema.

— Claro que vai, é um voto perpétuo. Magia altamente perigosa — ele disse, tentando me convencer ao contrário.

— Se eu não quebrar o voto, nada acontecerá. Então tudo bem, faremos isso.

Quando percebi, estava dando as mãos a Sirius.

— Qual o seu nome? — James perguntou.

— Eveline. — sussurrei — Eveline Collins.

James apontou a varinha para nossas mãos entrelaçadas, Pedro foi para o lado de Lupin e os dois nos encaravam perplexos com o que estávamos fazendo — para ser sincera, nem eu conseguia acreditar.

— Eveline Collins promete perante á sua vida que, enquanto dias tiver pela frente, jamais dirá uma palavra sobre o que aconteceu com Remo na manhã de hoje para mais ninguém além de nós, nessa sala.

Linhas azuis saíram de sua varinha enroscando em nossas mãos.

Eles me olharam com expectativa, esperando eu disser as duas palavras para que aquilo se tornasse definitivo.

— Eu juro.

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Passei o resto do dia pensativa, assim que saí da sala precisa e caminhei para a minha aula de poções, não tirei do meu pensamento o que eu havia acabado de fazer.

As linhas azuis ardiam, eu podia sentir em minhas entranhas que era magia forte e pesada. Magia das trevas.

Cobri a mão com a manga e fui para a sala, logo tendo um interrogatório com Madelyn e Thomas.

— Está tudo bem, não se preocupem. — quando neguei pela milésima vez e eles perceberam que eu não ia falar nada, se calaram.

Tentei anotar o que conseguia, mas não consegui me concentrar muito nas aulas. Tinha sido um dia tão esquisito, tão fora da minha monotonia que me deixou totalmente desconcertada.

BLEEDING SUN | REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora