16. new year!

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SEXTO ANO. MAL PODIA acreditar. Um vento gelado percorria a estação e me arrependi assim que pisei para fora do carro de não ter deixado meu maldito casaco fora da mala.

— Como foi o seu verão? — Beth me perguntou me oferecendo um pouco da sua pipoca murcha.

— Legal, e a sua?

— Ótimo, tenho muito para contar a vocês mais tarde.

Senti minha pele ficar mais aquecida quando algo caiu sobre meus ombros, quando olhei para trás pude ver Remus.

— Oi —  ele disse e no mesmo momento pulei em cima dele e o abracei, enquanto meu rosto estava no ombro dele vi James, Pedro e Sirius se aproximarem de nós.

— Tá, chega — James separou nós dois do abraço.

— O que foi? — perguntei enquanto Sirius caminhava para perto de Jade.

— Estou carente hoje, não quero ver casais felizes a minha volta.

— Não somos um casal. E Lily Evans ainda não aceitou seu convite para sair? — ele negou com a cabeça — Deve ser porque ela tem um cérebro.

Ele colocou a mão no peito e fingiu a cara de choro.

— Ela é a mulher da minha vida.

— Ela só não sabe disso ainda — Remus completou.

— Como foram as férias de vocês?

— Sirius quebrou a vassoura de novo, e eu engordei alguns quilos — James colocou a mão na barriga — Em alguns meses sentirei os chutes do meu filho.

Ri e olhei para Remus de novo — E você?

— Eu o que? — ele colocou a mão nos bolsos.

— Como foram as suas férias?

— Boas.

— Só isso?

— Ah não, ele sentiu a sua falta dia e noite e ficava falando Eveline para lá, Eveline para cá — Sirius debochou e todo mundo riu, menos eu e Remo.

— Está sabendo demais da minha vida, Sirius. Vou te contratar pra ser meu assistente. O salário vai ser um pacote de ração por semana.

Remus arrancou risadas de todo mundo, e apesar de Sirius tentar fazer cara de mau, não adiantou de absolutamente nada porque ele também riu.

— Essa foi a melhor de todas — falei tentando parar de rir.

— Acho que vou investir na carreira de comediante — Remus disse me puxando para o trem junto com os outros.

— Vai passar fome, então — Sirius estava com os braços em volta de Jade.

Chutei a perna dele e ele me deu a língua de volta.

— Tá, crianças, chega — Remo colocou a mão na cabeça de Sirius o fazendo olhar para a frente e passou o braço sobre meus ombros.

— Olha lá o amor da sua vida — apontei para Lily Evans e James seguiu meu dedo — Por que não vai lá avisar para ela?

— Eu já avisei quinhentas vezes.

— Talvez esse seja seu ano de sorte — tentei animá-lo, ele realmente gostava daquela garota.

— Quem sabe — ele deu de ombros e fomos até a cabine.

A viagem passou rápido, todo mundo colocava as notícias em dia e falamos sobre nossas aulas esse ano também. Bom, eu e Remo falamos sobre nossas aulas. James e Sirius fingiram dormir durante esse tópico.

Pedro estava menos tímido, ele conversava mais com todo mundo e até fazia piadas algumas vezes.

Quando chegamos ao castelo, fomos direto para o salão principal para o jantar. O banquete estava especialmente magnífico hoje.

— Vejo você depois — Remo falou antes de caminhar para a mesa da grifinória com os outros meninos.

— Aí, aí... — Lauren fez uma cara engraçada.

— O que foi?

— Se você não percebeu, eu que não vou dizer — as outras meninas riram e eu levantei a sobrancelha. Ainda não tinha pegado seja lá o que fosse que estava no ar.

Depois do sorteio das casas do primeiro ano e o chapéu seletor cantar a sua bendita música (que durou quase seis minutos) o diretor se levantou e caminhou até o seu palanque.

— Boa noite alunos e professores de hogwarts — a barba dele estava ainda maior — Sejam bem vindos para mais um ano de estudo. Aos alunos antigos, vocês já conhecem as regras. Aos novos, devo dizer que a floresta proibida é extremamente perigosa.

Ele explicou as regras que sempre diz todo ano.

— Nos últimos tempos, uma ameaça tem sido ainda maior no mundo bruxo. O ministério não queria que eu falasse sobre isso com vocês, mas eu acho necessário. Forças das trevas tentam penetrar as paredes desse castelo neste exato momento, e é preciso que saibam, que em algum momento, todos nós teremos que lidar com os fatos, e vai ser escolha de vocês de qual lado irão lutar.

Ouviu-se um murmúrio na mesa da sonserina.

— Sem mais delongas, vamos nos deliciar com esse maravilhoso banquete.

Fiquei pensando por um bom tempo no discurso do diretor. Eu não tinha lido muito sobre, mas eu sabia que havia forças das trevas ameaçando o bruxo mais do que na primeira guerra.

O nome dele era Voldemort.

— Ouviu o discurso de Dumbledore? — perguntei para Remus.

— Sim, acho que tem algo a mais acontecendo que o ministério não quer que saibamos.

— Mas vamos saber uma hora ou outra, não é? Não vão poder esconder isso para sempre.

— Não sei. Esses tempos tem sido estranhos, muita gente desaparecendo ou morrendo, e poucas indo para Azkaban.

— Como assim desaparecidos?

— Não leu o profeta diário? — balancei a cabeça — Alguns funcionários do ministério desapareceram em missões, e ninguém sabe explicar como. Nem os aurores, e normalmente eles sabem de tudo.

— Acho que não vai ser difícil notar quem vai ou não vai para o lado de Voldemort. — apontei com a cabeça para um grupo de sonserinos que faziam gestos fingindo lançar uma das maldições imperdoáveis no outro.

— É nesse momento que escolhemos o lado para lutar.

— Acho que não é questão de escolha. Nós nunca poderíamos lutar do lado dele por ser quem somos, o povo dele quer matar pessoas como nós. Quem luta do lado dele tem a mesma ideologia.

— Não acho. Voldemort é mestiço e mesmo assim odeia trouxas com toda a força do mundo.

— É, tem vezes que não faz o mínimo sentido. Só espero que isso não vá longe demais. Não quero viver uma guerra.

— Infelizmente, acho que vamos viver uma.

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BLEEDING SUN | REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora