O Tempo da Leoa

Capítulo 86

Eu estava com o rosto no peito do Nam. JK veio e nos abraçou chorando também, ele queria dizer alguma coisa mas não conseguiu, RM disse pra ele "tudo bem Cookie". Jin escondia o rosto com as mãos. Jimim chorava mas parecia que e a ficha ainda não tinha caído. J-Hope estava paralisado, aquela tristeza toda definitivamente não era pra ele.

Eu: — Me perdoem... ter que dar essa noícia... em um dia feliz, mas eu precisava contar.

RM: — Nina, respira — ele disse entre secar o meu rosto e o dele próprio

Jin: — Noona, eu sinto muito, muito mesmo. — eu só acenava com a cabeça pra ele.

Eu: — Eu preciso ver o Tete — e me levantei e fui seguida por RM. Tete tinha saído andando pela areia e eu fui andando rápido tentando alcançá-lo.

Suga: — Isso vai ser difícil, eu vou atrás deles. — parou um momento — Só lembrem de uma coisa: é ela quem está doente e quem mais precisa do nosso apoio agora. Nosso irmão RM também claro. Eu vi como ele ficou quando soube, e era de cortar o coração, de verdade. Agradeçam por não estarem no lugar deles. Guardar o segredo deles foi difícil pra mim, imagina pra eles.

Eu: — Tete! — eu chamava e ele continuava andando — Tete por favor! Espera! — mais a frente — Tete vamos conversar? Por favor. — eu não tinha fôlego e assim parei de andar e apoiei as mãos nas coxas.

V: — Por que você não me contou? — ele estava com raiva — eu teria procurado médicos pra te ajudar — eu tentava interromper mas ele não deixava. — você não se cuidou direito e ficou assim.

Eu: — Não Tete. Não... — RM estava se aproximando e Suga logo atrás.

V: — Contou pra eles mas não achou que eu ia ajudar?

Eu: — Eu não contei.

RM: — V, se acalma um pouco, se você escutar vai entender.

V: — Não vou entender. Como que vocês não me contaram uma coisa assim? Logo você que eu achei que ia querer tentar de tudo.

RM: — V, Você acha que eu não tentei?

Eu: — V não fica.. com raiva de mim,... por favor...

RM: — Nina, respira.

Eu: — Tudo... que... eu queria... era poupar vocês. Preferia... morrer... de repente,... sem nenhum... aviso. — parei tentando respirar, ajoelhei sem forças pra ficar em pé. RM correu pro meu lado e Suga se aproximou.

V: — Vão embora, me deixa!

Eu: — Tete, por favor — e sem forças apaguei.

RM: — Nina? Nina? Não!! Nina?? Abre os olhos amor, por favor.

Suga: — Droga V! Precisava disso? — ele colocou a mão na frente do meu nariz — ela tá respirando RM, fica calmo.

RM: — Tem certeza? — ele chorava desesperado — me ajuda a colocá-la nas minhas costas.

Nisso Jin se aproximou e disse que me carregaria até a casa. RM estava sem condições. Suga pediu que Jimim e JK ficassem com V.

Ali na casa da praia RM trocou a minha roupa. Eu voltei a consciência enquanto ele me vestia.

Eu: — Cadê o Tete.

RM: — Nina, Amor, agora não, só respira por favor.

Eu: — Desculpa, Nam.

RM: — Tudo bem. Vamos dar um tempo pra vocês dois se acalmarem.

Eu: — Ele só precisa de tempo né? Ele vai falar comigo não vai? — eu não conseguia me segurar e comecei a chorar e soluçar de novo, todos me ouviam.

RM: — Amor, por favor se acalma, você tá me deixando nervoso. Quando chegarmos a Seul você vai ao médico, ok? Você fica emocionada e se descontrola... Se acalma, por favor? — eu fiz que sim com a cabeça e ele com a mão me fez apoiar no ombro dele.

No caminho de volta estavam todos mudos. Eu sentada lá na frente do lado do RM e do Jimim e lá no fundo Tete com Jin. Quando chegamos ao Hotel RM saiu comigo na frente e não me deixou esperar por ninguém e fomos direto pro quarto. Tomei banho, e quando saí RM estava arrumando as malas e comecei a fazer o mesmo.

Acordei no meio da madrugada mas não abri os olhos, eu sentia RM se mexendo ali na cama e fiquei quieta. Ele colocava a mão sobre meu peito e ficava um tempo, depois aproximava os dedos do meu nariz. Só pensei: O que eu estou fazendo com meu amor? Tô fazendo ele enlouquecer! Sem abrir os olhos o abracei e senti rosto dele molhado perto do meu. Eu precisava segurar minha onda pra não preocupá-lo mais ainda, ele estava sofrendo muito e era culpa minha.

No avião tivemos muito tempo já que a viagem é longa. De vez em quando aparecia um dos meninos, sentava perto de mim e conversávamos um pouco. Consegui me segurar e respondia ao que me perguntavam. Todos me perguntaram se eu estava com dor, se eles podiam ajudar em algo, se eu estava tomando remédios, se havia alguma restrição já na minha vida. Eu disse que não, que não estava com dor, mas estava triste claro, eu não queria partir. Falei que ajudava quando os via felizes, saudáveis e sendo eles mesmos. Não tomava remédios e quanto às restrições, eu não queria colocar ninguém em risco então eu não dirigia mais. Também como andava muito cansada não fazia atividades físicas intensas. Isso era triste porque não podia mais ir pedalar com Namjoon. Queria curtí-los ao máximo enquanto podia. Todos vieram menos Tete.