Logo apareceu o Sr. Lee pra nos levar. Fui conversando com V no carro e disse que ele ia precisar uma bandeja grande, dessas que usam pra café na cama, pois assim ele poderia usar como escrivaninha e ele gostou da ideia. Ele me contou que marcou com o médico dele à tarde para me apresentar.
A conversa com o PD foi rápida, 20 minutos, mas muito produtiva. Ele expôs tudo que esperava que o V fizesse nesse período como estudar, compor e se tratar claro. Ele tinha alguns compromissos de fotos e alguns outros eventos em que poderia permanecer sentado que não foram cancelados. Fui anotando tudo na agenda. Ele liberou o V e em 5 minutos tratamos da minha presença ali. Assinei o contrato definitivo de trabalho, me deu um crachá da empresa. Chamou alguém pelo telefone e veio um senhor de aparência bem calma falar comigo, acredito que ele era do RH. Falava inglês precário, mas foi o suficiente. Passou todas as instruções referentes a banco e a plano de saúde. Deu-me uma bolsa com um kit da Big Hit com computador, telefone, 5 camisetas com a logomarca, um boné, uma agenda, e até um guarda-chuva. Tinha outra sacola com um único item: um casado enorme. Acho que frio eu não ia passar. Andou comigo pela empresa e me mostrou vários setores. Vi as salas de dança, os studios com muitos instrumentos, salas de reunião, vários departamentos, sala de troféus, e me deixou na sala da segurança onde me apresentou ao Sr. Choi. Este passou mais de uma hora me passando os principais protocolos de segurança referente aos meninos. Apresentou-me cada um dos seguranças que ficavam junto aos meninos, e quando por último me apresentou o segurança do V ele se curvou bastante e quando se levantou disse "Amsaja". Eu fiquei sem entender e o Sr. Choi disse que todos sabiam o que tinha acontecido no Brasil, que eu era a Leoa. Eu ri e eles sorriram me saudando. Pelo menos o respeito deles parece que eu ganhei porque as outras pessoas ali da empresa ou me ignoravam ou me olhavam com desdém ou antipatia. Uma estrangeira morando com os meninos... Claro que não ia ser fácil. Cabelo, maquiagem, figurino, cada setor com seus funcionários. Na área de figurino duas moças vieram me cumprimentar e me mostraram uma das calças do V que coloquei velcro. Elas não falavam inglês, mas entendi que tinham achado boa a idéia.
Na hora do almoço consegui sair pra comprar roupas. Comprei 2 jogos de moletom, um pijama, duas camisetas básicas, duas calças sociais, 3 camisas, roupa íntima, meia calça e meias. Comprei também um par de chinelos e um par de sapatos que me pareceram quentinhos. Se até sexta minhas malas não aparecessem eu teria que comprar mais roupas. Guardei as notinhas pra pedir o reembolso a Cia Aérea.
Eu estava atrasada pra me encontrar com V, entrei correndo na empresa com aquelas sacolas e o encontrei já na recepção conversando com o resto do grupo. Quando me aproximava RM saiu do grupo e se afastou. Nossa, isso magoa, principalmente porque não sei o que fiz pra ser tratada assim. Logo esse pensamento saiu da minha cabeça quando ouvi o já recorrente "Noona!" do V. O Sr. Lee chegou já pegando minhas sacolas e fomos para o carro. Chegamos a um Hospital magnífico. Não fiquei com vergonha do hospital que o atendeu no Brasil, pois afinal até onde sei a parte médica foi bem feita, mas aquilo ali era um luxo. Entramos em um consultório enorme onde um homem muito alto e magro nos aguardava. Ele de cara me pareceu arrogante, mas pelo que o V me contou ele era o melhor médico ortopedista da Coréia do Sul então por mim tudo bem. V nos apresentou, o nome dele é Dr. Song. Ele deu um resumo da situação da perna do V: faria em dois meses nova cirurgia e depois desta estaria com uma nova estrutura metálica na perna que permitiria que ele andasse de muletas. Pedi mais detalhes e ele pareceu meio irritado, mas foi contando e quando acabou perguntei se ele indicaria um fisioterapeuta para acompanhar o caso do V. Ele disse que por enquanto não precisava, mas eu insisti argumentando que queria que ele estivesse com o resto do corpo em forma para poder se locomover bem de muletas e que sua postura não fosse prejudicada e que ao final do período com a perna imobilizada faltasse o mínimo possível pra ele voltar a andar bem, dançar, correr e pular. Ele desistiu e me passou o contato do fisioterapeuta. Agradeci, dizendo pra ele me avisar caso houvesse qualquer outra indicação. Levantei e quando íamos saindo ele veio abrir a porta pra gente. Só pensei: subestimou-me, né? V me olhava e ria, posso jurar que ele pensou o mesmo que eu.
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O Tempo da Leoa
FanficEsta é a história de uma mulher madura que por um acidente do destino acaba se envolvendo com o BTS e vai parar na Coreia do Sul. Ela acaba se apaixonando por um homem inatingível: mais novo, lindo, famoso, rico e pra piorar não a vê com bons olhos...