Capítulo 04

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-Você já terminou?- Talles atende ao telefone.

-Sim. Ouça, você precisa vir até aqui.

- Eu pensei que nós já havíamos estabelecido isso antes.

- Eu sei. Eu só preciso ter certeza que você não se distrairá com Victoria novamente. Eu preciso discutir algo realmente urgente com você. - Eu explico enquanto fecho o último botão do meu jeans.

- Está tudo bem? - Ele pergunta, e eu aprecio o tom preocupado em sua voz.

- Sim, eu só preciso do seu conselho. - Eu o tranquilizo.

- Deve ser sobre uma garota, então. - Eu ouço o sorriso arrogante em sua voz.

- Algo parecido com isso. - Eu dou de ombros, embora eu saiba que ele não pode me ver. - Traga cerveja.

- Ok, deixe-me ver se entendi direito?- Talles olha para mim em completa descrença.

Tomo outro gole da minha cerveja e indico com a minha mão para ele prosseguir.

- Sua chefe... a patroa malvada egoísta sobre a qual Victoria e eu temos ouvido falar sem parar durante os últimos dois anos, a mulher que tem estado no centro de cada aneurisma, cada birra e cada deboche bêbada que você já estrelou, será sua namorada de mentira pelas próximas três semanas?- Eu aceno quando Talles para. - E você está fazendo um favor a ela porque ela disse alguma mentira ridícula para os pais dela sobre estar em um relacionamento, quando na verdade tudo o que ela vem fazendo nos últimos dois anos e meio, pelo que nós sabemos, é diminuir sua expectativa de vida e inibições.

- Não se esqueça que ela recomendará o meu livro para Arthur. - Eu aponto indignada.

- Oh, sim, não vamos esquecer disso, por favor! - Talles joga as mãos para o alto e ri antipaticamente. De algum modo, sinto que não gostarei de para onde isso está indo. - Diga-me uma coisa, Gigica.

Eu estreito meus olhos para ele em sinal de advertência. Ele sabe que eu odeio esse maldito apelido. Ele apenas sorri mais brilhante em resposta.

- Ela te deu alguma garantia que a Amanhecer publicará seu livro?

Eu franzo a testa para a sua pergunta e concentro nos meus dedos, que estão pegando distraidamente o rótulo da garrafa de cerveja. Eu sei que deveria ser um sinal de frustração sexual, mas tenho certeza de que todos nós podemos concordar que é uma mentira óbvia.

- Bem... não. - Eu suspiro, colocando a garrafa vazia sobre a mesa ao lado.

- Então, você não tem nenhuma garantia de que eles se preocuparão em olhar para a coisa, mesmo depois que a sua Senhorita Kalimann fizer "a ligação"? - Ele faz aspas no ar para enfatizar seu desgosto com uma lenta agitação de cabeça.

Ele está me dando um olhar de como você é imbecil.

- Não, eu não tenho. Mas, eu não quero necessariamente essa garantia. Tudo o que eu quero é que a pessoa certa o leia. - Não é que seja super confiante, mas eu sei que meu livro é bom. Estou certa de que eles entenderão o que estou tentando dizer com isso uma vez que eles verdadeiramente derem a ele um tempo do dia. - Muito arrogante?

Talles bufa e joga os braços para trás da sua cabeça, observando-me pensativamente.

- Não é isso, Gi.

Eu suspiro pesadamente e levanto para pegar outra cerveja da cozinha. Volto e solto uma gelada nas mãos à espera de Talles.

- Por favor, esclareça para mim então. - Ele bebeu metade da cerveja em um gole.

A Proposta (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora