Capítulo 19

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O homem está parado pasmo e sozinho, mãos enfiadas em seu cabelo. E Rafaella se foi. Eu torço meu corpo para longe de Fernanda e giro um círculo completo, desesperadamente à procura de um vislumbre de prata. Nada.

- Porra! - Eu exclamo e começo a empurrar meu caminho através dos parasitas ao meu redor.

Posso fracamente ouvir Fernanda chamando meu nome sobre os acordes finais da música, mas dificilmente me importo de dar a ela um segundo olhar.

Isto foi longe demais. Não posso acreditar no quanto eu fui idiota. Porra!

Chego em nossa mesa para encontrar Manoela empoleirada no colo de Júlio, beijando seu pescoço bastante entusiasmada. Júlio me vê primeiro e me dá um sorriso preguiçoso.

- Ei - Ele acena - Bela Loira!

- Sim - Eu suspiro impaciente e empurro meus dedos pelo meu cabelo - Você viu a Rafa?

- O quê? - Júlio pergunta com uma expressão confusa e procura na pista de dança atrás de mim - Ela não está mais se esfregando contra o cara?

- Não - Eu rebato em frustração.

- A bolsa dela não está aqui? - Manoela declara levemente em pânico, tendo olhado no assento ao lado dela sem que eu sequer percebesse.

- Merda! - Eu grito e começo a correr em direção à saída da boate - Merda, merda, merda!

Uma vez que saio da boate, eu viro em todas as direções, procurando por algum sinal de Rafaella. Ela teria que chamar um táxi, já que viemos com o meu carro.

Após virar para a minha esquerda, pego um vislumbre de prata assim que ela vira a esquina do quarteirão. Começo a correr a toda velocidade em direção a ela, ofegando fortemente enquanto forço minhas pernas a se moverem mais rápido.

Quando viro a esquina, eu quase trombo nas costas de uma figura parada. Rafaella.

- Que porra é essa! - Eu grito mais alto do que pretendia e a faço gritar em surpresa.

- Merda, Gizelly - Ela repreende enquanto se vira para me lançar um olhar mortal.

- O que você está fazendo? - Luto para ter minha respiração sob controle.

- Estou indo embora - Ela dá de ombros, tendo se acalmado, e me olha impassível - Não é óbvio?

- Por quê? - Minhas frases são reduzidas a uma pergunta de duas palavras enquanto dou profundas respirações calmantes.

-Por que o quê? - Ela pergunta inocentemente e delicadamente empurra seu cabelo atrás da sua orelha.

- Não se faça de boba - Eu aconselho.

- Estou cansada.

- Não mente - Eu digo a ela.

- Eu estava cansada antes mesmo de virmos para cá - Ela responde com um suspiro e levanta sua mão na tentativa de pegar um táxi.

Eu estendo minha mão para frente e puxo seu braço para baixo, ganhado uma bufada alta dela.

- Você não parecia tão cansada quando estava girando contra a virilha de algum homem estranho antes - Minhas palavras são atadas com veneno e obviamente a surpreendem.

- Quem é você para falar - Ela aponta friamente - Aquela vagabunda estava a dois centímetros de chupar você na frente de todo mundo.

- Eu não aleguei estar cansada - Eu rio amargamente e a encaro com um olhar impaciente - E ela não fez nada além do que você estava fazendo com Viggo.

A Proposta (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora