Capítulo 21

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Estou indo para um café perto do prédio de Rafaella.

Talles ligou momentos depois que reentrei no apartamento de Rafa. Ouvi vozes vindas do quarto de hóspedes novamente, mas desta vez não parei para ouvir. Eu só podia assumir que Sebastião e Genilda estavam conversando sobre o que aconteceu com Rafaella mais cedo.

Talles ligou bem quando cheguei ao quarto de Rafaella e concordamos em nos encontrar para o café da manhã, vendo que Victoria foi fazer compras com sua melhor amiga.

- Então - Talles fala depois engolir uma boca cheia de ovos - Como foi o desenrolar de ontem a noite depois que Rafa e você foram embora?

Dou de ombros em resposta e pego uma mordida do bolo de café da manhã.

- Vocês - Talles para e me encara incisivamente - Você sabe?

- Não - Eu praticamente grito e franzo a testa em seu descaramento - Que porra é essa, Talles?

- Sinto muito - Ele dá de ombros, mas não parece nem um pouco sentido - Vocês realmente pareciam uma afim da outra ontem à noite.

- Bem, nós não estamos - Murmuro e foco na comida na minha frente.

- Bem, os olhares que vocês estavam dando diz o contrário - Ele sorri maliciosamente e honestamente, não posso culpa-lo.

É um pouco ridículo que estou tentando transar com a minha inimiga.

Dou de ombros. Meu café da manhã está quase acabando e prolongo o último par de mordidas a fim de ter algo do regojizante, sorridente, tolo na minha frente para me focar.

- Alguma coisa aconteceu - Talles ri e dá um tapa em sua coxa ofensivamente - Está escrito em seu rosto.

- Não, não está - Resmungo e suspiro, sabendo que Talles não vai deixar isso pra lá até eu que lhe alguns detalhes. Então eu dou. Não pense que crio um hábito de beijar e contar. É só que eu realmente preciso da rotação de Talles em outras coisas, dado que estou tão confusa e tudo.

Conto a ele tudo, mas deixo a maior parte dos... detalhes mais gráficos fora.

- Puta merda - Talles respira depois que termino minha história.

- Sim - Eu digo com um riso e empurro meu prato.

Não podia comer o que restou do meu café da manhã, mesmo que eu quisesse. Toda a situação me tem nervosa pra caralho. É muito difícil entrar em um relacionamento físico com alguém que você nem mesmo gosta. Adicione todas as intrigas e jogos nesta mistura e você têm a si mesmo numa situação muito confusa.

- Então, você gosta dela?

É uma pergunta justa. Quero dizer, depois do que contei a ele, não é irrazoável dele fazer essa suposição.

- Não, Talles - Balanço minha cabeça com veemência - Ela ainda é a mesma pessoa que era antes. Claro, há vislumbres de uma pessoa real debaixo de toda a merda, mas elas são poucas e distantes entre si.

Talles acena com a cabeça, pensativo.

- Posso te dizer que ela é muito mais divertida do que eu originalmente pensava - Eu rio, lembrando-me do jeito que ela me mostrou o dedo mais cedo esta manhã - Inferno, eu não acho que ela mesma sabe o quão divertida ela pode ser. Mas apesar de tudo, eu não tenho visto muito além do que já sabia.

É uma meia verdade. Eu sei que já vi vislumbres de Rafaella que são só, bem, ótimos. Como seu senso de humor, sua timidez, e o fato que parece de que ela só fica comigo. Mas não vou admitir tanto disso para Talles. É uma conversa inútil, vendo que não estou disposta a explorar os sentimentos de Rafaella pelo menos.

A Proposta (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora