Capítulo 29

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- Eu acho que nunca vi os sinais - Eu sussurro, apreciando a sensação dos dedos de Gizelly enquanto fazem carícias na minha cintura.

Nós ainda estamos deitadas nuas na cama. Em algum lugar entre chupar a boca e pele uma da outra, nós viramos de frente uma para a outra espelhando as posições.

E então começaram as perguntas. Perguntas pequenas e insignificantes respondidas com alegria, às vezes perguntas grandes e pesadas tratadas com cuidado.

- Você a amava? - Ela pergunta tão baixinho que eu mal posso ouvi-la.

Seus olhos estão focados em mim, brilhantes e verdes na penumbra do quarto.

A chuva começou de novo durante o tempo que passamos conversando sobre tudo e nada, servindo como música tranquila de fundo para as nossas mãos errantes e olhos curiosos.

- Muito - Eu sorrio levemente, golpeando sua mão que desliza até a minha bunda para beliscar a pele suavemente.

Ela ri quando eu franzo a testa de brincadeira.

- Por que ela traiu você? - O rosto de Gizelly fica sério - Ela é cega?

Reviro meus olhos para ela e dou de ombros novamente.

- Mari era a sua melhor amiga? - Sua mão está na minha cintura novamente, suavemente girando as pontas dos dedos na cavidade.

- Eu a conheço há tanto tempo quanto conheço Gabriela. Elas foram para a escola juntas na reserva em Port Angeles.

Um pequeno vinco se forma entre seus olhos e eu levanto minha mão para suavizá-lo suavemente com meus dedos. Ela puxa minha mão para a sua boca e beija minha palma. Eu acaricio sua bochecha uma vez que seus lábios se afastam da minha pele e solto minha mão nos lençóis entre nós, traçando círculos invisíveis.

- Meu pai é amigo do pai de dela, desde sempre. Quando Gabriela e eu nos tornamos amigas, eu instantaneamente me tornei amiga de todas as meninas na reserva. Mari era uma delas.

- Por que namorar você, para começar, quando ela poderia ter simplesmente ficado com Mari desde o início? - Ela pergunta curiosamente, levantando sua mão para empurrar uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, e depois movendo para descansar sua mão no meu quadril.

- Eu não sei - Eu suspiro pesadamente - Eu nunca perguntei.

Ela acena e corre os olhos sobre a curva do meu corpo. Seu olhar de avaliação faz a minha pele esquentar e eu esfrego minhas coxas juntas por instinto. Seu sorriso de resposta me deixa saber que ela percebeu.

- Gabriela é uma otária.

Eu pisco e depois dou de ombros.

- Diga-me algo que ninguém sabe sobre você - Eu lanço a minha frase brega, mas, nesta fase, eu faria de tudo para mudar de assunto e a direção dos seus pensamentos.

Eu ainda tenho muitas perguntas antes de ceder à nossa necessidade de novo.

Ela levanta seus olhos para encontrar os meus e depois sorri.

- Eu sou um livro aberto - Ela pisca para confirmar que sabe o que estou tentando fazer - Falando de livros... - Ela morde seu lábio inferior quase nervosamente - Sem mais mentiras, Rafa.

- Sem mais mentiras - Eu aceno em concordância - Vamos lá, deve haver alguma coisa.

Eu oriento a conversa para longe desse tópico. Nós falaremos sobre isso, mas não agora. Não agora, quando eu tenho a oportunidade de uma vida inteira para conhecer melhor essa mulher.

Gizelly retruca cutucando a minha cintura de forma brincalhona e eu dou uma risadinha.

A risadinha suavemente desaparece dos seus olhos quando ela me olha sem expressão. Um suspiro pesado escapa dos seus lábios antes de ela passar a mão pelo seu cabelo em frustração e a deixar cair em cima da minha, entrelaçando nossos dedos.

A Proposta (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora