POV RAFA
-Rafa, tô falando com você. – Manu me cutucou. – Tá viajando ai!
-Desculpa, estava pensando em uma coisa. – Mordi a ponta da caneta. – Você acha que ela fica com outras garotas?
-Acho. – Manu revirou os olhos. – A garota some, não te atende e depois vem cheia de sorrisos pra cima de você, cai na real, Rafa.
-Nós não pedimos exclusividade uma pra outra, então não posso cobrar nada dela. – Manu levantou. -- Ficamos só algumas vezes.
-Eu só não quero que ela machuque você. – Minha amiga segurou minha mão. – Você tá aí toda apaixonada, e ela não corresponde o mínimo, o que ela quer afinal?
-Tenho medo dela terminar depois que rolar algo. – Levei as mãos no rosto.
-Ela já forçou algo? Tipo insistiu? – Manu perguntou com cautela.
-Não, pelo contrário, ela respeita todos os limites. – Eu achava até fofo como ela me tratava. – Isso é o que me deixa confusa, já tem algumas semanas que estamos ficando, mas eu não entendo o que se passa com ela, todos os sinais me confundem, ela some, não me dá explicaões e eu fico aqui criando um milhão de coisas na cabeça.
-Eu ainda acho ela esquisita, mas você sabe o que é o melhor pra você. – Manu não gostava do meu "relacionamento" com Gizelly. – Vou indo nessa, se cuida e não fica pensando nela.
Minha amiga beijou meu cabelo e saiu do meu quarto, aproveitei e levantei organizando a nossa mini bagunça, passamos a tarde estudando pra prova de amanhã, mas eu não estava conseguindo me concentrar. Organizei tudo e desci pra guardar a bandeja que levei com lanche. Voltei pro quarto e tentei ligar pra Gizelly, mas só dava caixa postal.
Conheço Gizelly desde o colégio, me lembro exatamente do dia em que tivemos a notícia que os pais e o irmão dela morreram em um acidente de helicóptero, meu coração cortou de dó com os gritos dela, eram gritos de desespero que eu nem consigo imaginar. Gizelly já era conhcida na escola por ser intersexual e por ser a herdeira de uma das maiores construtoras do pais. O pai dela era um dos engenheiros mais famosos do Brasil, Gael Bicalho e a mãe era arquiteta, com isso eles construíram um verdadeiro império, a morte deles foi noticiada por semanas nos telejornais. Eu sempre quis me aproximar dela, mas Gizelly sempre foi uma grande icognita. Depois da tragédia a galera parou de pegar no pé dela, talvez por pena, ou por ela ter se fechado para qualquer tipo de contato.
Mas foi só depois que entrei pra faculdade, que ela me notou. Gizelly era um grande mistério, várias garotas falavam que queriam ficar com ela depois que entramos pra faculdade, e isso começou a atiçar minha curiosidade. Nosso primeiro beijo foi em uma das festas que o Lucas fez na casa dele, foi eu quem tomou a atitude e no outro dia ela me mandou mensagem no facebook, a partir daí começamos a "ficar", mas nunca rotulamos nada e nem rolou muita coisa além de beijos e amassos. Isso era algo que me deixava preocupada, pois era nítido que eu tinha sentimentos por ela, mas Gizelly era uma pessoa fechada e eu não conseguia saber o que se passava na cabeça dela.
Tentei ligar de novo, mas de novo caiu na caixa postal, liguei pra casa dela e a funcionária disse que ela não estava em casa, suspirei chateada e resolvi ir dormir.
{...}
Na manhã seguinte me arrumei e desci pra tomar café, meus pais são médicos e quase nunca estão em casa, tomei meu café sozinha e parti pra faculdade. Encontrei Manu e seguimos pra nossa sala, fiquei esperando um sinal de vida de Gizelly, mas não veio, guardei o celular, indo prestar atenção na aula, era direito constitucional minha aula favorita. Dei graças a Deus quando a aula acabou, guardei minhas coisas e sai ao lado de Manu.
-E aí, ela deu notícias? – Neguei com a cabeça. –Rafa, sai dessa amiga, essa garota não quer nada com você.
-Eu preciso conversar com ela, você está certa, não posso me encher de expectativas. – Olhei pra frente e vi ela encostada no muro do campus ao lado de Lucas. – Não posso viver na ilusão.
-Aproveita e vai lá logo. – Manu apontou com a cabeça. – Qualquer coisa eu estou aqui, ok?
–Obrigada Manuzinha! – Manu foi para o lado oposto e Gizelly veio em minha direção.
Ela soube me dobrar, me deu uma desculpa esfarrapada e eu tola acreditei, ela me chamou pra almoçar e saímos de mãos dadas. Eram essas coisas que me confundiam, pois ela me tratava com todo carinho do mundo, mas ao mesmo tempo me deixava insegura. Depois do almoço chamei ela pra ver um filme lá em casa, já que meus pais não estavam lá.
{...}
Fomos pro meu quarto e nos acomodamos dando play no filme, me deitei no peito dela e ela começou a fazer um carinho gostoso nos meus cabelos. A curiosidade estava me matando e eu precisava perguntar pra ela.
-Posso te perguntar uma coisa? – Ela não tirou a atenção do filme e balançou a cabeça em afirmação. – Você fica com outras pessoas além de mim?
-O que? Como assim? – Ou ela estava se fazendo de sonsa, ou não me entendeu.
-Eu quero saber, e se você fica com mais alguém, eu acho que não quero isso pra mim. – Ela deu um sorriso e me deu um beijo casto.
-Eu não fico com ninguém além de você. – Ela segurou meu rosto entre as mãos. – Me desculpe se eu deixei você pensar isso.
-Obrigada por ser sincera. – Meu coração estava mais em paz. – Olha, eu não sei qual é a sua intenção, mas eu gosto de clareza.
-Rafaella? – Ela me interrompeu. – Eu só fico com você!
Eu abri um sorriso, avancei sobre os lábios dela e iniciamos um beijo intenso. Quando me dei conta eu estava sentada no colo dela e já conseguia sentir seu membro enrijecido em contato com meu sexo, a sensação estava me deixando fora de mim e eu queria mais. Retirei minha propria camiseta e ela deu um sorriso malicioso, suas mãos foram parar no fecho do meu sutiã, ela desabotoou rapidamente e logo avancei em cima da boca dela novamente. As mãos dela passeavam pelo meu corpo, e eu queria mais e mais, passei a dar leves reboladas em seu colo, e sei que ela estava tão afim, assim como eu. Quando dei por mim nossas roupas já estavam jogadas no chão, a única coisa que impedia nosso encaixe era o tecido da cueca entre a minha calcinha, a boca dela explorava meu pescoço e as mãos firmes dela acariciavam meus seios, enquanto eu suspirava enlouquecida.
-Gi...Gizelly. – Me afastei um pouco ao me lembrar que precisávamos de proteção. – Você tem preservativo?
-Dentro do bolso. – Ela disse sem me soltar, e continuava a explorar meu corpo.
-Vou lá pegar. – Com muito custo nos desgrudamos e fui procurar a camisinha.
Ela sorriu ao me ver seminua e seu olhar era de desejo, fiquei feliz com aquilo e peguei a calça dela. Enfiei a mão no bolso e quando peguei era um saquinho com um pó pranco dentro, me liguei o que era e ela se levantou em um rompante, agora tudo fazia sentido. Eu a encarava e ela não sabia o que dizer.
-Hey, olha pra mim? – Me aproximei e segurei seu rosto entre as mãos. – Não precisa ser assim.
-Eu vou pra casa. – Ela se soltou e pegou a calça do chão.
-Gizelly, eu estou aqui! – Segurei o braço dela e vi seus olhos cheios de lágrimas. – Agora você tem a mim.
Agarrei ela em um abraço aperto, pois era isso que ela precisava. Ficamos ali perdidas dentro do nosso abraço. Ela me contou que começou a usar algumas drogas a pouco tempo e que era uma espécie de alívio pra ela. Comecei a pensar em um milhão de formas para ajudá-la, e eu vou fazer o possível pra conseguir.
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Mais um, pois vocês são incríveis ❤️🔥❤️🔥❤️🔥Gente peço paciência para os erros e como eu disse, se algo incomodar me avisem!
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Happier than ever| Girafa G!P
Fanfiction"You call me again, drunk in your Benz Driving home under the influence You scared me to death, but I'm wasting my breath 'Cause you only listen to your fucking friends" O que é a tristeza? A tristeza é um dos seis sentimentos fundamentais que todo...