Happier than ever| Girafa G!P

Eu não sabia!

Rio de Janeiro  - Dias atuais

POV RAFAELLA

-Rafa, estamos em cima da hora. – Bufei irritada, calçando meus saltos. – Vamos, meu bem!

-Calma, tô indo. – Peguei minha pasta, a bolsa do Theo e a minha bolsa. – Pronto! Thais, essa é a bolsa pra ele levar, não esqueça de mandar a naninha, ele não dorme sem.

-Eu sei Rafa, pode ir tranquila. – Thais e Theo tomavam café.

-Rafa, estamos atrasadas, amor. – Deborah me chamou mais uma vez.

-Estou me despedindo do meu filho, vou passar o fim de semana longe dele. – Beijei meu leãozinho várias vezes. – Tchau amor da mamãe, te amo muito.

Theo continuou concentrado em sua frutinha sem se importar com minha despedida, meu coração cortava todas as vezes que eu precisava deixá-lo, seja para ir trabalhar ou ele ir ficar com a outra mãe.

-Meu primeiro paciente já chegou. – Deborah checava o celular enquanto dirigia. – Da próxima vez que eu vier dormir aqui, não vamos dormir tão tarde.

-Não foi culpa minha. – Prendi a língua entre os dentes.

-Nem vou te responder. – Ela me olhava com um sorriso malicioso.

Seguimos para o hospital, depois de um tempo longe eu estou voltando para o setor jurídico. Antes disso eu tinha decidido me dedicar à maternidade, meu filho ainda era muito novinho pra ficar com algumas babá, mas agora já está na hora de me movimentar.

A minha vida após o nascimento do meu filho mudou totalmente, minha percepção das coisas, o cuidado, a responsabilidade e a minha relação com a mãe dele. Isso foi o que mais mudou, Gizelly e eu simplesmente não existimos mais, agora ela é apenas a mãe do Theo, e por falar nisso ela se mostra uma mãe incrível, desde o nascimento do nosso filho ela mudou, o Theo se tornou sua prioridade e mesmo sem qualquer contato mínimo, eu agradecia todos os dias por isso. Hoje em dia nós duas não trocamos além de algumas palavras em relação ao Theo e mesmo assim quase tudo é feito por intermediários, nosso convívio é zero.

Ela está diferente, agora é uma mulher  responsável, trabalha na construtora, e segundo Juliette, ela nunca viu alguém tão centrado e profissional. Gizelly mudou e eu também, não sou mais aquela que sonhava com a família perfeita, que era emocionada, sou uma mulher adulta, agora sei controlar minhas emoções, sei definir quem entra na minha vida, sei aproveitar o que as pessoas tem a me oferecer, e foi assim que eu deixei a Deborah entrar na minha vida.

-Te vejo no almoço? – Perguntei desprendendo cinto.

-Ainda não sei, tenho a agenda cheia. – Ela se aproximou deixando um selinho em meus lábios. – Eu te aviso, bom trabalho linda!

-Pra você também. – Nos despedimos indo para Alas diferentes.

Deborah é pediatra, nos conhecemos há uns três meses e estamos em um lance legal que eu não sei como definir. Ela me faz bem, gosta do meu filho, mesmo não me deixando com frio na barriga, eu sinto que posso confiar nessa relação. E se tudo  andar para esse caminho, posso dizer que em breve teremos algo mais sério.

-Bom dia minha linda. – Encontrei Rodolffo no elevador. – Como vai?

-Oi Rod, estou bem e você? – Demos dois beijinhos no rosto.

-Estou ótimo, como o Theo está? – Entramos juntos no elevador. – Preciso ir visitar meu afilhado.

-Já conversamos isso, você sabe que Gizelly não o aceitaria como padrinho. – Rodolffo cismou que queria apadrinhar meu filho, mas eu sei que a mãe dele não deixaria.