Happier than ever| Girafa G!P

Onde cê tava, Gizelly?

POV RAFA

-Não vou sair do seu lado. – Apertei a mão de Gizelly entre a minha.

-Obrigada. – Ela encheu os pulmões de ar.

Havia uns cinco minutos em que estávamos paradas nas escadas da entrada da casa de Gizelly. Eu nem imagino como deve ser difícil voltar ali, sem os pais e sem o irmão, a dor dela é algo que eu nunca quero sentir, e por isso eu estou aqui ao lado dela e não pretendo sair mais.

Ela apertou ainda mais minha mão e deu mais um passo parando de frente a porta, ela estava tremendo, então tomei a iniciativa e peguei as chaves da mão dela. Destranquei a porta e esperei que ela entrasse, iríamos fazer tudo no tempo dela. Gizelly entrou parando no meio da sala, e aquilo partiu meu coração ao meio quando as lágrimas dela desceram descompassadas, ela levou a mão na boca tentando controlar o choro.

-Eu estou aqui. – Foi inevitável segurar minhas lágrimas.

Deixei que ela chorasse, eu só podia oferecer o meu abraço. A casa era uma mansão, no hall de entrada já dava pra ver como era aconchegante, havia fotos dos quatros espalhadas pelos móveis, Gizelly sempre sorrindo ao lado do irmão.

-Baby, podemos voltar outro dia. – Segurei seu rosto entre as mãos.

-Eu preciso fazer isso. – Ela limpou os olhos com as costas das mãos. – Eu tenho que fazer isso.

Ela se soltou do meu abraço e se aproximou de um porta retrato, ela estava abraçada a mãe e o irmão abraçava o pai, ainda com muitas lágrimas nos olhos ela passou o polegar na foto.

-Eu sinto tanta falta. – Eu não conseguia me conter, o choro saia livremente. – Eu só queria que isso tudo fosse um grande pesadelo.

Ela deixou o porta retrato no mesmo lugar e me deu a mão, subimos pela escadaria e paramos em um longo corredor. Na primeira porta era uma sala de tv com vários jogos e quadros e fotos, provavelmente era uma área de lazer para ela e o irmão, Gizelly deu um sorriso nostálgico e continuamos nosso tour. A segunda porta ela estava receosa, me disse que era o quarto dos pais, mas mesmo assim ela entrou e também não conseguiu segurar o choro, Gizelly se aproximou da cama, passou a mão nos lençóis, abriu o closet, os itens e roupas ainda estavam do mesmo jeito, ela contou que não permitiu que tocassem em nada. Ficamos um tempinho ali até ela decidir ir pro quarto de Gustavo, e eu tinha uma sensação que essa seria a pior parte, Gizelly era apegada ao irmão e eu prometi que não iria chorar mais, eu preciso ser o suporte pra ela.

-Gi? – Coloquei a mão em seu ombro.

-Eu estou bem. – Ela respondeu em um fio de voz.

Lentamente ela girou a maçaneta e entrou no quarto escuro, era um quarto típico de um jovem rapaz, estava tudo em perfeita ordem, a decoração, os itens pessoais do irmão estavam exatamente iguais, o computador em cima da mesa, os livros de estudo. Gizelly entrou pelo cômodo e se sentou na cama do irmão se rompendo em lágrimas. Me sentei ao lado dela, ela precisava saber que eu estava ali por ela.

Nem sei quanto tempo ficamos ali, ela conseguiu se recompor e me levou onde era seu quarto, estava tudo muito limpo, o tio dela disse que manteve alguns empregados mesmo ninguém morando lá, ele queria que estivesse tudo certo pra quando Gizelly decidisse voltar. O quarto era exatamente como eu imaginava, tons claros, bem iluminado, decoração bem a cara dela, os livros de direito todos certinhos, TV, aparelho de som, tudo que ela gostava, sorri de lado e ela suspirou.

-Amor, eu não sei como você está se sentindo. – Segurei sua mão. – Mas saiba que eu sempre estarei aqui com você!

Ela agradeceu e acabamos nos deitando na cama dela e ficamos ali um bom tempo, Gizelly acabou dormindo e eu fiquei o tempo todo velando seu sono.