Me perdoa?

727 109 48
                                    




POV RAFA

-Hoje era um dia importante pra nós. – Eu gritava com Gizelly no banheiro. – Você estragou tudo, MENTIU PRA MIM!

-Rafa? – Gizelly me chamou em um fio de voz.

-Você me jurou que não tava fazendo isso mais. – As lágrimas desciam descontroladas. – Você me fez de palhaça.

-Foi um deslize, eu juro. – Ela respondeu tentando se desculpar. – Eu não queria, mas foi mais forte que eu.

-Desde quando cê tá mentindo pra mim? – Perguntei secando os olhos. – Desde quando você está me fazendo de otária?

-Desde o aniversário do Rodolffo. – Gizelly não me encarava e eu me senti burra por ter confiado nela.

-Esse tempo todo? Eu acreditei em você. – Tentava assimilar tudo o que estava acontecendo. – Você me fez acreditar que tinha mudado, que estava disposta a viver uma vida comigo.

-Mas isso é verdade, Rafaella. – Por fim ela me encarou com os olhos cheios de lágrimas. – Isso é o que eu mais desejo, mas eu fui fraca, me deixei levar.

-Eu não sei se acredito mais, fica difícil confiar. –Gizelly tentou se aproximar, mas eu impedi com a mão. – Eu preciso voltar lá pra fora, espero que você não apronte mais nada, todas as pessoas estão falando sobre você e o Lucas.

-Estou indo pra casa. – Ela disse quase sussurrando.

-Tanto faz. – Sai do banheiro sem olhar pra ela.

Manu me esperava na porta do banheiro, quando vi minha amiga foi impossível não segurar as lágrimas. Gizelly me magoou, traiu minha confiança e eu me sentia uma idota, me senti culpada por tudo isso.

-Rafa, eu já estava desconfiando. – Minha amiga disse quando nos afastamos.

-E não me disse nada? – Encarei Manoella.

-Eu não tinha certeza, não dava pra falar nada. – Neguei com a cabeça e me afastei. – Me desculpe, Rafa.

-Isso é culpa minha, ela recaiu quando nós brigamos. – O nó se formou em minha garganta de novo.

-Não é culpa sua. – Manu me segurou pelos ombros. – Agora vamos lá pra fora, seus pais esperam por você.

Eu não consegui curtir nada da festa, meus pais perguntaram sobre o ocorrido, mas eu não quis falar nada. Alguns alunos me agradeceram pelo discurso, mas o único elogio que eu queria ouvir, seria da pessoa que estragou minha noite.

-Parabéns pra formanda mais linda que eu conheço. – Rodolffo me abraçou pelos ombros. – Que discurso lindo, Rafa.

-Obrigada Rodolffo. – Sorri sem mostrar os dentes. – Obrigada por ter vindo.

-Eu não perderia por nada. – Ele foi até a mesa e pegou um buquê de rosas. – São pra você.

-Não precisava. – Peguei as flores e minha mãe olhou para nossa interação.

-Hoje é um dia importante pra você, claro que precisava. – Rodolffo sempre sorridente. – E como está esse bebê, aí?

-Crescendo. – Alisei minha barriga e ele colocou a mão em cima da minha mão.

-Já sabe o que é? – O toque em minha barriga estava me incomodando, mas eu não queria ser rude.

-Ainda não, talvez na próxima ultra. – Me afastei sutilmente.

-Podíamos ir pra outro lugar, depois da festa, o que acha? – Ele perguntou, mas fomos interrompidos pelo Márcio, e eu dei graças a Deus por isso.

-Rafa? – O tio de Gizelly se aproximou. – Posso trocar uma palavrinha com você?

Happier than ever| Girafa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora