O que é isso?

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POV GIZELLY

Eu não devia ter vinda à essa festa, tinha tudo pra dar errado desde o início, primeiro meu nome não estava na lista, se não fosse por Marcela eu tinha ficado do lado de fora, depois tive que aguentar a mãe de Rafaella elogiando o tal Rodolffo o tempo todo sem se importar com a minha presença e agora Rafaella conseguiu me ferir de uma forma horrível. Sai da festa sem enxergar nada a minha frente, eu estava tão magoada que só pensava em uma coisa.

-Olha quem chegou? – Lucas abriu a porta com um sorriso no rosto e um copo de cerveja na mão. – Sabia que você voltaria, fique à vontade, Gi.

-Me dê algo pra beber. – Pedi e ele me serviu com uma lata de cerveja.

-Você tá em casa, sabe como funciona. – Chumbo piscou pra mim e entramos pela festa com ele me abraçando pelos ombros.

O choro estava preso na minha garganta, as palavras de Rafaella grudaram na minha mente, ela não tinha o direito de dizer aquilo.

-Você parece meio triste. – Suspirei e ele se colocou de frente a mim. – Vem aqui, vou te dar um pouco de felicidade.

Não respondi nada, o acompanhei até no andar de cima, eu sabia exatamente o que ele iria me dar, e eu estava precisando, meu coração estava doendo muito. Chumbo me deu passagem, e preparou rapidinho nossa "felicidade instantânea", me sentei ao lado dele e meus olhos até brilhavam. Nem sei quanto tempo ficamos trancados no quarto, só me lembro que aproveitei a festa até o último minuto.

Acordei com minha cabeça pesando uma tonelada, demorei a me situar de onde eu estava, senti um peso em cima das minhas pernas, quando me virei Rafaella estava me abraçando pela cintura, me acomodei na cama e vi que eu estava no meu quarto na minha antiga casa, não fazia ideia de como eu cheguei aqui, eu não conseguia me lembrar de nada. Encarei Rafaella por alguns segundos, as palavras dela voltaram a minha mente. Me levantei rapidamente, minha calça estava jogada no chão, alcancei a porta do banheiro, mas a voz dela se fez presente no quarto.

-Amor? – Ela se virou e me chamou antes que eu entrasse no banheiro. – Podemos conversar?

-Eu não sei se eu quero conversar com você. – Ela se sentou na cama com os olhos cheios de lágrimas. – Como você chegou aqui?

-Gi, por favor? – Bufei e passei a mão no rosto. – Eu não devia ter falado aquilo, me desculpa? Preciso te contar algo.

-Não dá pra ser desfeito. – Ela se levantou. — O que você disse foi cruel comigo.

-Eu sei disso, e eu fiquei desesperada quando você saiu da festa, e principalmente quando você não me atendia, ninguém sabia do seu paradeiro. – Olhei no relógio e já marcam três da tarde. – Você sumiu, onde você estava?

-Fui andar por aí. – Dei as costas e entrei no banheiro, mas Rafa veio atrás. – O que é isso?

Em cima da pia havia três embalagens de testes de gravidez, meu mundo deu uma volta em menos de um segundo, encarei Rafaella e ela chorava descontrolada.

-O que é isso, Rafaella? – Perguntei novamente me aproximando dela.

-Eu estou grávida. – Ela respondeu em um fio de voz.

-Você disse que estava tomando remédio. – Me desesperei.

-Aconteceu. – Rafa tentava segurar as lágrimas e eu ainda estava sem acreditar. – Não é culpa minha, você sabe que pode falhar.

-E agora? – Perguntei passando a mão no rosto.

-Você vai me deixar sozinha nessa? – A encarei através do espelho.

Happier than ever| Girafa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora