Calma?

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POV GIZELLY

-Ainda sem acreditar que ela ligou bem na hora. – Juliette gargalhava ao lado do nosso novo estagiário. – Eu vou rir, João.

-Quer parar de rir? – Queria contar o que aconteceu, mas ela não parava de rir. – Ok, vai ficar sem saber.

-Conta logo mulher. – Ela pôs a mão na boca pra segurar o riso. – O que aconteceu depois que Rafa interrompeu o ato?

-Ela não interrompeu nada, estávamos apenas nos beijando. – Falei baixo. – Depois disso eu achei prudente ir pra casa, mesmo Bianca não querendo deixar.

-Já ia rolar no primeiro encontro? – Juliette queria todos os detalhes.

-Eu não sei, mas estávamos indo rápido demais. – Me lembrei do estado deplorável que eu estava. – Ela é intensa.

-Percebi, mas não sei o motivo de você não ter deixado rolar.

-Meu filho estava lá, e o dela também. – Respondi o óbvio. – Por ela tínhamos dormido por lá, mas não acho certo. Na verdade eu não devia ter cedido o beijo, somos colegas de trabalho.

-Não começa, vocês são adultas, solteiras e nada impede que se relacionem. – Ouvia com atenção. – Entendo você não querer levar adiante ontem, pois seu filho estava lá e era a primeira vez, mas não entre na onda, dê uma oportunidade a vocês duas.

-Você tem razão. — Respirei fundo, eu preciso me permitir mais.

-Eu sei que tenho razão. – Juliette apertou meu ombro. – Mas afinal, você não me contou o que a Rafa queria.

-Quer almoçar comigo hoje. – sua cara de espanto foi a mesma que eu fiz quando recebi o convite ontem. – Vamos conversar sobre o Theo, ela quer matricular ele em uma creche.

-Já é um passo grande, Gi. – Concordei com ela. – Pelo menos uma convivência legal, vocês devem tentar isso pelo Theozinho.

-Eu sei, deve ser difícil pra ela. – Dei meio sorriso encarando o chão. – Eu vou fazer isso pelo Theo, não quero que ele cresça achando que as mães se odeiam e eu sei que a Rafa pensa o mesmo.

-Isso aí, agora vamos trabalhar. – Batemos as mãos e continuamos com os balancetes.

Estava ali tentando focar nos relatório, mas minha cabeça só pensava na ligação de ontem, a forma com que Rafa me tratou, era tudo tão confuso. Sei que não posso e nem devo criar expectativas, mas é inevitável não desejar ela novamente. Eu nunca deixei de pensar em Rafaella, nem um dia se quer, sempre pensei em como teria sido se eu não fosse covarde, mas agora só me resta manter uma relação amigável, pelo nosso filho.

Me libertei dos meus pensamentos quando meu tio entrou em nossa sala, trazendo as caixas que estavam na sala do Talles. Comuniquei a ele que meu primo não havia liberado e imediatamente meu tio foi atrás do filho e pegou os balancetes, não entendi o motivo dele não querer liberar.

-Gi, só havia essas duas caixas na sala dele. – Meu tio deixou as aias ao lado das outras.

-Obrigada tio. – Ele nos desejou bom trabalho e se retirou.

O resto da manhã passou tranquilamente, Juliette e eu focamos nos balancetes e até então estava tudo se encaixando, não encontramos nenhuma irregularidade até agora.

-Pocah vem pro Rio hoje. – Juliette quebrou o silencio. – Podíamos sair para algum lugar.

-Podemos ver algum lugar, mas que dê pra levar o Theo. – Ela sorriu de lado.

-Claro, mamãe coruja. – Sorri com a brincadeira e voltamos ao trabalho.

Li tantos relatórios que nem vi a hora passar, só me liguei que estava atrasada quando juliette me avisou a hora, juntei meus papéis e guardei tudo antes de me despedir da minha amiga e sair.

Happier than ever| Girafa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora