POV GIZELLY-Quer namorar comigo? – As palavras de Rafa entraram em meu ouvido como música, eu não sei o que eu senti, mas me aqueceu por dentro.
-Namorar? – Ela parecia ansiosa pela resposta.
-É, eu quero namorar você. – O sorriso dela me deixava feliz. – Eu gosto de você de verdade.
-Você é doida. – Avancei sobre os lábios dela e a beijei apaixonadamente.
-Aceita ou não? – Rafa queria muito saber a resposta.
-Aceito, é claro que eu quero namorar a gata mais gata do Rio de Janeiro. – Ela deu aquela gargalhada gostosa e nos beijamos de novo.
Há muito tempo eu não me sentia feliz, há muito tempo eu não me sentia querida, e Rafaella conseguia fazer isso, ela se convidou pra minha vida e eu não queria deixar essa oportunidade passar.
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Na segunda cedo eu já estava sentada esperando a professora entrar na sala, Rafa me fez prometer que eu viria pra faculdade e aqui estou, até achando graça, pois ela consegue me convencer a fazer qualquer coisa. Estava distraída rabiscando meu caderno quando uma moça desastrada se sentou ao meu lado.
-Eita mulinga, deixei cair tudo. – Ela estava com a bolsa aberta e tudo que estava lá dentro caiu no chão.
Me levantei e a ajudei a catar tudo, e a bolsa dela parecia uma mala, pois havia uma imensidão de coisas.
-Obrigada, moça. – Ela deu um sorriso e me ofereceu a mão. – Sou Juliette, você é nova por aqui?
-Gizelly. – Apertei a mão dela. – Não, só estava afastada.
-Ah sim. – Ela se sentou e eu também.
A aula começou e a professora Sarah entrou na sala, ela deu bom dia e iniciou a aula de direito previdenciário, tentei me concentrar, principalmente depois de ter prometido pra Rafaella. Ela acreditava em mim e pela primeira vez eu não queria decepcionar alguém.
-Hey, Gizelly? – Juliette me chamou baixinho. – Me empresta uma caneta, não estou achando a minha.
Entreguei a caneta pra garota e me virei dando de cara com a professora nos olhando.
-Não vem na minha aula, e quando vem atrapalha, senhorita Bicalho? – Ela disse rude e eu pedi desculpas. – E a senhorita? Quer mesmo atrapalhar minha aula, Freire?
-Me desculpe, Sarah... Digo senhorita Andrade. – Vi a professora revirar os olhos e Juliette deu uma risadinha.
A aula ocorreu normal, mesmo achando um tédio eu anotei tudo, Sarah era uma boa professora, isso não dava pra negar. Depois dela encerrar a aula, juntei minhas coisas e já ia saindo quando Juliette me chamou.
-Aqui sua caneta, Gi. – Ela tinha vários livros nas mãos e a mochila caindo de lado. – Obrigada.
-Disponha. – Dei meio sorriso e saí da sala.
-Sua próxima aula é de penal também? – Acenei com a cabeça. – Então vamos juntas?
Saímos juntas conversando sobre a aula, Juliette era até engraçada e falava pelos cotovelos, ela me contou que veio da Paraíba e morava sozinha no Rio, era maquiadora e se sustentava com isso, ela me contou a vida dela quase toda, só não disse o nome da namorada dela, estava feliz por estar interagindo com outras pessoas, eu estava me sentindo bem como em muito tempo eu não sentia.
-Mas e ai? Você namora? – Ela perguntou enquanto esperávamos o professor.
-Namoro. – Respondi sorrindo ao me lembrar do pedido. – Hoje faz um dia.
-Oxi. – Ela disse com um sotaque carregado e eu gargalhei. – Parabéns!
Agradeci e o professor entrou na sala, a aula passou voando quando dei por mim já era hora do almoço.
-Estou morrendo de fome. – Juliette disse suspirando. – E hoje eu nem trouxe minha marmita.
-Tem um restaurante bom do outro lado da rua. – Dei os ombros e continuei guardando meu material.
-Tá louca? Lá é só para os burgueses. – Ela disse de forma ofendida.
-Eu pago, vamos? – Sorri pra ela e saímos juntas.
Atravessamos a rua em um papo animado, mandei uma mensagem pra Rafa avisando que estava no restaurante e ela disse que daqui a pouco iria pra lá, guardei o celular e fizemos nosso pedido. Juliette me arrancou algumas risadas debochando dos nossos colegas e nem vi quando Rafa e a amiga chegaram.
-Oie. – Ela me abraçou por trás e beijou meu rosto. – Tá tudo bem?
-Oi Rafa. – Me virei sorrindo. – Estou bem e você? Essa aqui é a Ju, Ju essa é a Rafa e a Manoella, Manoella mesmo, né?
-Só Manu. – A garota baixinha respondeu com cara de poucos amigos.
-Prazer gente. – Juliette abraçou Rafa e Manu. – Vocês vão almoçar também?
-Sim, estou faminta. – Rafa puxou a cadeira e se sentou ao meu lado. – Como foi a aula?
-Foi legal. – Respondi e dei um selinho rápido em seus lábios. – E a sua?
-Um saco. – Ela respondeu desanimada.
Almoçamos em um clima legal, até mesmo Manu interagiu conosco, Juliette e Rafa eram as que mais falavam e já se convidaram para ir na casa da outra. Pedimos a conta e eu me ofereci pra pagar tudo, mesmo com elas protestando, enquanto eu pagava as três foram ao banheiro.
-E ai furacão, você sumiu. – Ouvi a voz de Chumbo atrás de mim. – Te liguei o fim de semana inteiro.
-Estive ocupada. – Demos um cumprimento com as mãos.
-E aí, tá precisando? – Ele perguntou mostrando o pacote, engoli seco quando vi.
-Não cara, tô de boa. – Respondi e peguei meu cartão com a moça do caixa.
-Ih, você tá estranha ein. – Ele continuava na minha cola. – Tenho uma parada nova aqui, mais fácil de usar, em comprimido.
Ele me entregou o saquinho com dois comprimidos dentro, olhei a embalagem e ouvi a voz de Rafa se aproximando.
-Experimenta e me diga o que acha. – Chumbo deu uma batidinha no meu ombro e saiu. – Quarta tem o encontro, te espero lá.
Rafa me encarou com uma carinha desanimada e eu me recriminei internamente por isso, suspirei e ela não disse mais nada. Nos despedimos das meninas e fomos em direção ao carro de Rafaella.
-O que o Lucas queria? – Ela perguntou de forma séria.
-Só saber como eu estava. – Encolhi os ombros. – Eu não respondi ele durante o fim de semana.
-Entendi, e que encontro é esse que ele disse?
-Dá galera que anda de moto. – Eu estava praticamente pisando em ovos. – Mas eu não vou, tenho um trabalho pra fazer e podemos estudar a semana toda.
Rafa abriu um sorriso e seguimos pra casa dela, eu estava disposta a mudar, ela é a primeira pessoa desde que meus pais morreram que me acolheu, e eu vou dar o meu máximo para não decepcioná-la.
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Voltei!!
Será que a Gi vai mudar?
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Happier than ever| Girafa G!P
Hayran Kurgu"You call me again, drunk in your Benz Driving home under the influence You scared me to death, but I'm wasting my breath 'Cause you only listen to your fucking friends" O que é a tristeza? A tristeza é um dos seis sentimentos fundamentais que todo...