Um filho meu

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POV GIZELLY

Eu sei que não devia ter mentido pra Rafaella, mas eu não queria ser fraca e admitir que eu voltei a comprar com o Chumbo. Não que eu esteja me viciando nisso de novo, eu só preciso de um alívio de vez enquanto, e aparentemente isso me deixa mais viva e eu penso menos na bagunça que é a minha vida. Hoje quando saí da aula peguei mais alguns saquinho com ele, essa era diferenciada, segundo o Chumbo, e eu ia experimentar quando chegasse em casa, depois do estágio.

-Meus pais estão vindo pra minha formatura. – Juliette mencionou chamando minha atenção. – Eu estou tão empolgada.

-Deve ser legal mesmo. – Dei meio sorriso e Juliette conteve sua empolgação.

-Me desculpe, Gi. – Ela se sentou de frente pra mim.

-Hey, relaxa. – Alisei seus dedos. – Você pode ficar feliz, e eu fico feliz por você.

-Obrigada. – Eu sei que todos os alunos levam os pais nas formaturas. – Já decidiu sua roupa?

-Eu ainda não sei se quero ir na formatura, mas eu sei que Rafa me quer lá. – Dei os ombros.

-Rafa precisa de você lá, ainda mais agora. – Eu sabia disso, mas eu não vejo a hora de formar logo.

-Eu sei, por isso eu vou. – Juliette bateu palmas empolgadas. – Agora ela é a minha família.

-Eu tô doida pra ver a cara desse baby. – Meu sorriso rasgou no rosto. – Imagina a criança linda que vai nascer.

-Principalmente se for parecido com ela. – Meu coração se aqueceu por dentro. – Eu vou ter um filho, cara. Um filho com a Rafa.

-Mais um motivo pra você ir na formatura e tirar várias fotos pra mostrar pro bebê.

O dia passou rápido, Juliette e eu conversamos muito, mas também faziamos o serviço render, meu tio passou na nossa sala e nos parabenizou pela organização dos arquivos da empresa, agradecemos e logo ele disse que queria nos fazer uma proposta, mas ainda estava em processo de aprovação com alguns acionistas da construtora, fiquei curiosa e Juliette mais ainda.

No fim da tarde, Rafa me ligou pedindo que eu fosse até a casa dela, ela chorava no telefone e eu me preocupei, avisei que iria assim que saísse do escritório, ela agradeceu e eu esperei o fim do expediente pra correr até a casa dela.

Não demorei muito, o trânsito fluiu rápido, agradeci o motorista e toquei campainha, Kelly veio abrir e pediu que eu esperasse, pois ia avisar que eu havia chegado, agradeci e esperei no meio da sala.

-GRÁVIDA, RAFAELLA? – Me assustei com vozes alteradas vindo do andar de cima. – Você perdeu a noção?

-Se acalmem, isso é uma conversa civilizada. – O pai de Rafa tentava acalmar os ânimos. – Genilda, por favor?

-Você está feliz com isso, Sebastião? – A mãe de Rafa tinha raiva na voz. – Grávida daquela menina? Eu nunca estive tão decepcionada com você, Rafaella.

-Mãe, para! – Minha namorada tinha a voz chorosa.

-E o seu futuro? Vai jogar tudo pro ar? Vai se contentar em viver uma vida medíocre como a dela? – As palavras de Genilda doeram em mim, o choro estancou em minha garganta.

-Eu não vou permitir que você fale isso, você sabe que Gizelly já passou por muita coisa, e mesmo assim ela continua tentando. – Rafa me defendeu com firmeza. – Você pode não me entender, mas eu a amo e nós duas vamos ter esse bebê, quer vocês queiram ou não.

-Filha, calma. – Sebastião pediu pra Rafa se acalmar. – Vamos descer, Gizelly já deve estar lá embaixo.

-Eu só peço que não sejam cruéis com ela. – Rafa ainda tinha a voz embargada.

Happier than ever| Girafa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora