Treino

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Charlie estava deitado no peito de Nick, que lia um livro. Finalmente as provas tinham acabado e todos conseguiram boas notas. Elle tinha sugerido que todos saíssem no sábado a noite para comemorar e a ideia foi aprovada por todos.

Os dois estavam no quarto do atleta, Charlie ouvia a respiração do namorado calma e baixa, não sabia o porque mas aquele som o trazia paz. Nick era a pessoa mais sensata, fofa, amorosa e pacífica que já conheceu. Apesar do tamanho e da força, Nick era doce. Charlie só de olhá-lo já sentia o coração acelerar. Estar apaixonado e ser correspondido era uma das melhores sensações da vida.

– Tão concentrado... – Charlie sussurrou sonolento.

Nick sorriu tirando os olhos do livro e o aconchegou ainda mais em seus braços, opr fim largou o livro o abraçou de conchinha.

– Até você me desconcentrar com esse rostinho fofo e essa vozinha doce. Que dia gostoso... Hmm, como você tá quentinho. – Nick disse abraçando Charlie e os cobrindo com a manta.

– Como você é forte. – Charlie disse sorrindo.

– Você que é pequeno e frágil.

– Nick! Você disse que não me achava pequeno e frágil!

Nicolas sorriu e beijou o pescoço de Charlie que voltou a relaxar em seus braços.

– Eu não queria que você pensasse que eu estava sendo preconceituoso. Mas você é meu amor, pequeno e frágil e tudo bem ser frágil, eu estou aqui para proteger você.

Charlie girou o corpo ficando de frente para Nick e o beijou. Nos braços de Nick seu corpo ardia com em chamas.

– Ok, pequeno e frágil. – Concordou corado pelo beijo quente.

– E fofo, e lindo, e apaixonante, e tá me deixando louco. – Nick riu ao finalizar.

– Bobo.

Os dois voltaram a se beijar e se abraçar. Nicolas apertou Charlie com força, o prendendo colado ao seu corpo, sentindo sua excitação. Charlie gemeu baixo entre o beijo e Nick sorriu.

– Nick, não pode me beijar assim. – Charlie era virgem e estava muito corado agora.

– Desculpa, Char. Se eu passar dos limites você me avisa. Eu não queria deixar você desconfortável, eu sou um idiota.

– Ei, calma. Eu estou bem, você não fez nada demais. Eu é que sou bobo.

– Não diga isso, você é perfeito. Amo que seja virgem, amo que seja só meu. Você é só meu, Char?

– Completamente.

Charlie o beijou novamente, mas dessa vez Nick manteve o controle.

– Odeio ter que dizer isso, mas eu precisamos ir, eu tenho treino de rúgbi. – Charlie fez um biquinho triste.

– Claro, vamos. Você precisa se concentrar no time, em breve vai ter o campeonato entre as escolas da cidade e vocês precisam estar prontos.

– Hm, verdade, temos esse campeonato em três semanas. O time está disperso, mas mudaremos isso.

– Você vai se sair bem, vai conseguir alinhar o time. Eles confiam em você. – Nick estava tenso e visivelmente nervoso com o retorno de Harry ao time e nossa nova realidade. – Se quiser podemos fingir que não estamos mais juntos e...

– O quê? Do que você tá falando, Charlie? Não vamos fazer isso. Eu não vou deixar você por causa de uma bobagem dessa. Não repita isso, por favor. Você é mais importante que um time bobo de rúgbi.

– Ok, eu só estou preocupado.

– Não fique, eu sei como lidar com o time, sei me defender. Quem falar qualquer coisa sobre nós eu desço o braço. Não gosto de violência, mas se preciso usar para nos proteger eu farei.

– Sem brigas, por favor. Odiei vê-lo machucado e não quero ver novamente.

Nicolas sorriu e abraçou Charlie.

– Fique tranquilo.

– Tá, agora vamos ou você chagará atrasado.

Nick ainda não estava habilitado, faria o exame em um mês, logo após o campeonato. Estava ansioso, mas decidiu deixar os eventos em datas separados para que não ficasse sobrecarregado ou sem tempo para Charlie.

– Eu posso ir sozinho, sabia? Não precisa ir me deixar em casa, Nick.

– Não, eu vou te deixar.

– Nick, você vai se atrasar.

– Char...

– Não. Vá para o treino, são apenas sete quadras agora, eu posso ir sozinho.

– Ok, senhor independente. Nos vemos a noite.

– A noite. Bom treino!

Depois de mais uns beijinhos se despediram. Nick andou a passos apressados coma mochila nas costas, estava ansioso, queria muito resolver essa situação de vez com o time e seguir em frente.

Minutos depois entrou no vestiário e encontrou o time inteiro trocando de roupa.

– Atrasado, capitão. – Disse um deles.

– E aí, Nick. – Outro cumprimentou.

– E aí pessoal, desculpem o atraso. – Falou tentando soar firme.

– Tá perdoado só porque está em lua de mel. – Harry disse ao sair do cômodo onde ficavam os armários.

Os garotos riram, mas Nick não se incomodou. Não houve um ataque direto, Harry era esperto.

– Oi Harry, bem-vindo de volta ao time.

– Oi, Nick. – Disse pondo o braço em volta do pescoço do maior. – Espero que não haja nenhum mal entendido entre a gente. Pelo time, podemos deixar tudo no passado.

Nick o afastou.

– Claro, eu topo. Mas lembre-se "tudo no passado". Se você falar qualquer coisa com Charlie ou Tao o acordo já era. Se você desrespeitar Charlie, já era. Se você for homofóbico ou grosso, já era. Deixe-o em paz, se quiser falar ou xingar, ou ser idiota, seja comigo. Eu sei como me defender e você sabe bem que eu sei.

– Não se preocupe, eles são insignificantes para mim. E você também. – Falou com indiferença e nojo.

Nick cerrou os punhos, mas engoliu a afronta.

– Certo time, vamos nessa. O campeonato é daqui há três semanas e nos precisamos dar tudo que temos, vamos reagrupar e treinar.

Os meninos gritaram feito loucos e saíram do banheiro direto para o campo correndo animados. Nick sentiu um peso sair de seus ombros, ele entrou em campo se sentindo ele mesmo. Não o garoto que seguia os amigos e fazia o que eles faziam sem ao menos saber o motivo. Nick não era mais influenciável, sabia quem ele era. Estava, pela primeira vez, certo sobre si e sobre o que queria.

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