Nick estava exausto, havia se passado um mês desde a última vez que viu Charlie, no campeonato, ele estava morrendo de saudade do namorado. As aulas tinham aumentado por conta de alguns seminários e trabalhos extracurriculares e, além disso, tinha os treinos de rúgbi. Nick estava treinando com um time profissional, depois do campeonato o dono e o treinado de um dos maiores time o procurou. Não havia contrato ainda, mas o treinando o visitava no campo da escola e ele semanalmente ia até a sede do time para treinar com os jogadores profissionais. O trabalho na biblioteca estava sendo seu momento de descanso.
Ele pegou o voo no final da tarde, chegaria de surpresa. Aproveitou o feriado que lhe garantia mais um dia ao lado do namorado e nem pensou duas vezes antes de comprar as passagens.
Nick chegou a noite, Sarah foi busca-lo no aeroporto. O garoto contou as novidades para a mãe enquanto se dirigiam até sua antiga casa. Nellie o esperava ansioso.
– Minha garota, como você está? Parece tão velinha. Você está velinha ou ainda aguenta brincar com seu dono? – Nick falou com voz engraçada enquanto corria com a cachorra no quintal.
– Filho, está anoitecendo, Charlie sai às 22h.
– Posso pegar seu carro?
– Claro! Vai lá. Quando chegar provavelmente já estarei dormindo.
– Ok. – Nick beijou a testa da mãe e saiu em direção ao carro.
Ele dirigiu pelas velhas ruas da sua cidade natal e estacionou na casa de Charlie. Tudo parecia tão nostálgico, era estranho e ao mesmo tempo prazeroso estar e volta e andar pelas ruas que antes faziam parte da sua rotina.
Ele tocou a campainha e Tori abriu minutos depois.
– Hey!Que Surpresa te ver!
– Tori, que bom te ver! Como você está?
Nick entrou e os dois foram até a sala.
– Estou bem, trabalhando feito louca e terminando a faculdade, mas feliz. Olha! – Ela mostrou a aliança de noivado.
– Uau! Parabéns, Charlie já sabe?
– Sim, eu vim visita-los ontem e contei a novidade, estou voltando hoje. E você? Charlie não me contou que viria.
– Ele não sabia, eu vim de surpresa. Onde está seu pai, eu vim pedi-lo para me deixar ir buscar Charlie hoje no trabalho.
– Ele está. Paaaaai, vem aqui, por favor.
O sr. Spring entrou na sala e sorriu ao ver Nick, os três conversaram um pouco e o homem concordou com a surpresa que o atleta queria fazer. Nick subiu até o quarto de Charlie e preparou um mochila com algumas mudas de roupas e em seguida se despediu da família Spring avisando que raptaria Charlie durante o feriado, mas que estariam em sua casa caso precisassem deles.
Ainda faltava uma hora para a saída de Charlie, Nick decidiu comprar o sorvete que eles amavam e comprou o hambúrguer favorito do namorado.
Nick passeou pelas ruas da cidade relembrando cada lugar que esteve com Charlie estudo que viveram até estarem finalmente juntos, quer dizer, por hora, separados, mas juntos.
Ele parou em diagonal ao Duda's, dava para ver o interior da lanchonete porque era de vidraçaria e ao mesmo tempo estava escondido, quase na lateral, onde estavam os tambores de coletores seletivos, desligou os faróis e colocou o boné, não queria que Charlie o reconhecesse.
Nick assistiu Charlie trabalhar, o garoto passeava com a bandeja servindo os clientes e anotando pedidos. Ele viu o Lucca, reconheceu por suas características descritas por Charlie e pela linguagem corporal que dizia que ele queira apanhar muito de Nick se ficasse perto daquele jeito de Charlie.
Nick observou Charlie mais alguns minutos, fez vídeos com mensagem de amor enquanto o filmava e viu quando o garoto sumiu do balcão. Faltavam quinze minutos para a saída de Charlie quando Nick o viu sair pela porta lateral com algumas sacolas de lixo. Não havia mais clientes, os demais funcionários estavam saindo pela porta da frente quando Nick viu Lucca sair pela lateral com outras sacolas de lixo.
Charlie respondeu alguma pergunta do garoto mais velho e voltou a andar na direção da porta do estabelecimento, mas antes pudesse tocar o trinco Lucca o segurou. Os sentidos de Nick ficaram todos em alerta máximo, ele retirou o cinto de segurança e quando viu Lucca apertar Charlie enquanto os dois pareciam discutir Nick saltou do carro e correu.
– Me solta agora, Lucca! Eu já disse que não quero você perto de mim!
–Ah Charlie você faz tanto cu doce que eu já estou ficando diabético. Esse tempo todo você deve estar com tesão, o que acha de fazermos amor?
– ME SOLTA AGORA! – Charlie gritou fazendo sua voz cortar o vento de pura histeria e desespero.
– Cala a b...
Lucca não terminou a frase, Nick o puxou pela gola da camisa, que rasgou tamanha a força que usou, e o jogou no asfalto fazendo seu corpo se chocar dolorosamente no chão.
– NICK! – Charlie gritou.
Um mistura louca de sentimento tomou conta do garoto e ele sorriu e chorou ao mesmo tempo. Enquanto isso Nick socava a cara de Lucca que tentava se proteger a qualquer custo.
– Ele mandou você soltá-lo! Seu filho da puta! Eu disse a Charlie que te mataria! Seu pau no cu! – Nick estava fora de controle.
Charlie se aproximou dele e o segurou no ombro.
– Nick, amor, pare!
– Não!
– Nick! Pare! Não se deixe levar, você já o afastou.
Nick queria arrancar a cabeça de Lucca fora, mas sabia que Charlie tinha razão. Ele soltou o corpo de Lucca que se contorcia de dor. Com certeza o nariz estava quebrado, por sorte dele Ncik não desceu até as costelas ou teria perdido algumas.
– Nunca mais chegue perto do Charlie, ouviu? Se chegar perto dele outra vez, se tocá-lo eu te mato. E nem Charlie vai me impedir. Ele não está sozinho, ele tem homem e sou eu! Eu sou o namorado dele, ouviu, seu filho da puta! – Nick limpou as mãos no avental que Charlie o ofereceu enquanto recuperava o fôlego. – Vai buscar suas coisas, Char, eu vou ficar aqui com ele.
Charlie correu para dentro da lanchonete e voltou minutos depois com sua mochila e seu casaco. Nick o abraçou e encarou Lucca que estava sentado no chão limpando com o avental pressionando seu nariz.
– Charlie...
– NÃO FALA COM ELE, PORRA! – Nick gritou. – Será que eu vou ter que arrastar tua cara pelo asfalto?
– Me deixa falar com ele, eu só quero me desculpar!
– Enfia a desculpa no cu! E se chegar perto dele outra vez encomenda a porra do caixão.
Nick guiou Charlie até o carro e os dois entraram juntos. O atleta respirou fundo tentando esfriar a cabeça.
– Quando ele voltou a te incomodar?
– Ele nunca parou, na verdade, mas nunca passava de comentários aleatórios ao longo do dia.
– Char, não quero mais que trabalhe aqui ou eu vou matar esse cara porque ele não via parar. Nitidamente é obcecado por você, consegue ser pior e mais asqueroso que Bem. Você pode analisar a mudança de emprego? Eu custeio nossas viagens, mas não quero que fique aqui, procura outro bebê, por favor. – Nick apoiou os cotovelos na direção do carro e encostou a cabeça fechando os olhos.
Ele suspirou cansado e tentou não pensar no que tinha acabado de acontecer e no que mais poderia ter acontecido se não estivesse ali. Charlie se movimentou e tocou seus braços o fazendo voltar a posição ereta, ele se arrastou para as pernas de Nick e sentou de lado.
– Ei, eu estou bem, você está aqui agora e tudo está perfeito. Vou conversar com o dono e ver se consigo mudar de turno, caso não, eu peço demissão ok?
– Ok. –Nick o abraçou e o deitou em seu peito. – Ele poderia ter tentando...
– Poderia, mas você está aqui agora e eu estou seguro de novo. Eu te amo tanto.
– Ah, Charlie, eu te amo também. Não posso pensar em ninguém te tocando ou te machucando.
– Não vamos mais pensar nisso, ok? Você está aqui! Amor, você nem me avisou que viria.
– Surpresa! – Nick sorriu tentando amenizando o clima tenso. – Vamos para casa, tem comida no banco de trás.
Ele ligou o motor do carro e deu partida com Charlie ao seu lado comemorando ao ver o sorvete e o hambúrguer.
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HEARTSTOPPER
FanfictionA história é uma continuação da série da Netflix. Não possui spoiler do terceiro livro/HQ. CHEGAMOS AO TOP #1 TANTAS VEZES QUE PERDI A CONTA