Problema duplo

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​Ele subiu na cama e abraçou Nick o acordando. O atleta o abraçou de novo ainda sonolento e voltou a dormir.
​– Nick acorda, amor. Nosso café da manhã tá pronto, hoje é meu último dia aqui e eu quero passear com você. – Disse Charlie animado.
​Depois da conversa da noite anterior ele entendeu que não deveria alimentar o medo, precisava viver um dia de cada vez e lidar com os problemas que surgissem. Se quisesse uma vida próspera ao lado de Nick teria que aprender a resolver problemas e não alimentá-los.
​– OKay, me convenceu. – Nick riu e jogou as cobertas. O garoto vestia apenas um short enquanto Chalie vestia sua camisa.
​O mais novo secou o namorado sem nenhuma vergonha.
​– Meu Deus, como pode ser tão lindo? Eu tenho muita sorte. – Disse ainda admirando.
​– Tira o olho, perdi 2kg! –Brincou Nick.​O maior abraçou Charlie e beijou sua testa. – Vamos tomar café da manhã antes que eu queira comer outra coisa.
​– Você sabe que pode comer o que quiser. Charlie respondeu sugestivo, mas puxou o namorado para a mesa montada ao lado da cama.
​– Eu vou cobrar, Charles Spring.
​Charlie abriu as cortinas e o vento morno entrou no quarto, os garotos sentaram a mesa e tomaram café da manhã juntos entre olhares trocados e pequenas carícias. Nick planejou levar Nick ao Central Park ou a qualquer lugar que ele desejasse ir.
​– Podemos ir ao Central Park.
​– Yeah! Eu quero muito! – Comemorou Charlie.
​O casal conseguiu percorrer boa parte do parque, pararam em um carrinho de milk-shake e compraram dois, dessa vez Nick cede ao sabor chocolate. Visitaram algumas ruas famosas e olharam as vitrines incríveis.
​– Cansei. – Charlie deitou a cabeça no ombro do namorado e fechou os olhos.
​– O que acha de voltarmos ao hotel? Temos algumas poucas horas antes do seu voo e precisamos comer alguma coisa.
​– Quero hambúrguer. – Charlie disse fazendo bico e Nick o achou fofo.
​– Eu também. Vem, bebê.
​Os dois almoçaram na primeira hamburgueria que encontraram no caminho de volta. Nick não parava de apalpar Charlie em cada oportunidade ao longo do trajeto até o hotel.
​– Nick Nelson!
​– Estamos no elevador, é clássico.
​Nick beijou Charlie e o prensou no espelho erguendo uma de suas pernas e se esfregando no meio.
​– Você vai me deixar louco. – Disse o menor ao recuperar o fôlego.
​Esbarraram na parede do corredor aos beijos, Nick afastou–se apenas o necessário para abrir a porta e cambalear para dentro com Charlie chupando seu pescoço. Removeram algumas peças de roupa e sapatos no caminho até Nick segurou Charlie nos braços, o garoto enlaçou a cintura do maior com as pernas e sentiu seu corpo ser pressionando pelo de Nick contra a maciez da cama.
​– Me chupa de quatro, Char. Bem empinado. Pode deixar bem melado. – Instruiu.
​Charlie sorriu de um jeito lascivo que fez o corpo inteiro de Nick arrepiar e se posicionou onde o namorado pediu.

​Depois do sexo incrível que fizeram os garotos tomaram banho e refizeram as malas de Charlie, estava na hora de mais uma despedida. O trajeto até o aeroporto foi silencioso e cheio de carinho, Charlie vestia o moletom que Nick usou pela manhã porque, segundo ele, ainda estava cheirando a Nick.
​O portão de embarque estava cheio, como sempre, afinal de contas era NY. Nick distribuía beijinhos no rosto do namorado que permanecia abraçado a ele.
​– Tenho que ir, é a última chamada.
​– Eu sei, mas eu não quero te soltar. – Disse o maior fazendo Charlie sorrir.
​– Amo você, Nick gostoso Nelson. Te vejo em quinze ou vinte dias.
​– Em quinze, por favor, também tenho minhas economias. Você é a minha vida, Char. Já estou ansioso por isso. Te amo, bebê.
​Charlie caminhou para o embarque e antes de sumiu no corredor virou e acenou para o namorado, Nick retribuiu. O garoto ficou ali encarando o corredor com alguma esperança maluca de ver o namorado voltar para os seus braços, mas depois saiu.
​Nick retornou ao dormitório e até tentou não se sentir triste, mas foi inevitável. A ausência de Charlie era um abismo inteiro no peito do garoto. Ele tentou focar em outra coisa, tentou ler, tentou dormir, mas deu certo. Mandou mensagem para Charlie e decidiu ir até o refeitório jantar.
​Ele se serviu e viu Lilian chegar. Pegou sua bandeja e sentou-se isolado. A garota pegou um suco e um hambúrguer e foi até onde Nick estava.
​– Desculpa pela ceninha no seu dormitório.
​– Eu não quero falar com você, por favor, fica longe de mim. –A garota riu e sentou-se a mesa.
​– Eu não vou estragar o seu romancinho bobo de adolescente, Nick. Eu só queria brincar e saber como o doce Charlie reagiria.
​– Você é louca.
​– E você ainda vai dormir comigo.
​– Você nunca seria o tipo de mulher que me interessaria. Sai daqui. – Disse com raiva.
​Lilian sorriu debochada e saiu. Nick queria entender como poderia existir pessoas tão idiotas no mundo, como essa garota.
​– E aí cara, fazendo uma boquinha? –Alisson chegou sorrindo, mas parou imediatamente ao ver a expressão de Nick. – O que aconteceu?
​Nick contou tudo que Lilian fez e falou, deixando o amigo surpreso.
​– Ela é pirada.
​– Essa garota é louca, fica longe dela, Nick.
​– Estou fazendo tudo que posso.
​– E Charlie?
​– Ele superou. Voltou para casa e me deixou na bad de novo. – Disse dramático.
​Alisson riu e deu um tapinha nas costas do novo amigo.
​– Nós vamos conseguir cara. Em breve nada de solidão. Você quer vir ao meu quarto jogar vídeo game comigo e meu irmão? Vamos fazer um pequeno campeonato.
​– Vídeo game! Charlie sempre me vence, mas eu topo. Preciso me distrair.

​Charlie desembarcou em segurança, seu pai o esperava no saguão e ele andou sorrindo em direção ao homem.
​– Fez boa viagem?
​– Sim... –Disse triste.
​– Aguente firme, falta pouco para a saudade acabar.
​– Obrigado.
​O pai o abraçou e levou sua mala até o carro. Charlie encarou as paredes do quarto e sentiu o vazio enorme que causava a ausência de Nick em sua vida diariamente, mas tentou sorrir ao lembrar-se de como tinha sido bom vê-lo e de tudo que fizeram.
​No dia seguinte a semana recomeçava, ele tinha uma nova semana inteira de aulas e trabalho pela frente. Tentou se concentrar nessa parte de sua vida e desfez as malas depois de enviar uma mensagem a Nick informando que chegou bem.

​Charlie estava limpando o balcão quando Luca afastou uma mecha do seu cabelo que escapou da touca e sorriu.
​– Seu cabelo tá maior. –Comentou.
​– Eu acabei esquecendo de cortar, mas vou fazer isso. Desculpa.
​– Não precisa se desculpar. –Charlie sorriu em agradecimento. – Ei, o que você acha de irmos ao cinema?
​Charlie foi pego de surpresa, não que estivesse proibido de ir ao cinema com amigos, mas os amigos de sempre. Charlie ainda tinha dúvidas sobre as intenções do garoto.
​– Eu não sei, ando muito sem tempo.
​– Relaxa, é só um cinema.
​– É claro que é...
​– Não que você não me desperte interesse... Mas eu sei que você tem namorado e tudo.
​– Sim, eu namoro, então é melhor deixarmos a ideia do cinema para outro momento.
​– Certo, mas ainda somos amigos?
​– Claro! – Sorriu.

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