Acidente

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O final de semana passou voando. Tori estava mais relaxada, a amizade com Isaac estava fluindo bem e ela sentia-se muito confortável ao lado dele. Isaac não estava nutrindo sentimentos, estava muito feliz por ter mais uma pessoa em seu ciclo de amigos.

Elle e Tao fingiam que o beijo não aconteceu, os dois tinham muito medo de prejudicar a amizade, mas a cada dia que passavam sem tocar no assunto iam se distanciando mais e mais. Charlie ficou pensativo a respeito dos dois quando Nick contou sobre o beijo, mas decidiu que não se envolveria. A decisão de contar ou não, assumir relacionamento ou não era dos dois.

Nick dirigiu até a casa de Isaac para deixá-lo. O garoto se despediu dos amigos, deu um abraço em Tori e desceu do carro. A segunda parada era na casa de Charlie, Tori se despediu de Nick e desceu do carro para dar privacidade aos dois.

– Gostou do nosso fim de semana? – Nick perguntou afastando os cachinhos que caiam nos olhos de Charlie.

– Foi perfeito, amo dormir com você. Difícil vai ser desacostumar. – Disse Charlie.

– Não precisa desacostumar, sempre que eu puder fujo para dormir com você. –Nick sorriu no final e Charlie teve a certeza, mais uma vez, que não poderia mais ficar sem Nick em sua vida.

– Você vai ter que disputar com o ciúme da minha mãe, ela me interrogou quando voltei da sua casa naquele dia. – Charlie riu. – E o meu pai repetindo "Deixa o garoto ser feliz, Jane".

Nick caiu na risada.

– Bom, então eu te sequestro para dormir na minha casa.

– Serei o seu refém voluntariamente.

Nick segurou o rosto de Charlie e o beijou por alguns segundos, deixou seus lábios roçarem sem pressa e finalizou com alguns selinhos.

– Até depois, vai com cuidado, Nick.

– Até, amor. Pode deixar, eu sempre tenho cuidado.

Nick esperou Charlie entrar em casa e só então deu partida no carro. O sorriso não saía do rosto do garoto, Nick estava feliz. Depois de anos repetindo os atos dos seus amigos e só fazendo o que os outros faziam, ele agora se sentia livre. Estava completo com Charlie. Nunca conhecera alguém como o namorado, gentil, doce, carinhoso e verdadeiro. Charlie era tudo que Nick desejava.

O dia estava lindo, o verão deixava tudo melhor. O semáforo a frente mudou para amarelo e em seguida vermelho, Nick parou. Ele batucou os dedos no volante ao som da música que tocava na rádio. Estava animado, em duas semanas teriam o campeonato de rúgbi e ele era o astro da escola, não decepcionaria seu time.

A luz mudou para verde e Nick acelerou, antes mesmo que ele pudesse trocar de marcha um carro avançou o sinal e colidiu com o carro da família Nelson.

Nick não viu mais nada, o motorista imprudente bate contra a lateral do carro, na porta do passageiro, fazendo o carro do atleta capotar.

– Garoto! Acorda, garoto! – A voz de um homem ressoava na mente de Nick até que ele abriu os olhos.

Nick estava na ambulância da emergência sendo levado para o hospital mais próximo. O atleta estava desorientado.

– Não se mexa garoto, você vai ficar bem. – Disse o homem que o acordou.

Nicolas queria entender o que estava acontecendo, queria saber o porquê estava numa cama, preso numa ambulância e sentindo muita dor.

– Alguém já acionou a família dele? –Perguntou a mulher que estava ao lado o ajudando a respirar com um balão de oxigênio.

– Sim, encontramos o número da mãe.

A ambulância chegou ao hospital e Nick foi encaminhado para atendimento e exames emergenciais, Sarah chegou minutos depois com Charlie e os pais do garoto.

– Preciso de informações sobre o meu filho! Onde está Nick? –Ela gritava.

Uma enfermeira se aproximou trazendo um prontuário em mãos e um saco preto pequeno.

– Olá Sra. Nelson, eu sou Rebeca, a enfermeira-chefe de plantão. Nicolas está sendo examinado e medicado, aqui estão os pertences localizados pelos policiais.

Charlie estava em choque, não parava de chorar abraçado a mãe.

– Por favor – ele pediu se aproximando. – Como Nick está? Ele vai ficar bem?

– Ainda não posso informar o estado do paciente, mas ele chegou acordado. Não parecia consciente do que tinha acontecido, mas estava acordado.

– Por favor, não me deixe sem notícias. – Sarah implorou.

– Sarah, eu vou resolver a parte burocrático do carro, preciso ir à delegacia, não se preocupe com isso. Vocês ficam aqui e eu volto o mais rápido possível. Disse o pai de Charlie.

A espera por notícias eram massacrante, os minutos pareciam horas. Charlie não conseguia mais chorar apenas sentia uma dor absurda no peito, o medo de perder Nicolas era maior que qualquer coisa.

–Ele vai ficar bem. Nicolas é jovem e muito forte. – Jane disse abraçando Sarah e Charlie. – Vamos pensar positivo.

Charlie deu a notícia aos amigos que ficaram também em choque. Ele não deu atenção às centenas de mensagens, apenas respondeu que daria notícias em breve.

Quatro horas depois um médico se aproximou da família.

–Sra. Nelson?

Sarah saltou da cadeira e correu em direção ao homem acompanhada de Charlie e seus pais.

–Sou eu.

– Nicolas é um garoto muito forte. A batida não o atingiu diretamente, ele teve diversas escoriações no braço e perna esquerda, mas não fraturou nada. Por conta da força da batida ele teve um leve traumatismo craniano que o deixou temporariamente sem memória. É normal isso acontecer tanto pela batida como pelo choque em si do acidente, mas os resultados os exames são favoráveis e em breve, no tempo dele, as memórias voltarão.

Charlie estava em choque.

– Eu posso vê-lo?

– Claro, um por vez. Ele precisa descansar. Estará liberado em 48 horas.

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