Capítulo 6

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Pov. Amélia

Todos começaram a gritar como em uma torcida o nome de Rooster, eu não fiz o mesmo, não porque não queria mas porque estava presa no momento anterior. Eu me afastei aos poucos, de modo que as pessoas não percebessem que tinha um motivo específico, quando finalmente cheguei ao balcão Penny se colocou em minha frente no mesmo instante, eu a reconheci porque meu pai me mostrou fotos dela um dia que estávamos a toa em casa, ele me contou sobre como a conheceu, foi alguns anos depois que eu tinha nascido, enquanto ele estava servindo e eu fui morar com minha avó.

- Penny! Oi! – Eu me apresentei como se já a conhecesse a anos, ela não entendeu de inicio mas percebi que depois de alguns instantes ela me reconheceu, provavelmente meu pai tinha falado sobre mim quando veio para cá na noite que ele chegou.

- Amélia! É você mesmo, não é? Finalmente te conheci, seu pai falou tanto de você. – Penny disse sorrindo depois de me abraçar praticamente passando por cima do balcão.

- Eu espero que ele tenha dito só as coisas boas e ele fala muito de você também... quer dizer, não sempre mas... ele falou de você – Eu disse sem muita confiança naquele momento, nunca pensei que me encontraria com ela. Ah Penny... se você soubesse o quanto ele se arrependeu.

- Com certeza, só coisas boas. Falando nisso, ele saiu faz pouco tempo, ficou um tempo observando pela janela quando Rooster começou a tocar e... eu acho que ele não conseguiu levar isso muito bem – Ela falou enquanto servia alguns copos de cerveja, eu não tinha a menor ideia que ele estava aqui, eu não tinha como saber.

- Eu imagino que não, se eu tiver sorte, encontro ele no caminho, o que eu duvido muito – Eu falei enquanto já me afastava do balcão. – Foi um prazer te conhecer, Penny!

- Eu também duvido muito. Espero te ver mais vezes, querida! – Ela me respondeu de volta, então eu saí do bar.

A brisa da praia é incomparável, o vento estava um pouco frio mas só o suficiente para fazer minha pele se arrepiar, o verão ainda dominava totalmente o clima daquele lugar. Minha moto estava no estacionamento logo ao lado do bar, Phoenix e eu viemos com ela para cá, ela me disse que voltaria com alguém da equipe, por isso não esperaria para que ela viesse junto. Na vinda depois de muito insistir, deixei que ela pilotasse, a moto era quase como um membro da família para mim, pensar que alguma coisa poderia acontecer com ela era doloroso.

Eu subi na moto e dei um jeito de me sentar sobre meu vestido para que o mesmo não voasse toda vez que eu acelerasse um pouco mais, o que era quase sempre. Quando saí com a moto não dirigi mais de meio quarteirão até meus olhos encontrarem a figura de alguém que eu sabia que conhecia, meu coração teve que resolver rápido demais se eu devia ou não parar. Por fim, eu encostei a moto um pouco a frente de onde Rooster estava passando.

- Quer uma carona? Eu aposto que é melhor do que andar mais quarenta minutos até o alojamento. – Eu não sabia mesmo a melhor forma de oferecer uma carona para alguém que raramente consegue olhar para mim.

- Não vou na sua garupa, Star. – Rooster respondeu mas não saiu de onde estava, quer dizer que ainda estava cogitando.

- E eu não vou te deixar pilotar. – Eu respondi.

- Eu não tenho um capacete – Ele insistiu.

- E eu não estou usando um. – Eu respondi novamente – Mais alguma desculpa?

- Não vou dizer que você venceu mas vou aceitar a carona. – Ele disse e eu não consegui conter meu sorrisinho de vitória, então ele se aproximou e eu tive que reestabelecer totalmente meu equilíbrio mental e físico.

- Eu prometo não contar para Hangman. – Eu disse enquanto ele subia na moto, ele não se segurou em mim, se segurou nos apoios nas laterais de onde ele sentava.

- Ele ficaria com inveja, posso te garantir – Rooster disse, ele ainda não falava com tanto humor nas frases, ainda sentia um receio em sua fala mas estava perto suficiente de mim para brigarmos até o amanhecer e ainda não fizemos isso.

- Ficaria? Idiotas – Eu respondi e Rooster riu. Então eu acelerei, incialmente não tanto mas foi o suficiente para ele se segurar com mais força, percebi isso com pelo retrovisor.

- Seu vestido não tem nada a ver com sua moto! – Rooster disse, dessa vez um pouco mais alto para que eu pudesse escutar.

- Sua camisa também não tem nada a ver com você e nem por isso eu comento! – Eu disse em um tom de brincadeira, porque para mim era óbvio que aquela camisa combinava com ele mais que combinaria com qualquer outra pessoa, novamente me encontrei perdida no quão irresistível ele estava se tornando para mim. Rooster riu e negou com a cabeça.

Estávamos em uma reta, o momento perfeito para eu pegar ainda mais velocidade e foi o que eu fiz. Eu adorava aquela sensação tanto quanto meu pai.

- Amélia! – Rooster disse em aviso e dessa vez ele se agarrou a mim, porque era sua última opção mas ele não me soltou quando diminui só um pouco da velocidade, suas mãos continuaram em minha cintura e posteriormente pararam em frente ao meu corpo, agora seus braços me rodeavam. – Não faz de novo ou você vai me deixar no meio do caminho!

- O que?! Disse para eu fazer de novo?! – É claro que eu tinha ouvido mas foi incrível fazer totalmente o contrário que ele pediu. – Você pilota aviões de caça, Bradley!

- Exatamente! Aviões! – Ele se agarrou ainda mais em mim mas meu karma me pegou porque tínhamos chegado ao alojamento.

- Foi ótimo voar com você, Rooster. – Eu disse dando uma pequena risada, ele desceu da moto e apoiou suas mãos em seus joelhos.

- Literalmente voar, bastava mais um aceleradinha. – Ele estava falando enquanto eu descia da moto, eu dei um pequeno sorriso e me encostei na mesma.

- Quando quiser novamente, sabe onde me encontrar. – Rooster me olhou quando me ouviu e parecia ter pensado para responder.

- Eu vou pensar no caso – Ele estava em minha frente, eu não percebi quando ele se aproximou mas estava bem mais perto que antes, mais perto do que jamais esteve.

- Me desculpa por ter gritado com você na pista de pouso aquele dia... eu... – Eu não devia estar me desculpando, não devia mesmo estar me desculpando.

- Não estou aqui ainda para pedir desculpas. – Bradley disse antes de eu ter conseguido pensar em algo para dizer.

Foi nesse momento que uma de suas mãos tocou meu rosto e a outra segurou minha cintura, meu corpo ainda estava encostado na moto, caso contrário, eu tinha certeza que cairia e seu corpo estava próximo suficiente para que eu pudesse senti-lo contra o meu. Seus lábios eram quentes quando tocaram minha boca, foram apenas dez segundos, os melhores dez segundos que Rooster poderia me dar. Até ele se afastar, meus olhos encontraram os dele por pouquíssimo tempo antes dele se virar e seguir pelo corredor de pilares até a entrada do alojamento e eu não fiz nada para impedi-lo.




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Falei que não ia ter capítulo hoje mas sou mais ansiosa que vocês haha

Era para ser curto, para não deixar sem atualização mas acabou que eu me empolguei, espero que vocês gostem! Aproveitem a leitura! Beijinhos!!!

OBS: Alguns comentários estão simplesmente desaparecendo para mim, então se eu não responder, é por isso :(

TOP GUN - Maverick's DaughterOnde histórias criam vida. Descubra agora