TOP GUN - Maverick's Daughter

Capítulo 30

Pov. Amélia

Quando havia uma missão a ser cumprida, quase não tínhamos tempo para fazer as outras coisas que a vida nos exigia. Por exemplo, desde o dia em que nos apresentaram a missão, estamos chegando às cinco da manhã no hangar, saímos de lá quase oito da noite, não temos energia para ir ao bar da Penny ou para fazer qualquer outra coisa depois disso.

Mal tenho visto Rooster essa semana, passávamos alguns minutos na frente do alojamento e apenas um dia fomos até o supermercado e nos enchemos de porcaria dentro do seu carro. Acordamos ainda de madrugada e chegamos a conclusão que se nos atrasar não era uma opção, não queria ficar a manhã inteira pagando flexões.

Mesmo meu, também mal tinha falado com ele, apenas durante o tempo em que estávamos no hangar mas ele andava ocupado e preocupado também. Eu torço para que Penny esteja fazendo um bom papel tentando acalma-lo nesses últimos dias.

Os treinamentos têm sido intensos, apesar disso não tínhamos conseguido fazer o trajeto no tempo exigido, éramos os melhores mas no meio dessas circunstâncias... nem sei mais se temos esse posto. Hoje foi um dos piores dias porque quase perdemos um de nós, Coyote não aguentou e acabou desmaiando no voo que treinariamos contra a força G, por sorte ele conseguiu voltar a ter controle sobre a aeronave quando meu pai o acertou como alvo, provavelmente o alarme o ajudou a voltar.

- Amélia? – Eu ouvi a voz do meu pai, então eu me virei de frente para o mesmo, ele estava parado na porta da sala em que eu estava, seus olhos estavam marejados e ele parecia triste. Uma tristeza que eu não via a muito tempo... ele perdeu alguém.

- Iceman? – Eu perguntei cuidadosamente, então ele confirmou com a cabeça. – Pai... – Eu me adiantei em correr até seus braços, então o abracei, o mais forte que consegui.

{...}

Em respeito ao almirante Iceman as atividades do hangar foram suspensas depois do seu enterro. Meu pai estava em silêncio total durante o dia todo, era quase uma tortura para mim vê-lo daquele jeito, ele era o único que restou agora e o que restava era aceitar. A coisa que eu mais queria em toda minha vida era poder fazer algo por ele mas eu sabia que a única coisa que poderia curar isso era o tempo.

- Como seu pai está? – Por incrível que pareça foi Hangman que perguntou, enquanto ele se sentava em uma das cadeiras de praia ao lado de Phoenix.

Estava quase anoitecendo e Penny deixou uma pequena fogueira no meio da areia com algumas cadeiras em volta, ela sabia que fazia dias que não passávamos um tempo juntos assim.

- Ele vai ficar bem. – Eu respondi, ele tinha que ficar. – Provavelmente não vai vir hoje.

- Eu imagino que não. – Hangman respondeu enquanto estendia a embalagem de marshmellows na direção de Phoenix, ela pegou dois de dentro e espetou no palito de madeira.

- Tira a mão! – Eu ouvi Payback dizer enquanto batia na mão de Fanboy, eles estavam brigando por um saco de salgadinho, tinham vários mas somente um daquele sabor. Eu dei uma pequena risada observando a situação.

Rooster chegou alguns minutos depois porque pedimos para ele comprar chocolate e bolachas para o marshmellow, ele entregou a sacola para Phoenix, até porque era ela quem estava os devorando todos que haviam na embalagem. Bradley voltou até onde eu estava e se abaixou para dar um beijo em minha bochecha.

- Olha só! – Hangman foi o primeiro a começar com os comentários. – Pensei que vocês se odiavam.

- Ainda acontece às vezes. - Rooster brincou enquanto arrastava a cadeira de praia até que estivesse bem ao lado da minha, então se sentou.