Pov. Amélia
O caminho até a pista de pouso pareceu durar uma eternidade, quando meu avião pousou algumas pessoas se aproximaram para fazer os procedimentos de rotina, eu desci do avião assim que fui autorizada, todas as vozes que escutei enquanto caminhava para dentro do hangar pareciam ecoar por minha mente. Eu precisava de noticias, enquanto estive pousando não me falaram mais nada, só me deixaram ligada ao canal de instruções, o que me deixou ainda mais preocupada.
- Estão loucos?! Estou tentando ter noticias desde que vocês simplesmente me mandaram voltar! É do meu ala e acima de tudo minha amiga que estamos falando! – Eu disse assim que avistei meu pai e um dos almirantes.
- Tenente! – O almirante Cyclone chamou minha atenção e fez bem, se levar em conta que eu estava quase partindo para um tom de voz mais alto. – Não temos sinal deles. Mandaremos uma equipe de busca, assim que possível.
- Assim que possível?! Não quero uma equipe de busca para achar os corpos deles, quero eles vivos! – Falei enquanto o olhava, meu pai estava prestes a começar a me defender, não por ser sua filha mas porque ele tinha os mesmos princípios que os meus.
- Infelizmente as ordens não são dadas por você, Tenente. Mandaremos quando acharmos que devemos mandar! – O almirante insistiu.
- Mandaremos a equipe de busca depois que derrubarmos as outras duas aeronaves. Mandem preparar um avião. – Meu pai disse enquanto já se afastava.
- Capitão! – O almirante o repreendeu – Maverick! – Meu pai não voltou atrás e o Cyclone sabia que não valia a pena insistir.
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Horas já tinham se passado, eu já tinha respondido inúmeras perguntas para a equipe, por incrível que pareça, Hangman pareceu estar mais preocupado do que qualquer outro ali, apesar de ter me dito poucas palavras, vi que claramente não estava bem quando saiu. Payback e Fanboy ficaram ali por um bom tempo e Rooster, nem sequer vi a cara dele por aqui.
Fui para o alojamento antes de anoitecer, eu tomei um longo banho enquanto tentava não deixar o nó em minha garganta me sufocar. Tínhamos tantas opções... Tantas! Meu Deus, como eu queria simplesmente voltar atrás, ter feito diferente... mas nenhuma explicação ou súplica trará eles de volta. Não trouxe da primeira vez que perdi alguém e agora não será diferente.
Ficar naquele quarto só estava piorando minha situação e o bar da Penny foi a melhor opção que pensei, não exatamente nele mas na praia em sua frente. O mar sempre me acalmou, sempre me fez bem, pensei que dessa vez não seria diferente mas foi, meus olhos se encheram de lágrimas no momento em que ousei pensar que a perdi. Eu ouvi alguns passos se aproximando de mim na areia, então eles pararam, eu enxuguei meus olhos e esperei até ouvir mais alguma coisa.
- Sinto muito, pela Phoenix e pelo Bob. – Rooster disse, ele não se sentou na cadeira ao meu lado, apenas estava parado enquanto me olhava. Eu não estava olhando para ele mas senti claramente o peso do seu olhar sobre mim.
- É o risco que corremos quando estamos lá em cima. – Eu não esperava que ele estivesse ali, porque já tinha perdido as esperanças de qualquer coisa vinda dele.
- Eles ainda vão analisar o voo e ver que... – Antes mesmo que Rooster pudesse terminar, eu me levantei. Ele não se assustou mas ajeitou sua postura porque sabia que eu não seria delicada.
- E ver que não foi minha culpa?! Porque você deve ter quase certeza que eu tenha feito algo de errado! É um mal de família, não é, Bradley? – Rooster não disse nada, provavelmente sabia que eu já estava no meu limite de estresse – Eu não matei Phoenix e nem o Bob!
- Amélia! – Meu pai chegou antes que eu terminasse de descontar minha raiva em Bradley, então ele parou ao meu lado e olhou para Rooster. – É melhor você ir. – Meu pai disse, Rooster me olhou por alguns instantes, ainda tinha algo a dizer mas escolheu sair dali.
- Não quero ouvir nada que venha dele, nada! – Eu disse enquanto voltava a me sentar. Os motivos de Bradley continuar nos odiando ainda não faziam sentido na minha cabeça, muito menos o desprezo com que ele olhava para meu pai.
- Não precisa levar isso com você também. – Meu pai disse enquanto se sentava na cadeira ao meu lado, eu não o respondi. – Mandaram a equipe de busca. – Meus olhos marejaram e ele percebeu, por isso segurou minha mão.
- Obrigada... – Foi tudo que consegui sussurrar, além de apertar um pouco mais sua mão. Logo depois que saí meu pai e mais um avião de caça saíram em busca das outras aeronaves, as duas foram derrubadas.
- Phoenix não é Layla. – Eu me surpreendi quando ele tocou no assunto, porque Goose e Layla eram assuntos que evitamos falar mas eu sabia exatamente onde ele queria chegar.
- Não, ela não é. Porque Layla estava no mesmo avião que eu estava e morreu da mesma forma que Goose morreu. – Eu disse, então levei meu olhar para ele, que também estava me olhando. – Não tentei me entender com Bradley para provar nada para mim mesma. Tentei por você.
Por um bom tempo ele não disse nada, apenas voltou a olhar para o mar, agora já não havia mais sol e as ondas pareciam mais calmas.
- Desde que Goose morreu, Bradley se tornou como um filho para mim. Essa foi a escolha dele, Ame. Eu vou ter que viver com isso. – Era o que ele sempre dizia e o que eu nunca aceitava.
- Tenente? – Pude ouvir a voz do almirante Cyclone logo atrás de nós.
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TOP GUN - Maverick's Daughter
RomantizmUma fanfic sobre o filme Top Gun Maverick, mantendo a ação, adicionando o romance e alguns novos personagens, entre eles, Amélia Mitchell, filha do Maverick. 09/05/2023 :: 01° - #meganfox 16/06/2022 :: 01° - #Tomcruise 18/06/2022 :: 01° - #Aeronáuti...