TOP GUN - Maverick's Daughter

Capítulo 41

Pov. Amélia

A porta do avião tinha se fechado, eu tinha acabado de me sentar no banco e estava praticamente tendo que conter o sorriso que estava tentando aparecer em meu rosto, seria errado sorrir nessa hora.

- Por que está feliz? - Uma voz masculina perguntou, então eu o olhei. Não o reconheci, apesar de já ter visto seus olhos em algum lugar. Eram azuis, assim como os meus e seu cabelo era escuro, no mesmo tom que o meu também.

- Eu fui pedida em casamento. - Eu mostrei meu anel para ele, dessa vez não consegui segurar meu sorriso, eu vou guardar as lágrimas para quando estiver lá. - Há cinco minutos atrás é por isso que estou feliz... Feliz é uma palavra muito forte, na verdade.

- Uau, parabéns para você. - Ele disse, quase ironicamente, estava começando a achar que ele era pior que Hangman. - Que cara é essa? - Seria uma longa viagem, vai ser bom saber o que ele está deixando para trás.

- É a única que eu tenho. - Ele respondeu enquanto olhava para frente. Meu coração se apertou e eu franzi as sobrancelhas.

- Onde aprendeu isso? - Eu perguntei.

- Primeiro, eu não sei, faço desde sempre. Segundo, para que tantas perguntas? - Ele voltou a me olhar, foi ai que percebi que seus olhos estavam avermelhados. Provavelmente tinha chorado antes... chorado muito. Então, eu me lembrei, ele era quem estava abraçando a garotinha... ele teve que se despedir da sua filha e prevalecente da sua esposa também.

- Me desculpa. - Eu limpei a garganta e voltei a olhar para frente. Eu o ouvi respirar fundo antes de se encostar na parede do avião em nossas costas, um avião de guerra não nos oferecia muito conforto.

- Amélia, está brincando com a minha cara, não está? - Ele disse, eu franzi as sobrancelhas, como ele sabia meu nome? Eu o encarei por alguns segundos e ele começou a me encarar de volta.

- Max?! - Eu tentei controlar minha surpresa. Meu Deus... como eu não tinha o reconhecido! Tudo bem, ele mudou muito, já fazia dez anos desde que o vi pela última vez mas ainda assim, ele foi meu ala, eu devia ter reconhecido. - Eric "Max" Howard?

Ele deu uma pequena risada antes de nós abraçamos, fazia tanto tempo... As pessoas costumavam dizer que éramos irmãos perdidos, ele lembrava ao meu pai mais do que eu mesma, não duvido que meu pai tenha deixado mais filhos espalhados pelo mundo. Eu ri com meus pensamentos, então voltei a prestar atenção no que ele começou a falar.

- Não acredito que não me reconheceu. - Ele disse, seu semblante ainda parecia triste mas ele estava tentando manter o sorriso em seu rosto.

- Você ganhou muita massa muscular, mudou o corte de cabelo e não tem mais um rosto de um garoto de vinte e poucos anos. Eu tenho direito de não ter te reconhecido logo de primeira. - Eu brinquei, então ele deu de ombros com o pequeno sorriso ainda em seu rosto.

- Você tem razão, mudei um pouco. Agora sou pai de uma linda garotinha e de um mistério que ainda está dentro da mãe. - Ele disse murchando mais um pouco, Max provavelmente não era o tipo de pessoa que se abriria com qualquer um, eu fico feliz que ele ainda se sinta confortável com isso.

"Traga ele de volta, vivo." As palavras de Peace invadiram minha mente. Ou ele deixaria duas crianças sem pai e uma esposa viúva... Eu o vi chorar enquanto se despedia... Max não escolheu estar aqui também, ele provavelmente nem veria o nascimento da sua filha... Que droga... As lágrimas caíram antes mesmo que eu pudesse contê-las.

- Sinto muito por ter que deixá-las para trás, Max... - Eu disse e ele me olhou enquanto concordava com a cabeça, seus olhos se encheram de lágrimas também, foi a hora em que percebemos que precisávamos mudar de assunto.