De onde o mais puro e apaixonante clichê Vinnie Hacker se ver completamente apaixonado por Aurora.
Ou
De onde Aurora Rae ver em Vinnie o amor que nunca teve, ou melhor, o romance que sempre desejou.
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|| 𝐕𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫
Um silêncio profundo.
Era tudo que podia se ouvir dentro do carro durante todo o percurso do começo ao fim, apenas se ouvia o silêncio.
O rádio se recusava fazer barulho assim como nós dois que não não tínhamos coragem de falar um com o outro. Nem uma troca de olhares, risadas nem ao menos suspiros. Não houve uma interação entre nós.
Seria mais fácil assim...
Ao estacionar próximo a calçada eu pude ouvir o barulho calmo da porta do passageiro ser aberta junto a uma respiração sendo solta ao meu lado.
Meus olhos ainda encaravam o mesmo ponto qualquer a minha frente sem a mínima vontade de olhar a pessoa que eu deixava em casa.
- Obrigada. - o barulho da sua voz saiu como um fio de sussuro e cansaço me fazendo apenas balançar a cabeça em um aceno sem desviar meu próprio olhar para si. - Vinnie eu...
- Espero que cuide do seu joelho. - a interrompo com um aranhar de garganta cessando suas palavras.
Aurora suspirou ao meu lado e agarrou com força seu vestido contra o corpo que usou ontem a noite. A ruiva sem dizer mais nada saiu do carro e fechou a porta me fazendo olha-lá através do vidro escuro da janela.
Uma mulher de longos cabelos loiros caminhou depressa em direção a garota com lágrimas nos olhos e a tomou para os seus braços em um aconchego que logo presumi ser sua mãe pelo desespero em seu olhar. Mais atrás, próximo a porta de entrada da casa, um homem de cabelos ruivos encarava as duas tão deprimido como a mulher mais parecia aliviado por ver sua filha bem.
O suspiro preso saiu sobre meus labios e minhas mãos apertaram o volante com força por me sentir culpado de não ter chegado antes que Aurora se machucasse.
Antes que eu pudesse agir por emoção eu senti a embreagem tremer ao meu pé e deu partida no carro deixando pra trás os três que se encontravam.
- Mãe? - chamei pela mulher assim que adentrei a porta principal olhando em volta a sua procura.
- Cozinha!
Ouvi seu grito e sorri assentindo ao caminhar em direção o lugar em que ela teria dito.
- Que cheiro incrível. - elogio com sinceridade a observando sorri agradecida enxugando suas mãos no pano de prato.
- Porque não avisou que vinha me visitar? - Marie dá um leve soco em meu ombro demostrando sua insatisfação.
- Porque eu sei que a senhora não quer que eu gaste com passagem. - explico pela milésima vez óbvio com um sorriso brincalhão nos lábios.
