Alcaline

Capítulo 47 - Perspectivas (c)

Zona morta – 14:40h

Amanda observa o novo cenário. O céu vermelho em plena tarde denuncia...

É o Crepúsculo nuclear, provavelmente estou próxima de onde a guerra nuclear teve as batalhas mais sangrentas...

Pensou a garota ao lembrar-se das aulas de história. Mais adiante ao longe no plano baixo do vale era possível ver uma caravana de nômades vestidos com mantas de trapos seguindo um caminho no meio do deserto cercado de carcaças de naves, tanques e toda sorte de ferro velho...

SHUOMP

Um portal vermelho se abre.

— Impressionante como você é descuidada!

PUNTCH!

Amanda toma um soco tão forte de Beka que a hacker gira e cai na beira do precipício.

— Hummmpfh. – Amanda apoia os dois braços no chão, sentindo a proximidade de Beka. A outra prepara um tiro de pistola, mas é frustrada pela abertura do portal azul do aparelho de Amanda.

Beka salta com seu scanner ativado e reaparecem no meio do ginásio do Dome. Beka corre até Amanda que fica parada:

— Todd quanto tempo até o alvo chegar?

Cinco minutos. Você ainda tem dois saltos.

Amanda não teve tempo de desviar. Ela é golpeada com uma sequência de chutes e socos. De sua boca jorram jatos de sangue seguidos até que Beka interrompe sua luta para assistir o corpo da colega rolar mais uma vez no chão...

— Então...falta de criatividade. Sempre voltando para onde tudo deu errado? Vamos!!! Leve-me para um lugar perigoso...

Beka avança para dar o golpe final cambaleante. Ela parece cançada e rachaduras luminosas ficam evidentes por todo o seu corpo... é o efeito colateral dos saltos intradimensionais de teletransporte. É visível o cansaço de Beka.

FLADJDJEOJDEDAPONNNTCHHHHH

O portal azul se abre por trás de Amanda e ela, percebendo as rachaduras na pele de Beka, agarra a ex-namorada trazendo as duas para dentro do portal.

Lena

Gerard se aproxima da bancada principal da ponte de comando da LENA. As oficiais acompanham com temor a aproximação das naves americanas ao complexo e das frotas que cercam as saídas do espaço aéreo europeu.

— Clair! Voguel! Quanto tempo ainda temos?

Voguel: - 30 minutos no máximo senhor...

— Sargento Monroe! Acionar o alarme de evacuação. Vamos iniciar o procedimento de retirada de todas as equipes.

Monroe: — O senhor vai seguir o protocolo de invasão?

— Sim. A partir de agora eu serei o único na sala de operações. Certifique-se que meu vagão subterrâneo esteja pronto para partir.

Monroe: — Copiado senhor!!!

As equipes de serviços especiais, militares e civis andam rápida, mas cautelosamente para os elevadores de emergência para entrarem nas naves de fuga que seguem a rota metroviária subterrânea da LENA até as vias internacionais do ''Tubo''. A movimentação é ágil com Voguel coordenando o processo até o final no pátio de acesso aos elevadores com seu tablete em mãos. Monroe passa por Voguel triste com a derrota de seu líder e de seu continente. Ela deixa para trás seu painel ligado com o panorama dos céus europeus, no visual as naves americanas cada vez mais perto de lançarem o ataque final contra as forças europeias. Voguel termina seu protocolo olhando para Gerard só na ponte de comando, em pé em sua plataforma, ao lado de sua cadeira... Voguel recebe um olhar caloroso do capitão e saí do pátio para descer o elevador. Minutos depois, dentro da nave com um pelotão especial ela crava os olhos no túnel que tem pela frente, as lagrimas vêm... e vão com a melancólica entrada dos primeiros mísseis que atingem o prédio da LENA