Capítulo 27 - A cada batida do coração (a).

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Ibiza-A é uma pequena cidade alta frequentada pela elite mundial. Banqueiros e corporativos aproveitam o tempo de férias ou simplesmente uma brecha no mundo dos negócios para curtirem as ruas antigas, as praias cheias do padrão de beleza. Corpos modelados em academias ou mesmo em um laboratório de estética. A noite em Ibiza é clara, cheia de luzes e sons. De alguns prédios saem raios-neon indicando a ocorrência de alguma festa chique de alguém ou um show Eletropunk banhado a espumante e perfumes caros.

Hypervias no céu, avenidas no chão. O carro de aplicativo chega na porta do hotel para buscar Beka e sua parceira de balada por essa noite. O Motorista, um androide vestido de camisa polo e jeans sai do carro parado no asfalto e abre a porta para as garotas.

— Hey Amanda!!! Vão bora!

— Argh. – Amanda Sentou na poltrona de traz do carro com Beka. Reparou no recepcionista na porta do Hotel. Ele também era um androide. Só deu conta quando passou bem perto do homem e ele não reagiu a seu belo vestido... descartou a possibilidade de ele ser gay quando os olhos moveram-se como duas micro câmeras lendo o código de barras tatuado no seu braço esquerdo. Código de barras é a forma de identificação oficial dos humanos. Cyborgs e Androides têm marca d'água na pele sintética ou número de série na nuca.

O carro para em cruzamento e segue sua rota em meio ao tráfego ameno do centro da cidade. O movimento no asfalto é fraco; poucas pessoas moram ou andam nesse nível; preferem o nível alto além do mais essa é uma cidade exclusiva. As classes dominantes não gostam de multidões. Androides catadores de lixo, cybrons fazendo a ronda da noite e hologramas ocupam a maior parte dos espaços no nível inferior. Amanda se perde em meio aos anúncios dos hologramas corporativos. Tudo tão simulacro...

— Chegamos, Gata! Primeira parada: Loja Charlie Dal Cross. Estilista das grandes estrelas de Hollywood.

— Wow. Beka... você realmente tem bom gosto. Esses vestidos são maravilhosos, só que não – pensou Amanda, que não era dada a vida fashion, era uma moleca da rua, costumava jogar bola com garotos na quadra do colégio.

— ah olha essas bolsas. Gata, você precisa tomar um banho de loja urgentemente. — Falou Beka tomando a frente, virando a cabeça na direção dos cabides num tom irônico e arrogante; suas mãos finas e brancas acariciavam roupas em outros cabides que iam ficando para trás.

— Preciso?

Beka entra na sessão de blusas e mexe em algumas unidades, conferindo a costura, a gola e os tamanhos.

— Fico imaginando o que aqueles paspalhos dos meninos estão fazendo nesse exato momento. Tão bobos...

Tubo - Bodokan

A nave se aproxima do seu destino na velocidade de 2 Nots. Mind começa o procedimento de chegada. Reduz a velocidade para 1 Nots ajustando os compressores e turbinas.

— Gibs! Nivelar cabine e direcionar leme 30° Bombordo.

Keep confere as coordenadas e transmite as instruções para atracação:

— A estação subterrânea de Athenas autorizou nossa entrada. Estimativa de pouso e engate em 15 minutos.

Keep continua a instrução para manobra de engate com a plataforma de pouso:

— Plataforma na tela. Já tenho visual das luzes da doca. Gibs, posicionar leme em 0 grau.

A nave é atracada com sucesso na plataforma 17, onde outras embarcações descansam a 1 km da superfície; numa antiga oficina subterrânea de cargueiros espaciais. As caixas de aço flutuantes, contendo as armas da revolução, então, são retiradas rapidamente da Bodokan e deslocadas com discrição até a nave atracada na plataforma 28 como combinado. A nave Chira do 11° Distrito os espera desde as 16h. Capitão Dash da divisão americana recebe os membros do 7° pelotão com alegria e com cordialidade de um nativo mexicano. Moreno quase vermelho, sua simpatia e sorriso cativante em uma carcaça de guerreiro contagiavam os companheiros de campanha.

AlcalineOnde histórias criam vida. Descubra agora