Alcaline

Capítulo 5 - A Tempestade (e): ''Todd''.

América

— Ativar agente especial Maxine Fahn!– ordenou o General Noxan— todas as unidades em posição, iniciar protocolo COBRA. Essa é a janela que precisávamos. Preparar para interceptar. Aplique um dardo de sedativos. Eu quero essa garota Viva.

Paris

A agente Maxine Fahn, uma mulher forte; esbelta; de longos cabelos azuis; seios fartos e um instinto assassino apurado, sai de um restaurante em uma esquina de Paris e se encaminha para o Sofitel. Ela calibra suas duas pistolas e coloca seus óculos escuros. Logo depois aperta um broche no lado esquerdo do peito e seu uniforme de combate preto aparece. Sua roupa é feita de nano pigmentos especializados em moldar o corpo humano.

No quarto do Sofitel, Amanda se conecta com o processador V.R. do óculos e é jogada para a realidade virtual. Instantaneamente o display de seu smartwatch começa a emanar uma luz azul ciano.

— Sargento Blend!!! Acessar todas as câmeras do Softel. Quero cobertura no perímetro e passe às coordenadas para a Agente Fahn, entramos em protocolo Violeta!!! — Ordenou Noxan visivelmente impaciente.

Amanda esfrega os olhos e se vê no meio de uma sala de estar, Amanda encontra - se dentro do simulador de realidade de frente para um aparelho de televisão antigo; aparentemente um televisor do ano de 1930.

Que diabos é esse lugar?

Há uma poltrona de dois lugares em frente a TV. Ela senta e permanece embalada por leves impulsos como numa cadeira de massagem.

Essa Sala, a cadeira...

A poltrona se transforma em uma cadeira de balanço que range; sua madeira é antiga e desgastada. Um menino passa pela linha de visão de Amanda. Ele para em frente à televisão e aperta o botão ''on'' ligando a televisão. O menino senta em frente à TV e assiste à estática barulhenta, incômoda e cinza:

— Hey!

Uma Voz chama ao lado. Amanda vira o rosto a direita. Há uma porta de saída em meio a um grande salão de festas de um castelo.

— Por aqui – Chamou o menino, um garoto ruivo com tranças Nagô vestindo apenas uma calça branca com uma corda amarela amarrada na cintura. Amanda levanta da cadeira e segue o garoto. Ao abrir a porta, os dois adentram um ambiente totalmente escuro. Só há estrelas ali. É como se estivessem flutuando no espaço sideral.

— Feche os olhos e deseje estar no lugar mais bonito em que você já esteve. – Disse o garoto.

Amanda fecha os olhos. ''Eu não sei onde poderia ser esse lugar... eu sempre vivi no submundo...''

Ao abrir os olhos, ela se vê em uma clareira, um campo gramado cercado de árvores e um lago. Ao longe, ela consegue ver um casal e uma criança sentados debaixo de uma das árvores. Parecem estar fazendo um piquenique. A menina se levanta e começa a correr pelo gramado. Parece que está em um parque em algum lugar da Alemanha. Amanda se aproxima e quando fica bem perto do grupo percebe que nenhum dos três pode vê-la nem sentir sua presença. Ela olha a menina e fica chocada com sua aparência.

— Como se parece comigo – Amanda toca seu próprio rosto e atenta para os traços faciais da menina que aparenta ter 5 ou 6 anos de idade. Sua mãe a chama e a menina se joga nos braços da moça.

A mãe sussurra algo em seu ouvido, dando-lhe um beijo na testa...

Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

A cena é rebobinada e Amanda volta para a sala de estar. O menino pega sua mão e dá um beijo em sua testa.

— Bem-vinda ao REVIEWS seu app de memória afetiva, aqui você acessa sua história de vida e os principais acontecimentos de sua trajetória pessoal e profissional.

— Então esse é o diário do Professor Wishonsky?

— Sim. Pode me chamar de Todd seu guia.

— Todd. O que foi aquela cena do parque?

— Foi à inicialização do simulador. Geralmente captamos uma memória do subconsciente do novo usuário pra estabelecermos uma conexão neural eficaz.

— Entendo...

— Agora podemos acessar a caixa de mensagens do aplicativo... – O garoto vai mais uma vez até a televisão e aperta o botão ''on'' . Dessa vez uma imagem aparece na tela. Cinco faixas verticais, cada uma de uma cor; Preto, Branco, azul, vermelho e amarelo seguidos de um som.

Tchuuu

O som para e dá lugar a imagem do Professor Wishonsky. Um homem nos seus 54 anos, cabelos grisalhos, um senhor em ótima forma física e uma postura ereta de uma presença forte, sentado em seu escritório se preparando para gravar um vídeo. Acertando o enquadramento da câmera, ele senta a sua mesa cheia de papéis, e um notebook aberto. Pode-se ver também uma vasta estante de livros atrás dele. O homem olha para a câmera e começa a falar.

— Olá Amanda Meu nome é Petrolav Wishonsky sou o cientista que você acabou de roubar. Dentro da maleta deixei esse aplicativo para que você pudesse ter acesso à parte do material do projeto Alcaline. Se você esta assistindo esse vídeo é porque eu tenho poucos minutos de vida.

Amanda suspira:

— Oh!

Ela cruza as pernas e lança uma expressão de desdém, inclinando a cabeça para frente contraindo as pálpebras em um claro sinal de dúvida sobre o senhor professor.

— Por mais que você duvide com todas as suas forças, infelizmente eu já sabia da sua presença no simpósio

— Mas como?

— AMÉRICA e ÁSIA estão tentando rastrear um grupo de pessoas da qual eu faço parte. Nós nos denominamos a ''REDE''. Essa organização independente é uma elaborada articulação entre ciência, política e espiritualidade dedicada à pesquisa e a expansão do conhecimento humano. Por trás das manobras estratégicas dessas duas potências mundiais há uma conspiração que pretende destruir a REDE e tem o interesse em ampliar relações de poder e domínio que tornam as disputas internas cada vez mais acirradas, ameaçando a paz e a integridade de Gaya. Como Gerard já deve ter explicado ''Alcaline'' é uma peça importante nesse jogo e foi por isso que eu apaguei todos os dados e fórmulas do princípio ativo dessa substância de todos os sistemas de dados oficiais deixando apenas uma parte das informações nesse app para que você possa juntamente com as outras partes da fórmula montar o Alcaline e ajudar EUROPA.

— Ajudar como, moço?

— Senhorita Walker. Alcaline é uma arma perigosíssima. Nas mãos erradas poder destruir todo um Planeta. Se essa pesquisa parar nos laboratórios americanos estamos perdidos. AMÉRICA só tem um propósito em vista: alimentar a guerra Galáctica e conquistar os planetas envolvidos nesse conflito. E isso é insano, uma vez que Gaya está encurralada e não temos outra escolha senão a paz. Temos que parar com essa guerra de uma vez por todas.