Capítulo 22 - Aurora (b)

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O grito coletivo irrompe no ar frio, condicionado do quarto de Gibs. As cartas estão colocadas na mesa e Amanda, de cabeça baixa pensa em Gerard. Sua espera por respostas está mergulhando sua alma em angústias dilacerantes. Tudo ali não faz sentido se não levasse em conta o fato de que ela é uma agente treinada pelo governo para executar missões exatamente dessa natureza. Não acreditava em destino nem acaso, mais uma razão para entender que fora colocada ali propositalmente sem ter escolha. Sentia raiva por todas as informações omitidas por Gerard e por todas as vidas ceifadas no Projeto Alcaline, 15 Crianças perderam a infância sob tortura mental física e emocional por uma pesquisa científica que favorecesse um lado de uma guerra. Sentia-se traída, enganada até por si mesmo - ''Se aproveitaram até do fato de eu mesma ter apagado a minha memória pra depois trazer tudo à tona. Ainda que fracionadas essas memórias me servem para minha vingança. Pode esperar Gerard, seu desgraçado aproveitador. Você me colocou numa revolução que não é minha. Pode esperar pelo seu.''

Ásia: Centro de comando Sul Coreano.

Oficiais da inteligência analisam imagens de um grupo terrorista que se prepara para uma negociação na região de Ibiza.

O assistente de investigação Sargento Lying aponta para o monitor:

— General Hiro, conectamos com o circuito de câmeras que rastreou o sinal do Mercenário. Jean Pierre LeVerve é conhecido como Armada por seus clientes, exércitos paramilitares e grupos terroristas ávidos a comprar armamentos de última geração incluindo os importados de outros sistemas fora da Federação. Um Homem obscuro e extremamente perigoso. A informação que chegou via nosso espião é a de que ele marcou com a 7ª divisão revolucionária a entrega de fuzis de plasma nesse local

— Descansar, Sargento. Estamos em protocolo Delta. Esse é o ponto de virada. Contate O General Noxan e continue conectado ao circuito de câmeras. Ainda precisamos pegar a Revolução em Flagrante.

Lyon/França: Quartel-general da LENA

Gerard caminha pensante pela plataforma de onde passa suas orientações para seus oficiais comedidamente sentados a seus postos de análise. Clair e Vogue giram sentadas nas cadeiras. Clair chega a apoiar as pernas na sua bancada tomando um iogurte de aveia e mel.

Três ligações para o Presidente americano e sigo sem respostas. Algo muito ruim pode ter acontecido. Eu sei... Eu sinto. Nem a Rede entrou em contato comigo. Estou sozinho com a responsabilidade de manter o roteiro do programa Alcaline. A minha cara a tapa...

— Capitão! Recebemos resposta do Presidente dos Estados Unidos. Sintonizando na Frequência protegida. – Anunciou Voguel.

Quem aparece no monitor é o secretário de Estado Walter acompanhado do General Noxan em vídeo-conferência.

Gen. Noxan: Boa tarde Capitão. Recebemos suas chamadas, mas nos encontrávamos em reunião de urgência. Como vai?

Sec. Walter: Boa Tarde.

Gerard: Oh. Estamos bem obrigado. Preocupados com o andamento do conflito em órbita. Estimativas apontam para um possível rompimento da barreira de contenção de naves invasoras. Recebi hoje um pedido inusitado do setor corporativo. Duas fábricas estão preparando uma frota de mais de 400 naves táticas. Isso é um número considerado absurdo pela federação justamente após a assinatura do acordo de paz com a coalizão.

O Secretário americano responde sorridente:

Não se preocupe Capitão. Essa é apenas um contingente emergencial em caso de quebra de acordo por parte dos nossos inimigos. Fique tranquilo é só assinar a permissão e encaminhar as naves que nós damos conta da liberação no espaço apenas em caso de uma iminente invasão.

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