capítulo-01

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Rubi

Encaro a tela do computador sem ânimo algum. Acho que nem se eu quisesse iria dar conta de trabalhar com o barulho do apartamento do lado.

Luisa: Bola um aí pra gente Rubi - me viro pra trás vendo a cacheada deitada no chão.

Rubi: Preguiça - ela se levanta e fica me encarando - Tenho que trabalhar Luisa.

Luisa: Ai parece que você voltou mais chata - ela reclama após se levantar e em seguida sai - Sabe eu tava pensando - ela volta um tempo depois com o beck já montado.

Rubi: Oxi e o meu?

Luisa: Você não quis ir lá pegar pra mim - mostro o dedo - Como você consegue trabalhar com esse barulho Rubi?

Rubi: Eu não consigo - me debruço na mesa - Preciso entregar esses vídeos até amanhã só que se o meu vizinho não colaborar aí não tem como.

Luisa: Sabe quem é não? - nego.

Rubi: Nesse tempo que eu fiquei fora e você vinha pra cá pra dar comida pro Gucci, você nunca viu esse tal vizinho do gemidão? - ela gargalha.

Luisa: Vizinho do gemidão, só você mesmo. E não, eu nunca vi ele, mas toda vez que eu vim ou tava com a música alta ou com gemidos.

Rubi: Esse cara esqueceu que tem vizinhos?

Luisa: Bate lá porta dele e vê no que dá.

Rubi: É o jeito - me levanto e vejo ela correr pra de trás de sofá - Ué não vai comigo?

Luisa: Eu não vai que é algum traficante, se ele aponta a arma pra mim eu morro na hora, ele nem  vai precisar atirar.

Rubi: Por que seria um traficante?

Luisa: Rubi o corredor inteiro cheira maconha, e como vai cheirar maconha se você não tava morando aqui e são só dois apartamentos por andar?

Rubi: Eu não posso ir lá sozinha né Luisa?

Luisa; Amiga você já chutou o saco de um cara de dois metros, o que te impede agora? - reviro os olhos e levanto impaciente.

Saio do meu apartamento e toco a campainha esperando alguém atender mais parece que o barulho fica é mais alto.

Rubi: A meu amor mais você vai me atender - começo a bater forte na porta até escutar um "já vai". Pouco tempo depois a porta é aberta por um cara que puta que pariu! Tava sem camisa dando a visão de seu tanquinho todo suado, ele me encara parecendo estar curioso.

- Veio pra festa bonequinha?

Rubi: Não bonequinho - sorrio falsa - Vim acabar com ela.

- Por qual motivo?

Rubi: Tenho que entregar um trabalho sem falta amanhã e acho que você não se tocou mais...está fazendo barulho demais. Aqui no prédio só pode fazer barulhos assim até às dez e já são quase meia noite, se você quiser te recomendo um motel.

- Se incomodada assim por que não se junta? Você parece irritada isso deve ser falta de sexo.

Rubi: Se manca, eu tô muito bem alimentada... aliás isso não é da sua conta. Ou você para ou eu ligo pro porteiro e faço uma reclamação.

- Vá em frente bonequinha - ele pisca e fecha a porta na minha cara.

Rubi: Que abusado! - volto pro meu apartamento - Estúpido, racista, homofóbico, grosso, machista, preconceituoso...que raiva!

Luisa: O que foi? - pergunta saindo da onde tava escondida. Conto tudo pra ela - Nossa! Ele era pelo menos gostoso?

Rubi: Essa não é a questão.

Luisa: Você não respondeu então ele é um gostoso - reviro os olhos.

Rubi: Tem alguém na sua casa uma hora dessas?

Luisa: Acho que não, meu irmão deve ter ido dormir na namorada por que?

Rubi: A gente vai pra lá pra eu poder trabalhar.

Luisa: Bora, mais enquanto esse seu vizinho? Você não vai fazer nada?

Rubi: Lógico que eu vou - sorrio guardando minhas coisas em uma bolsa - Você dirige enquanto isso eu vou escrever vários bilhetes anônimos reclamando dele.

Luisa: Só você mesmo - ela ri.

𝖬𝗂𝗇𝗁𝖺 𝖱𝗎𝖻𝗂 | 𝖳𝖾𝗍𝗈 Onde histórias criam vida. Descubra agora