capítulo-71

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Rubi

Encaro Cleriton que estava sentado na cama com a cabeça baixa.

Rubi: O que cê tem em? - pergunto enquanto penteio meu cabelo.

Teto: Por que veio parar aqui ontem?

Rubi: Você não gostou?

Teto: Não é essa a questão Rubi, eu gostei! Só que...é sempre assim.

Rubi: Não tô entendendo Cleriton, olha depois a gente conversa eu tenho que sair - ele ri fraco e nega com a cabeça.

Teto: É sempre assim Rubi! Você sempre foge.

Rubi: Eu não estou fugindo Cleriton!

Teto: Rubi eu tô cansado, cansado de nós - olho pra ele após ouvir esses últimas três palavras que foram como facadas no meu peito.

Rubi: Como assim você tá cansado de nós? Não gosta do que temos?

Teto: RUBI EU TE AMO! Só que eu quero um relacionamento, eu quero acordar todo dia e olhar pro lado e vê ver você com cara mais amassada, dormindo com uma touca horrível de cetim na cabeça, e mesmo assim pra mim você vai continuar bonita! Eu quero poder te levar nos meus shows e pode cantar as músicas que eu escrevo pensando em você. Quero mostrar pro mundo o quanto eu te amo, só que você não quer isso. Você prefere ser livre do que viver isso tudo comigo - olho pro chão e limpo minhas lágrimas.

Rubi: Eu cresci odiando homens, os únicos homens que eu permitia na minha vida eram Vinícius e Matheus. Eu passei boa parte da minha vida tentando entender o por que parece que os homens, tem um pinto no lugar do cérebro. Sabe quantas vezes eu vi minha mãe chorar escondida, por conta de um desgraçado que fudeu com o psicológico dela? Eu até tentei acreditar nesse tal amor, na paixão só que o meu resultado foi um belo par de chifres. Cleriton eu gosto do que temos, só que eu não posso te oferecer um bom dia com café da manhã na cama, viagens românticas ou algo a mais que isso, doa em quem doer desde que não doa em mim mais! Eu cansei!

Teto: Você tem certeza que prefere escolher a liberdade do que ficar comigo?

Rubi: Eu estou escolhendo poupar nós dois de um futuro possível sofrimento - ele ri fraco e levanta começando a andar pelo quarto.

Eu conhecia esse gesto dele, sempre fazia isso quando estava nervoso, sei disso por que também sou assim.

Teto: É Rubi acabou! - arregalo os olhos.

Não achei que essa discussão iria nos levar a isso, pensei que íamos só ficar brigados e depois iríamos voltar ao normal. Pensei que ele gostava de como estávamos e que não queria acabar com isso.

Quem eu estou querendo enganar tava na cara que uma hora isso ia acontecer, e falta de aviso da Clara não foi.

Cleriton é aquele tipo de pessoa que se expressa muito fácil, não consegue esconder quando não gosta de algo ou que está triste.

Seus olhos de jabuticaba parecia ter perdido todo o brilho que havia ali e isso me deixava muito mal.

Rubi: Como assim acabou? Você não gosta do que temos?

Teto: Rubi quantas vezes eu vou ter que repetir que eu te amo? Só que pra você isso não vale de nada, você já fez a sua escolha que foi ser livre agora eu fiz a minha, eu também quero ser livre.

Rubi: Não queria que a gente acabasse assim.

Teto: Você que quis desse jeito - olho pra ele incrédula.

Rubi: Ah é culpa é só minha agora? Tenho culpa se eu não sinto o mesmo por você? - ele arregala os olhos e eu ponho a mão na boca após perceber a besteira que eu falei.

Teto: Olha no fundo dos meus olhos e diz o que você sente por mim então - ele se aproxima colando seu corpo no meu e olhando bem no fundo dos meus olhos.

Acho que poderiam me fazer qualquer pergunta que eu responderia na boa, menos essa.

Rubi: Não me pede isso Cleriton - digo desviando meu olhar pro chão e escuto ele soltar um suspiro.

Teto: Olha que engraçado, a Rubi bêbada disse que me ama - arregalo os olhos - Você é tão covarde que não tem coragem de dizer isso sóbria, precisa se entupir de álcool pra ter coragem de falar isso pra mim.

Passo a mão no pescoço e me afasto, sinto minha garganta começar a ficar seca e solto um soluço de tanto chorar.

Rubi: Então é isso? Acabou? - ele assente.

Teto: Não costumo ficar na mão Rubi - assento e vou andando pra trás até chegar na porta.

Rubi: Então é isso! - ele nega com a cabeça.

Teto: Não sei por que mas, agora eu achei que você fosse largar esse medo de lado e falar que me ama, sou idiota demais.

Rubi: Desculpa mais eu não consigo - digo e vou embora.

𝖬𝗂𝗇𝗁𝖺 𝖱𝗎𝖻𝗂 | 𝖳𝖾𝗍𝗈 Onde histórias criam vida. Descubra agora