capítulo-13

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Teto

Ponho a mão na barriga tentando parar de rir das histórias mais aleatórias que a Rubi tava contando. Era esquisito o fato que eu não conseguia despregar meus olhos dos dela, talvez por que o jeito que ela me olha me faz sentir um negócio esquisito no peito, mas parece que ela tava me hipnotizando.

Rubi: Tá me ouvindo? - assento - Qual o seu nome?

Teto: Oxi! Teto - digo como se fosse óbvio.

Rubi: Esse é seu nome artístico, quero saber o verdadeiro.

Teto: Precisa não.

Rubi: Preciso sim! Você sabe o meu.

Teto: Lógico, por que seu nome artístico é o seu nome normal - ela parece pensar por dois segundos.

Rubi: Ah é mesmo né? - rio dela - Vai tetinho por favor - ela junta as mãos pedindo.

Teto: Só os especiais sabe.

Rubi: E eu não sou especial? - nego - Credo! - ela faz um montinho de areia e joga na minha cabeça.

Teto: No dia que a gente for casar eu te conto - digo e do nada ela começa a rir que nem uma hiena - Para de rir garota! Sua risada é horrível! - ela fecha a cara e mostra o dedo.

Rubi: Eu casar com você? - assento - No seu sonho só se for.

Teto: Vai brincando Rubi.

Rubi: Tu é bem abestado! Quem pensa em casar hoje em dia?

Teto: Você não? - ela nega.

Rubi: O amor é uma besteira - ela diz baixo.

Teto: Papo quem de levou galha - ela ri.

Rubi: Acertou! - rio - Mais nem é só por isso, passei anos da minha vida vendo uma pessoa que eu amo muito sofrendo por esse tal de amor. Eu via ela soluçando de tanto chorar, com o rosto vermelho e tremendo, dali eu percebi que dá mesma forma que você pode sentir esse amor por alguém, você pode também estar se matando por dentro.

Teto: Não é por que não deu certo com uma pessoa que você ama, que não vai dar certo com você.

Rubi: Chaminé acha que eu nunca tentei? Eu conheci um cara no aniversário de 17 anos do Matheus, eles eram amigos do colégio e eu me apaixonei por ele ali mesmo. Namoramos até o meu aniversário de 18 anos, que foi quando o pai do Matheus, meu padrinho me deu o meu tão sonhado intercâmbio pra Europa. Esse cara que eu namorei surtou na minha festa quando soube, derrubou mesa com comida e quase me bateu, sorte minha que Matheus entrou na frente e deu uma surra nele mandando ele nunca mais chegar perto de mim - ela dá uma pausa pra limpar o rosto por que estava chorando - Aquilo ali acabou comigo por dentro, sempre contei pra ele que meu sonho era fazer intercâmbio e aí ao invés dele me apoiar, ficar feliz por mim ele faz isso? Dois meses depois quando eu já estava viajando chegou pra mim várias fotos dele me traindo quando namorávamos.

Teto: Que filho da puta!

Rubi: Não é? - ela ri fraco - Acha que uma pessoa que passou pelo que eu passei tem vontade de encontrar "amor"  em alguém de novo? O amor na minha vida  já deu Teto, pra mim ele não existe e nunca existiu, e eu precisei não só ver minha mãe chorando olhando pra rua e se perguntando onde o cara que engravidou ela está, como eu também precisei sentir na veia a dor do amor.

Teto: Então a pessoa que você viu sofrendo era sua mãe? - ela assente e se levanta saindo, acho que indo pro hotel.

Rubi: Se você acredita no amor, eu espero que você se dê bem, por que eu me fudi e muito - ela diz olhando nos meus olhos e depois se vira novamente.

Teto: É CLERITON! - grito e ela olha pra trás sem enteder.

Rubi: O que? - pego minhas coisas e levanto indo até ela.

Teto: Meu nem é Cleriton, Cleriton Sávio - vejo que ela ficando vermelha, provavelmente segurando a risada - Pode rir Rubi - ela solta aquela risada de hiena dela me fazendo rir junto.

Rubi: Mano...achei que era Beto, Alberto alguma coisa assim, mais... Cleriton é melhor ainda. Seus pais te amam muito, pode ter certeza.

Teto: É de família o nome esquisito, meu pai chama Clériston - ela se joga no chão com a mão na barriga de tanto rir.

Rubi: Muito bom! 

𝖬𝗂𝗇𝗁𝖺 𝖱𝗎𝖻𝗂 | 𝖳𝖾𝗍𝗈 Onde histórias criam vida. Descubra agora