Ezekiel havia dito para eu ser legal com os novos "hospedes", mas aquele menino de olhos azuis era insuportável.
- Você não acha meio estranho? - ele perguntava enquanto estávamos andando pelo Reino.
- Estranho o que? - perguntei revirando os olhos.
- Isso. Esse conto de fadas que vocês jogam aqui.
- Jogam? Acha mesmo que estamos jogando? - me aproximei dele, segurando uma pequena faca, bem perto da perna dele. - olha aqui, Carl. Eu não faço ideia de quem você acha que é, mas se acha que isso daqui é um jogo, pode ir embora. Ninguém está te obrigando a ficar. Vá embora, assim eu não preciso ficar aqui te fazendo companhia.
- Desculpa. - ele colocou a sua mão em cima da minha, que segurava a faca, e a abaixou. - não precisa me ameaçar com uma faca. Não quis ofender.
O encarei séria por alguns segundos. Aquele menino me dava ódio. Ficava me seguindo por todo lugar que eu fosse e ainda desrespeitou o meu povo.
- Com licença, eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar escutando um menino da puberdade que acha que sabe mais do que os outros.
À tarde eu fiquei ajudando as crianças a pintar desenhos e li um livro de romance. Como todo dia, eu ia até o lado de fora e subia em uma árvore e ficava vendo o pôr do sol, então comecei a preparar as minhas coisas, mas Ezekiel entrou no quarto.
- Você ameaçou Carl com uma faca? - ele se apoiou no batente da porta e me encarava enquanto eu colocava um binóculo na mochila.
- Ele desrespeitou o nosso lar.
- Sn, já conversamos sobre isso. Você precisa ser legal com os nossos convidados.
- Ora Vossa Majestade, me perdoe, mas você não tem moral para falar em ser legal. Depois que perdeu para aquele canalha do Negan, você tem sido um pé no saco. - peguei as minhas e fui até a porta.
Ele me encarou por alguns segundos e então riu. Odiava como ele nunca levava as coisas a sério, mas ele sabia que eu era apenas uma adolescente com os hormônios à flor da pele, e não sabia me controlar quando estava com raiva.
- Tudo bem, você está brava. E eu te entendo. Mas por favor, seja mais legal.
- Então tira aquele garoto do meu pé.
- Aparentemente eu preciso te dar algum castigo por ter apontado uma faca para ele, então, amanhã você vai levá-lo para a colheita de maçãs.
- Ai não...
- Devia se apressar, ou vai perder o pôr do sol, princesa. - ele se virou para mim e foi embora.
Eu vou acabar matando aquele menino, foi o que eu pensei, mas talvez eu estivesse errado sobre os meus sentimentos sobre Carl, talvez aquele ódio fosse outra coisa...
Continua...
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Oi gente!
Quem é viva sempre aparece.
Espero que tenham gostado do capítulo :)
Se algum erro for encontrado, apenas ignorem, obrigada.
Beijos, amo vocês <3
