Você é perfeita

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Alerta gatilho (transtorno alimentar)

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Comparações, era tudo o que eu escutava, cheguei ao um ponto de não escutar mais as coisas belas da vida, para mim tudo aquilo era um jure, como se todos estivessem me julgando por ser quem eu era. E a pior parte era que tudo o que me falaram já fazia anos mas as palavras ainda rodavam na minha mente.

- Sn, tá tudo bem? - Carl bateu na porta do banheiro que eu deixei trancada.

- Sim, já estou saindo. 

Abri a porta, pensando na desculpa que eu daria.

- Tá tudo bem?

- Sim, vamos? - tentei fugir do assunto indo até as escadas 

- Vamos.

O resto do dia eu passei sem comer, como eu fazia quando comia no dia anterior e isso estava me dando dor de cabeça.

- Você está bem? - Michonne perguntou enquanto viu eu cambalear para trás por conta da tontura.

- Sim, deve ser o calor.

- Tem certeza? Eu posso terminar isso daqui.

- Não. Eu consigo, serio.

- Tá bom, mas se precisar parar pode ir descansar.

- Ok. - voltei a fazer as minha tarefas mas quando eu estava andando com um cesto legumes, eu desmaiei, derrubando tudo no chão.

Acordei no meu quarto, sozinha. Lá fora estava escuro e frio.

Escutei a porta se abrir e logo atrás dela apareceu Carl com uma bandeja nas mãos.

- Você acordou. - ele se aproximou e colocou a bandeja na cama. - eu trouxe sopa, Michonne acabou de fazer.

- Obrigada Carl. 

Não toquei na sopa esperando ele ir embora para eu colocar a sopa de novo na panela enquanto todos estiverem dormindo.

- Não vai comer?

- Vou, mas depois.

- Não, come agora que tá quentinho. - ele disse pegando uma colher cheia e assoprando.

- Carl, depois eu como, não precisa se preocupar.

- Eu vou ficar aqui até você comer, pelo menos quatro colheres.

Percebi que o único jeito era comer se não ele não me deixaria em paz.

- Tá bom. - peguei uma colher e tomei ela.

Depois outra, e a cada colherada era como se eu pudesse sentir eu engordar, mesmo não fazendo nada.

- Viu, nada mal.

Eu não aguentava mais comer e isso agora me deixava enjoada.

- Eu não consigo. - disse e sai correndo pro banheiro e me fiz vomitar.

Não tinha trancado a porta, por isso Carl veio atrás de mim e segurou o meu cabelo.

- Sn. - ele disse com pena de mim.

- Me desculpa. - eu disse chorando. - eu sou um monstro. Eu sei.

- Não, você não é um monstro, a pessoa que fez isso com você que é.

Eu só conseguia chorar.

- Eu sou gorda.

- Não, você é perfeita. Gorada, Magra, isso são apenas títulos que inventaram para deixar as pessoas tristes. Você é linda, e não precisa fazer isso com você mesma, porque eu te amo do jeito que você é. - ele me abraçou mais forte - me promete que não irá fazer isso de novo.

- Eu não posso fazer isso.

- Sim, você pode, porque eu vou estar ao seu lado, pra te ajudar.

E foi ai que eu vi, ele realmente se importava comigo, e me amava. Afundei o meu rosto no pescoço dele e voltei a chorar.

- Obrigada. - foi a última coisa que eu consegui falar antes que eu caísse no sono novamente.

Mas dessa vez eu fui dormir nos braços da pessoa que eu tinha certeza que me amava e me protegeria de tudo.

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Oi Gente.

Desculpa pelo capítulo triste, mas eu acho que tem muitas pessoas precisando escutar ou melhor ler, que vocês são perfeitas do jeito de vocês e não liguem para o que as pessoas falarem.

Precisamos amar quem a gente é antes de amar qualquer outra pessoa.

Então é isso, espero que vocês tenham gostado.

Comentem e deixem a estrelinha.

Bjs, amo vocês <3

Imagines The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora