Uma dia havia se passado, e Carl ainda continuava sendo prisioneiro dos Salvadores, com os seus olhos vendados e sua boca tampada, sendo aberta apenas para tomar um pouco de água que era lhe dada por um homem.
Já havia perdido a noção do tempo, então não tinha certeza se era dia ou noite do lado de fora, mas se mantinha a acreditar que logo sairia de lá e seria resgatado por sua família. Até que a porta rangeu e os mesmos passos delicados foram ouvidos adentrando na sala.
A fita foi arrancada de sua boca com apenas um puxão, mas seus olhos não foram desvendados.
- Fica calmo, é apenas eu. - a voz dela afirmou, mas não deixou o menino menos nervoso.
- Era para isso me deixar tranquilo?
- Talvez. - ela o encarava curiosa, notando que havia uma mancha de sangue em sua blusa. - Você está machucado?
- Uma facada.
- Muito profunda?
- Acho que não, por que se importa? Você não ia me matar.
- Cala a boca. - ela se aproximou e puxou a blusa dele para cima, avistando um corte sangrento na lateral de sua barriga, que por sinal era bem agradável de se olhar. - vai infeccionar se não for limpa.
- Muito legal saber disso.
- Já sei, espera aqui.
Ela saiu por um tempo, deixando Carl ali, pensativo sobre o que iria acontecer, até chegou a pensar que ela não voltaria mais, mas ouviu a porta se abrir.
- Achei. - Sn havia voltado com uma caixa de primeiros socorros em mão, pronta para limpar o machucado. Com calma ela retirou a camiseta branca do garoto, o deixando completamente com o peito nu. Pode perceber os arrepios dele por conta do ar gelado que reinava na sala. - vai arder um pouco.
Como avisado, assim que o algodão cheio de remédio tocou no machucado a ardência o fez se revirar na cadeira, mas logo tomando o controle de seu corpo em uma respiração profunda e segurada.
- Me desculpe. - ele se desculpou ofegante pela dor que sentia. - por ter te deixado lá, eu iria voltar, juro que ia, mas meu pai me proibiu de ir lá, no dia seguinte eu voltei mas você não estava mais lá. - Ela não disse nada, apenas ficou parada olhando machucado enquanto terminava de limpá-lo. - eu iria voltar por você porque...
- Porque...
- Porque você foi a única pessoa com que eu pude conversar sem medo de ser julgado.
- Sem medo de ser julgado? Sério? A gente mal se conhecia.
- Mas é verdade, falando agora parece bobeira, mas você era bonitinha e eu gostava de conversar com você.
- Gostava de conversar ou gostava de mim?
- Talvez os dois. - confessou baixinho, mas no volume certo para a garota ouvir e parar de fazer a limpeza do machucado.
Envergonhada, ela levantou o seu olhar para o rosto do garoto. E logo se levantou, encarando os lábios rosados de Carl, se sentou no colo com as mãos na nuca do garoto o deixando arrepiado e ansioso para saber o que acontecia.
- Ainda gosta?
- Talvez...
Calmamente, Sn retirou a faixa do garoto, olhando para seus olhos azuis que brilhavam como diamantes ao encontrar com os da garota. Seus corpos eram atraídos por uma energia, a qual não sabiam o nome, mas logo saberiam que se chamava amor.
O beijo começou lento, Sn não soube decifrar os sentimentos que tinha, pois eram muitos a deixando tão confusa, mas não estava preocupada com isso naquele momento.
Nos braços de sua inimiga Carl se encontrava perdido no feitiço de Sn. Sabia que isso o traria problemas, porém era viciante.
O garoto se sentia arrependido por ter a deixado na prisão, mas estava junto a ela. O amor da sua vida e mais tarde a razão de sua morte.
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Oi gente!
Espero que tenham gostado, sei que ficou meio nada haver, mas... fazer o que né
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Bjs, amo vocês <3