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"All the good girls go to hell'Cause even God herselfHas enemies"

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"All the good girls go to hell
'Cause even God herself
Has enemies"

~All the good girls go to hell (Billie Eilish)

15 de Fevereiro - Domingo

Emily estava na varanda da cobertura onde mora com o pai e deu um trago no cigarro. Enquanto esteve internada tinha parado de fumar, mas ir para o brunch de domingo da família Dell Greco deixava seus nervos à flor da pele e toda essa tensão precisava ir para algum lugar. Como filha de político, Emily estava acostumada a frequentar eventos da alta sociedade, porém nunca como namorada, ou nesse caso namorada falsa, de alguém.

A porta da varanda se abriu e o pai, Carlos, saiu com seu bigodinho cerrado e a barriga gorda meio que aparecendo no suéter de cashmere. Uma péssima escolha de roupa, pois por causa do calor marcas de suor grandes e horrendas apareciam em suas axilas.

— Você não devia fumar. — disse-lhe ele. Como se não fosse um dos culpados pelos colapsos nervosos que a adolescente andava tendo.

No dia anterior a garota ficou presa no quarto por vontade própria enquanto Carlos e sua nova namorada de nome esquisito faziam um banquete romantico com direito a roupões de banho combinando e morango no champanhe. Uma cena traumatizante que Emily só conseguiu superar com a ajuda de chocolate e muito sorvete.

— Cala a boca e vamos embora! A família do meu namorado tá esperando. — Emily bateu o pé. Estava na hora de cumprir com a sua parte no acordo.

A casa de Giuseppe Dell Greco ficava no meio do mato. A construção de pé direito alto havia sido minuciosamente desenhada e construída para harmonizar com a natureza, desde o pisante de jardim feito de pedra até a escada de madeira de demolição, só que para Emily não fazia diferença se fosse em um condomínio de luxo ou numa favela no fim de mundo. No que dizia respeito a ela qualquer casa minimamente longe do centro não prestava.

Deixando o carro no estacionamento, ela, o pai e Alegra, seguiram pelo jardim até a porta de vidro, combinando com as janelas. Permitindo assim que os moradores contemplassem a bela paisagem das montanhas de qualquer lugar da mansão. A adolescente franziu o nariz arrebitado, pensando que se soubesse que visitaria a floresta amazônica teria trazido um frasco de baygon. 

— Bem vindos — foi Marcus que abriu a porta, como se fosse um mordomo esperando a campainha tocar.

Emily deu um tapa no mosquito imaginário em seu braço e levantou a cabeça pronta para um comentário ácido sobre essa casa de sopé, quando encontrou os dele. 

Por um momento chegou a esquecer que estava puta da vida. Os olhos escuros de Marcus tinham uma expressão ao mesmo tempo séria e simpática. Ele usava gravata. A camisa branca enrolada nos cotovelos por causa do calor, e o colete combinava com a gravata. A calça de alfaiataria arrematava o look com chave de ouro.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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