A história gira em torno de um grupo de adolescentes mergulhando nas reflexões do primeiro amor e na transformação pessoal que cada um pode experimentar. Através de suas experiências, o leitor é levado a uma viagem nostálgica, relembrando sua própri...
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"It might not be long, but, baby, I I'll love you till the day that I die"
~Birds of Feather (Billie Eilish)
07 de Fevereiro - manhã de Sábado
— Cê fica fazendo o quê aqui sozinha? — perguntou Dimas, colocando as trancinhas atrás da orelha.
Ao invés de responder, Sarah cravou os pés nos lençóis macios. A cama de Daniel sempre estava uma bagunça, como se todas às noites ele sonhasse que lutava boxe com um adversário invisível, e isso é um grande pesadelo para a mãe dos gêmeos que preza pela organização extrema em todos os cômodos da casa.
— Nada. — ela esperava não estar transparecendo na voz o nervosismo que sentia. Sarah e Dimas estavam deitados de bruços, lado a lado, com um celular entre os dois. — Eu só, sabe como é, gosto de ficar aqui.
Ela não podia contar ao Dimas que muitas vezes fingia ser o irmão e que isso era a única coisa que acalmava a persistente sensação de medo que trazia dentro de si. Quando fingia ser Daniel conseguia mandar os monstros embora. Mas não podia deixar que Dimas soubesse que na verdade é uma grande medrosa. É ridículo demais.
— Até as roupas dele cê tá usando — o moreno reparou.
— É.
Sarah respirou fundo e olhou nos olhos do Dimas, enquanto timidamente aproximava os dedos dos dele sobre a cama, e os deixou ali. Porque estava tão nervosa? Estava acostumada a seduzir pessoas desconhecidas nas baladas, e não havia nada de especial no Dimas, ele era só o cara que sempre frequentou sua casa mesmo quando não era convidado. E mesmo assim aquela sensação não saia da sua boca do estômago.
O garoto olhou para as mãos deles juntas.
— Então — recomeçou Sarah, se preparando para perguntar sobre ele e Léa.
— Meu quarto agora é albergue e eu não sei? — Daniel apareceu diante deles, entrando no recinto — Sarah, já falei pra você não ficar entrando aqui o tempo todo! Mas que saco!
Instantaneamente, Dimas se afastou da garota, afinal não queria ser mal interpretado.
— Quê que tá pegando? — perguntou ao perceber a cara meio pálida de Daniel. Se ele estava ranzinza significava que havia brigado com Lis.
Daniel se esparramou na cadeira em frente a mesa de estudos. Girou de um lado para o outro pensando em como contar a novidade. Ainda não tinha o costume de se abrir sobre seus problemas, mesmo que dessa vez achasse que jamais conseguiria resolver isso sozinho. E agora que parava para pensar estava irritado com Lis por ter ido embora tão de repente. Se ela tivesse ficado, eles poderiam ter conversariam sobre o assunto, mas era tão típico dela sair correndo dos problemas.